Vereador, que também presidia a Mesa Diretora e se afastou depois das denúncias, vem sendo investigado por crimes sexuais e se entregou na Cadeia Pública de Guarapuava/Da redação

Resumo: – Defesa diz que ex-vereador decidiu se entregar após tomar conhecimento de mandado de prisão através da imprensa;
- Segundo o Ministério Público, os crimes ocorreram entre os anos de 2017 e 2024. A denúncia foi realizada pela Promotoria de Justiça de Irati na terça-feira.
- Investigações apontam que os abusos aconteceram no colégio em que ele atuava e também fora da instituição de ensino
O ex-vereador Hélio de Mello, que também presidia a Mesa Diretora da Câmara e exercia função de professor no Colégio Estadual do Rio do Couro, se entregou nesta quinta-feira, 09, no âmbito da investigação na qual lhe é imputado o crime de abusar sexualmente de alunos na condição de professor. Mello foi detido e está na Cadeia Pública de Guarapuava. A informação foi confirmada à nossa reportagem pelo delegado adjunto da Delegacia de Irati, Rafael Rybandt.
O Ministério Público do Paraná (MP/PR) apresentou denúncia contra o ex-parlamemtar por estupro de vulnerável e outros crimes. Um mandado de prisão foi expedido pela Justiça e divulgado no início desta semana.
Em nota encaminhada à imprensa, o advogado de defesa, Ricardo Mathias Lamers, afirmou que o ex-vereador decidiu se entregar assim que ficou sabendo do mandado de prisão através da imprensa. “O senhor Hélio de Mello sempre esteve à disposição das autoridades, conforme comunicou formalmente no curso das investigações. Tão logo tomou conhecimento, pela imprensa, da existência de um mandado de prisão, compareceu para que a ordem fosse cumprida”, afirmou a defesa.
Relembre o caso
Hélio atuou como professor durante 22 anos e foi vereador no período de 24 anos (sete legislaturas consecutivas). Ele solicitou afastamento alegando problemas de saúde, assim que as denúncias foram reveladas, no final de outubro, em seguida, renunciou ao cargo. Conforme o Ministério Público, ele está sendo investigado por abusar sexualmente de sete adolescentes, com idades entre 11 e 17 anos. O processo tramita sob sigilo em função do envolvimento de crianças e adolescentes.
Segundo o Ministério Público, os crimes ocorreram entre os anos de 2017 e 2024. A denúncia foi realizada pela Promotoria de Justiça de Irati na terça-feira.
Uma irmã de Hélio, que atuou como diretora no Colégio Estadual do Rio do Couro, onde ele trabalhava como professor de Educação Física, também foi denunciada por assédio sexual, favorecimento da exploração sexual de adolescentes e prevaricação, que é um crime praticado por funcionário público que retarda, deixa de praticar ou pratica indevidamente um ato de ofício, com o objetivo de satisfazer interesse ou sentimento pessoal. Conforme o MP, a irmã de Hélio teria sido omissa no exercício do cargo, pois ela não adotou as medidas necessárias para coibir as ações do investigado mesmo sabendo dos abusos cometidos.
As investigações apontam que os abusos aconteceram no colégio em que ele atuava e também fora da instituição de ensino. De acordo com o MP, Hélio realizava pagamentos ou costumava dar presentes para as vítimas com objetivo de marcar encontros ou receber fotos íntimas.
A investigação teve início após o Conselho Tutelar receber uma denúncia anônima no dia 5 de agosto informando que Hélio na condição de professor havia abusado sexualmente de adolescentes do sexo masculino. Profissionais do Conselho Tutelar, promotoria de justiça de Irati, secretarias municipais de Assistência Social e de Educação, o Núcleo Regional de Educação e a Polícia Civil integraram a força-tarefa que ouviu vítimas e testemunhas.
O MP cita 28 fatos relacionados aos crimes praticados. Hélio de Mello responderá pelos crimes de estupro de vulnerável, satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente, favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável, importunação sexual e assédio sexual.