Estudante do IFPR Irati conquista 1º lugar na Olimpíada Brasileira de Robótica

30 de outubro de 2025 às 18h06m

Competição aconteceu neste mês em Vitória, no Espírito Santo/Karin Franco, com reportagem de Paulo Sava e Juarez Oliveira

Estudante Luís Henrique Perek mostra o troféu e a medalha de ouro que conquistou ao vencer a etapa nacional da Olimpíada Brasileira de Robótica, realizada entre os dias 15 e 19 de outubro, em Vitória-ES. Foto: João Geraldo Mitz (Magoo)

Resumo: – Olimpíada Brasileira de Robótica seleciona os melhores alunos do país, cada um representando seu estado;

– Estudantes eram avaliados durante toda a realização do minicurso, desde a participação até a montagem do robô;

– Experiência com robótica trouxe novos planos para o futuro de Luís Henrique Perek, do 3º ano do curso Técnico em Informática integrado ao Ensino Médio.

O estudante Luís Henrique Perek, do 3º ano do curso Técnico em Informática integrado ao Ensino Médio do campus Irati do Instituto Federal do Paraná (IFPR), conquistou o primeiro lugar nacional na Olimpíada Brasileira de Robótica. Ele representou o Paraná na fase final da competição, que foi realizada entre os dias 15 e 19 de outubro, em Vitória, no Espirito Santo.

A diretora do campus Irati do IFPR, Patrícia Tiumann, destaca a importância da premiação para a instituição. “Para o campus de Irati é maravilhoso! Nós podermos vir aqui, junto com o Luís, trazer esse resultado porque o IFPR preza por isso. Preza pela educação, por transformar as vidas das pessoas. O Luís está com o peito carregado de medalhas. Cada competição que vai, traz uma medalha diferente, vai participar de outras”, disse.

A Olimpíada Brasileira de Robótica seleciona os melhores alunos do país no campo, onde cada aluno selecionado representa o seu estado. “É uma Olimpíada que atende desde crianças do primeiro ano do Ensino Fundamental até o terceiro ano do Ensino Médio. Só que essa etapa que ele foi, que é da parte teórica, isso é só para a última fase, que pega os alunos do Ensino Médio. Ele foi selecionado, foi o melhor aluno do estado do Paraná. Na sala que ele estava participando, ele foi analisado por cinco professores diferentes de diversos estados do Brasil. Tinha o melhor competidor de cada um dos estados brasileiros. Ele conseguiu o primeiro lugar. Então, ele é o melhor entre os melhores”, explica a diretora.

Para participar da etapa nacional, o estudante teve que realizar duas provas de conhecimento gerais e conhecimentos voltados à área de robótica. “Tinha uma pergunta que era muito relacionada à lógica de programação de robôs. Eles davam um texto falando que um robô teria que fazer numa pista, numa competição ou talvez num ambiente simulado. Eles davam algumas opções de códigos que você tinha que ler cada uma das opções de códigos e ver qual deles seria o mais adequado para a realização do problema que o robô deveria fazer na situação que eles deram. Você tinha que saber bastante da lógica de programação e também entender como que funciona a lógica de um robô, como que ele deve andar”, conta o estudante.

Após ter uma boa colocação na segunda prova, Luís foi selecionado para representar o estado do Paraná na fase nacional da Olimpíada. Nesta fase, o estudante participou de um mini curso de robótica, onde os alunos recebiam um kit para a montagem de um robô.

Os estudantes eram avaliados durante toda a realização do mini curso, desde a participação até a montagem do robô. “A competição, de fato, era dada pelo resultado que cada aluno tinha dentro desse mini curso. Lá dentro tinham cinco professores, que eles avaliavam cada coisa que fazíamos dentro do mini curso. Como que era a nossa performance em relação aos desafios que eram dados para nós, em relação ao nosso engajamento dentro do mini curso, foram avaliados muito as nossas soft skills. Então, como trabalhamos em equipe, nossa capacidade de resolver problemas”, disse o estudante.

A inscrição para participar de uma edição da Olimpíada Brasileira de Robótica é feita pelas escolas. Qualquer aluno pode participar, desde que tenha um conhecimento sobre robótica.

A paixão pela área nasceu desde a infância. Luís conta que sempre teve interesse em robótica. “Desde criança eu já gostava bastante dessa parte de robótica, mas eu nunca pesquisei nada muito relacionado, nem nada do tipo. Nunca fiz um curso de robótica, nunca mexi direito com as partes mais básicas de eletrônica. Eu fui mesmo ver quando eu entrei no Instituto Federal, que dentro do Instituto, nós temos uma matéria de robótica e automação. Nós aprendemos a mexer com circuitos de arduino, sensores, atuadores, coisas do tipo. E também, dentro do Instituto Federal, nós temos uma equipe de robótica, que é o Irathunder, que foi quando eu realmente comecei a entrar, de fato, nesse mundo”, explica.

A experiência com robótica trouxe novos planos para o futuro de Luís. “Antes de entrar no Instituto Federal, eu pensava em seguir para nutrição. E agora o que eu penso é fazer engenharia de controle automação, que é voltado totalmente para robótica. A paixão que a robótica me proporcionou, a equipe da Irathunder, me fez ter esse gosto e querer seguir na área”, disse.

Além da premiação nacional, Luís também tem conseguido medalhas em outras competições. Uma das mais recentes aconteceu em Foz do Iguaçu, neste mês. “Nós tivemos um dia para desenvolver um projeto tecnológico com o tema tecnologia no turismo e na experiência de usuário em Foz do Iguaçu. Nós tivemos uma equipe de cinco pessoas que tinha estudantes de vários IFs. A competição era entre todos os institutos federais aqui do Paraná. Cada equipe tinha um aluno de cada. Eram cinco alunos por equipe”, conta.

A equipe de Luís contou com estudantes de Colombo, de Curitiba, de Foz do Iguaçu e de Capanema. Os alunos apresentaram a ideia de um aplicativo que auxiliasse o comércio local de Foz do Iguaçu, especialmente, os comércios menores. “Porque lá em Foz, nós fizemos uma pesquisa e vimos que tem uma experiência muito grande em relação aos atrativos turísticos dentro de Foz. Porque você tem uma visita muito grande nas Cataratas, por exemplo, no Parque das Aves, que são atrativos turísticos muito conhecidos. Lá em Foz também tem muitos outros atrativos turísticos com diversas culturas que acabam sendo muito desvalorizados por conta muito dos principais [atrativos], como as Cataratas. Nós desenvolvemos a ideia de um aplicativo para tentar chamar a atenção dos turistas para esses atrativos menores, propondo um aplicativo que desse desconto para eles em atrações menores”, explica.

O objetivo é estimular com que turistas consumam produtos nos arredores das atrações. “Você vai no Templo Budista que tem lá, por exemplo, em Foz, e você ganha desconto em um restaurante perto. Essa, mais ou menos, é a ideia que propomos. É uma ideia de gamificação também no aplicativo, para poder chamar a atenção dos turistas e falar: ‘Você está perto desse local, que tal você visitar o Templo Budista?’”, explica o estudante.

No próximo mês, Luís seguirá participando de mais competições na área. Uma delas é o Desafio Tack, que é um desafio nacional com a mesma proposta de desenvolver projetos de tecnologia em pouco tempo. O evento reunirá estudantes do Ensino Médio de todo o Brasil. “Eu vou participar de uma equipe de cinco pessoas para participar desse desafio que vamos ter que fazer alguma inovação tecnológica voltada muito para a parte da cultura. Nós vamos ter que encontrar algum problema para poder solucionar algum problema envolvendo cultura. Poder talvez fazer um aplicativo que demonstre a cultura do país, que possa ajudar na educação. Alguma coisa do tipo”, conta o estudante.

O evento acontece de forma on-line por três dias e conta com uma seletiva para escolher os melhores estudantes da região Sul do país. Os melhores em cada seletiva participam da fase nacional, onde o ganhador terá como prêmio uma vaga no Brasil Conference 2026, que acontece em Boston, nos Estados Unidos.

A diretora do IFPR explica que os estudantes que participam de competições possuem ajuda de custo da própria instituição. É o que aconteceu com Luís durante a Olimpíada Brasileira de Robótica. “Nós temos um sistema que faz o pagamento de bolsas. O Luís foi para lá com passagem aérea paga. No caso foi pela reitoria do IFPR. Tanto o Luís quanto o Adilson [professor] receberam diárias e a passagem aérea para poder participar do evento. Nós entendemos que há um custo nisso. Mas o que é o principal? É o que vamos ter de retorno. Então não é custo, não é gasto. É investimento. Investimento no futuro brasileiro”, conta.

Para Luís, participações em premiações como a Olimpíada Brasileira de Robótica são resultados de uma construção de conhecimento em conjunto com o IFPR. “É um mérito de todo o Instituto. Eu fui lá representando o Instituto. Eu fui representando o Paraná. Eu fui representar também a educação pública do Brasil. Demonstrar que temos uma educação de qualidade. Não é só mérito meu. Eu passei três anos no Instituto Federal, onde eu consegui aprender muito com todas as matérias, todo o tempo que eu passei lá. Todas as conexões que eu fiz. Então, isso também é muito impactante”, disse.

Fazer parte do desenvolvimento dos estudantes é um dos objetivos, segundo a diretora. “Nós trabalhamos para transformar a vida dos nossos estudantes, para que eles tenham essas oportunidades. Para que eles entrem lá com um pensamento e, de repente, saiam de lá vendo que eles podem ser muito mais do que eles imaginaram que poderiam ser algum dia”, conta.

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