Declaração foi dada pela presidente do Consórcio de Saúde na Câmara Municipal/Jussara Harmuch com texto de Karin Franco
O Centro de Saúde Erasto Gaertner em Irati voltou a ser assunto na Câmara de Irati após o presidente, José Ronaldo Ferreira (PSDB), revelar que na visita que ele e o vereador Hélio de Mello (PV) fizeram à estrutura do Erasto em Curitiba, o superintendente da Liga Feminina de Combate ao Câncer, Adriano Rocha Lago, contou que o Governo do Estado estabelecerá um contrato com a unidade de Irati num valor de R$ 350 mil.
Para a presidente do Consórcio Intermunicipal de Saúde (CIS/Amcespar), Cleonice Schuck, que esteve na sessão, o novo acordo possibilita que a maioria dos pacientes da região sejam atendidos com consultas e quimioterapia em Irati. “Hoje nós temos alguns atendimentos aqui em Irati, também a quimioterapia sendo feita, consultas. Só que nós dependemos que a prefeitura de Curitiba libere as vagas porque a gestão plena, que é um recurso que vem e que é administrado pelo próprio município, isso acontece lá em Curitiba. O Erasto está dentro do município de Curitiba. Hoje, digamos assim, que Curitiba tem o domínio sobre as vagas do hospital do Erasto. Nós estamos com esse contrato, que o Governo do Estado vai fazer, nós vamos estar separando as vagas e os atendimentos de Irati em um contrato separado para que esses códigos de transação que viabilizam as vagas, que formam as vagas para atendimento, sejam quase que na sua totalidade realizados aqui em Irati”, disse.
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A expectativa é que a maioria dos casos possam ser atendidos em Irati. “Nós vamos poder ter, acredito que mais de 90% da média que nós temos, de 90 a 100 casos por mês de atendimento oncológico. Nós vamos poder estar fazendo na 4ª Regional de Saúde aqui em Irati, no Centro de Saúde Erasto Gaertner, aonde era o hospital Agnus Dei”, afirma Cleonice.
Até o momento, a média de atendimentos em Irati é menor, apresentando uma variação de dez a 40 procedimentos. Por vezes, nenhum atendimento. Sem a liberação de atendimento por Curitiba, pacientes que poderiam ser atendidos em Irati, acabam sendo atendidos em outros hospitais da capital. “Muitos dos nossos pacientes estão sendo atendidos em outros hospitais. O hospital do Rocio, bastante para o Angelina Caron, que tem uma capacidade grande de atendimento, mas que dificulta para o nosso paciente, para nós que estamos aqui, atravessar toda a cidade de Curitiba, pegar todo aquele trânsito, sair de madrugada de casa e deixar o atendimento aqui”, conta.
Cleonice espera que em 30 dias a documentação para o recebimento do recurso de R$ 300 mil seja finalizada e o repasse seja feito até julho. “Junho, no máximo, julho, nós já estaríamos com essa nova realidade, essa independência de atendimento acontecendo aqui em Irati, terminando também a construção da capela, que as quimios possam ser feitas aqui, conseguindo também com o Governo do Estado, o credenciamento de alguns leitos para que possamos estar fazendo este atendimento paliativo dos casos já de final de tratamento”, conta.
Os novos recursos podem aumentar a capacidade de atendimento em Irati. “Nós teremos as primeiras consultas, assim que esteja também o centro cirúrgico, que já tem o recurso de R$ 4,3 milhões garantido, metade do deputado Sandro Alex, através de uma emenda parlamentar, a outra parte da Assembleia Legislativa, através dos deputados que representam a nossa região, nós teremos como fazer a primeira consulta, a quimioterapia, biópsias e pequenas cirurgias todas aqui em Irati. Além de que se o governo se sensibilizar e credenciar alguns leitos, também teremos esse cuidado paliativo, que falamos quase no final da vida, quando é o extremo sofrimento que precisa do atendimento hospitalar”, disse.
A otimização do atendimento em Irati depende também da instalação de uma “capela” no novo espaço do Erasto Gaertner, uma espécie de armação em ambiente esterilizado onde se realiza o preparo da quimioterapia. A instalação está no prédio da ANAPCI e deve ser transferida para o local atual, o antigo Agnus Dei.
Enquanto a mudança não é feita, o preparo da quimioterapia está sendo feito em Curitiba, o que implica em cuidados a mais com a conservação e prazo de validade, depois de preparado. A transferência ainda necessita de aprovação da Vigilância Sanitária. “Essa dificuldade da ‘capela’ já está com o projeto pronto, está na Vigilância [Sanitária] da prefeitura de Irati para ser aprovada. Assim que seja aprovada aqui na Vigilância, nós teremos a construção da capela ali no hospital Agnus Dei”, diz a presidente do Consórcio.
O vereador João Henrique Sabag Duarte (PV), que é médico e atua na Santa Casa de Irati, havia cogitado de criar uma frente de apoio para trazer à Irati os tratamentos de quimioterapia e radioterapia, oferecidos por esta instituição hospitalar, que é referência regional.