A convocação teve como objetivo debater questões ligadas à igualdade e garantia de direitos das mulheres
Jussara Harmuch
Discussão, que se deu na Rua da Cidadania, foi ampliada por manifestações de ideologias políticas em certo ponto divergentes, porém, com o mesmo pensamento de preservar a igualdade e direitos das mulheres.
Mulher vota em mulher? Mulher imprime julgamento precipitado de outra mulher? Mulher busca compreender e acolher outra mulher? Na busca de respostas para estas perguntas, um grupo coordenado pelo Núcleo Maria da Penha (NUMAPE) da Unicentro, em parceria com a Rede de Enfrentamento e Combate à Violência, o Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS), a Secretaria Municipal de Assistência Social, o coletivo MariEllas e o Diretório Central de Estudantes (DCE) da Unicentro, promoveu evento para debater questões ligadas à igualdade e garantia de direitos das mulheres, que aconteceu na Rua da Cidadania, em Irati, em alusão ao Dia Internacional da Mulher.
A concentração reuniu um grupo de mulheres de todas as idades, professoras, alunas e alguns homens. Em termos de quantidade de pessoas, o comparecimento não foi tão expressivo como se poderia esperar num dia tão marcante e cheio de significados como o “Dia Internacional da Mulher”. Mas nada impediu a pluralidade de discussões que se deu sem inibição e constrangimento.
Tudo foi feito com muito respeito e em harmonia. Algumas atividades lúdicas foram desenvolvidas, teve um grupo distribuindo poesias, um bazar de roupas usadas e venda de produtos agroecológicos. Houve distribuição de mudas de plantas ornamentais gratuitamente.
E as mulheres que não compareceram? Qual foi o motivo? Não concordam e não queriam ser vistas junto ao grupo organizador, com tendência política mais à esquerda? Temeram por não poder se posicionar com ideias e pensamentos divergentes? Ou se sentem confortáveis em seus papeis e não precisam de políticas afirmativas? Outras prioridades ou afazeres familiares a impediram de ir? A pouca chuva que caiu as afugentou? Será que estas mulheres criticam a forma de organização do evento? Elas fariam melhor?
Não se sabe, de fato, o que se passa na cabeça das mulheres que não se sensibilizaram a comparecer no evento. Alguns argumentos foram levantados pelas pessoas que participaram do debate. O desafio de atrair mais mulheres para a discussão, as que não se sentem parte deste contexto, ficou no ar para novamente refletir sobre ele, num próximo encontro.
Faltou SORORIDADE, acho que podemos dizer assim. Mas o que significa esta palavra? Sororidade é a união e aliança entre mulheres, baseado na empatia e companheirismo, em busca de alcançar objetivos em comum.
O conceito da sororidade está fortemente presente no feminismo, sendo definido como um aspecto de dimensão ética, política e prática deste movimento de igualdade entre os gêneros.
Do ponto de vista do feminismo, a sororidade consiste no não julgamento prévio entre as próprias mulheres que, na maioria das vezes, ajudam a fortalecer estereótipos preconceituosos criados por uma sociedade machista e patriarcal.
Poderia se separar o “feminismo no atacado”, aquele que você leva o pacote completo, concorda com todas as coisas que se discutem, mas também ter o “feminismo do varejo”, quando você separa as coisas lhe pareçam mais adequadas para lutar.
