Objetivo foi mostrar as novas instalações do Centro de Saúde Erasto Gaertner e dar informações sobre os atendimentos realizados/Texto de Karin Franco, com reportagem de Paulo Sava e Rose Harmuch
A equipe do Centro de Saúde Erasto Gaertner se reuniu com secretários de Saúde e representantes dos nove municípios do Consórcio de Saúde Intermundial (CIS/Amcespar) na última semana para apresentar dados dos atendimentos em Irati. Ao todo, 84 pacientes dos nove municípios realizam quimioterapia no Centro de Saúde, que realiza por mês cerca de 700 atendimentos.
Durante a reunião, os secretários e representantes também puderam conhecer mais sobre a estrutura do novo Centro de Saúde Erasto Gaertner que passou recentemente por uma fusão com o hospital Agnus Dei.
A secretária municipal de Saúde de Fernandes Pinheiro, Emanuelle De Matos, foi uma das representantes que estiveram na reunião e destacou o papel do Centro de Saúde na região. “Podemos observar as mudanças na estrutura, os projetos e as adaptações do prédio que vem sendo feitas, para que se amplie ainda mais a oferta de serviços, exames e procedimentos, pois o Centro de Saúde Erasto Gaertner, não atende apenas a Oncologia. Fica a nossa expectativa e a nossa parceria em poder firmar ainda mais trabalhos, para que eles possam ser prestadores de serviço para o nosso município”, disse.
A fusão dos dois hospitais criou o Centro de Saúde Erasto Gaertner que mantem atendimentos feitos anteriormente no Agnus Dei, como internamentos e atendimentos, e também da antiga unidade avançada do Erasto Gaertner, com os atendimentos de oncologia, como consultas, quimioterapia, exames de sangue e procedimentos da enfermagem.
A enfermeira-chefe do Centro de Saúde Erasto Gaertner, Daniela Raffo, explica que o Centro de Saúde permanece com os serviços do hospital Agnus Dei e transferiu para o local os serviços que eram prestados na antiga Anapci, primeiro local que o Erasto se instalou em Irati. “A parte do Agnus Dei, o serviço que era oferecido, ele permanece. O que aconteceu? Houve uma fusão entre o Erasto, onde era a unidade antiga da Anapci e o Agnus Dei. Todo aquele atendimento que era prestado lá na unidade onde ficávamos na Anapci, foi para o Agnus, e atendimento do Agnus permaneceu o mesmo. As pessoas que tinham os seus médicos, que faziam suas consultas, seus exames, eles podem continuar procurando a unidade do Centro de Saúde Erasto porque não é só o atendimento de câncer. Temos um hospital geral, onde presta serviço que era do Agnus e mais o do Erasto”, explica.
O Centro de Saúde Erasto Gartner recebe atendimentos particulares e públicos. Na área particular e de convênios, o paciente pode entrar em contato com o hospital e verificar as possibilidades de atendimento. Este é o caso de pacientes que se consultavam no Agnus Dei, que podem continuar a ter seus atendimentos no agora chamado Centro de Saúde Erasto Gartner. Na parte de oncologia, também é possível ter atendimento no particular e convênio, mas é preciso entrar em contato com o hospital para verificar as disponibilidades. O telefone do hospital é (42) 3132-6000.
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Atendimentos pelo SUS – No caso de atendimentos públicos, especialmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o caminho é diferente. O paciente deve procurar primeiro o posto de saúde do seu município para ter o encaminhamento. O Centro de Saúde Erasto Gaertner realiza atendimentos oncológicos pelo SUS apenas por encaminhamento da 4ª Regional de Saúde, que por sua vez, precisa pedir vaga por meio da Secretaria de Saúde de Curitiba, para conseguir gerar um código de transação.
Isto significa que a partir da primeira consulta no posto de saúde, o paciente precisa agendar o encaminhamento nos órgãos municipais que enviarão o pedido para a 4ª Regional de Saúde fazer o encaminhamento.
“O paciente lá de Fernandes Pinheiro, por exemplo, ele tem uma suspeita e o médico solicita que seja encaminhado à Oncologia. Muitos vão com um diagnóstico já de câncer, mas a grande maioria não. Ele tem uma suspeita e é encaminhada para Oncologia. Cada município, desses nove, tem uma central de marcação de especialidade dentro do seu município. É juntado todos os documentos e encaminhados para a 4ª Regional, que é da onde nós fazemos parte, esses nove municípios, e a 4ª Regional solicita para a Secretaria de Saúde de Curitiba esse código. Esse código é gerado através da Secretaria de Saúde de Curitiba e a encaminhado para o Erasto ou para um outro hospital que seja credenciado através da 4ª Regional para Oncologia”, conta.
Após a geração do código e o encaminhamento para o Erasto Gaertner, o atendimento é feito em menos de uma semana. “Uma vez encaminhado, sendo pra nós, do Erasto, nós atendemos, nós trabalhamos com um indicador chamado tempestividade. O que é isso? Em quanto tempo o paciente é atendido. Nós temos esse controle. Atendemos em cinco a sete dias praticamente todos os pacientes quando já recebemos o código. O atendimento é bem rápido. Através disso, vamos dar todo o segmento de exames, o que precisar para ter o diagnóstico ou já vindo com o diagnóstico, iniciar o tratamento”, conta.
A rapidez do atendimento acontece após o recebimento do código. “Tendo esse código, atendemos muito rápido porque depois disso vem toda uma sequência de exames, encaminhamento para especialidades, então trabalhamos com essa tempestividade, sempre controlando para que seja muito rápido esse atendimento”, explica.
Além dos atendimentos em Irati, o paciente também pode ser encaminhado para Curitiba, se precisar fazer um procedimento mais complexo. “Temos toda a equipe de Curitiba, do Erasto de lá, onde fazemos as cirurgias, fazemos os internamentos, alguns exames de imagem, a radioterapia. Nós trabalhamos sempre com o apoio de Curitiba. E aqui conseguimos fazer toda a parte que envolve a quimioterapia. Todos os protocolos de quimioterapia fazemos aqui. Esses 84 pacientes que estão fazendo quimioterapia, dá uma média de 150 aplicações por mês, porque tem paciente que vai toda semana, tem alguns que vão três vezes na semana ou a cada 21, 28 dias. Então, esse 84 dá um número maior por conta do tipo de quimioterapia que ele faz”, disse.
A enfermeira-chefe destaca que a possibilidade de fazer parte do tratamento e os exames em Irati diminuiu as longas viagens para muitos pacientes. “Nesses cinco anos que estamos aqui foram mais de 28 mil atendimentos, então falamos em 28 mil viagens a menos à Curitiba. Realizamos 150 coletas de exame de laboratório, então você imagina que o morador lá de Inácio [Martins], nem de Irati que é mais próximo, mas vamos falar de Mallet, ele acordava duas horas da manhã, pegava o ônibus para chegar em Curitiba às 7 horas, fazer uma coleta de um hemograma, um exame simples e voltava só de noite para casa”, conta.
Rede Feminina – O Centro de Saúde Erasto Gaertner também continua a receber as voluntárias da Rede Feminina de Combate ao Câncer para auxiliar no acompanhamento dos pacientes. Durante a pandemia, elas tiveram que ser afastadas, mas passaram a voltar a participar do dia a dia do hospital. “O voluntariado da Rede Feminina que atua dentro do hospital, tivemos esse período da pandemia que elas precisaram se afastar, e percebemos dos pacientes o quanto eles sentem falta porque temos os nossos afazeres do dia e elas estão ali conversando com os pacientes, ajudando, auxiliando e dando um ombro”, disse Daniela.
Reformas – Após a fusão, o local onde funcionava o Agnus Dei passou por algumas reformas para adaptar ao novo Centro de Saúde. “Fizemos alguns pequenos ajustes, em questão de fachada, pintura, questão estrutural. Internamente mantivemos a mesma estrutura. Na estrutura física, nós nos adequamos no espaço que é muito bom. Nós conseguimos facilmente nos adaptar à estrutura do Agnus. Tivemos que adaptar a questão de computadores, rede de telefonia, cabeamento porque o Erasto trabalha com prontuário eletrônico”, comenta.
Outras adaptações foram feitas no local. “Foram adquiridos uniformes para todos os 50 colaboradores. No início precisamos colocar uma tenda no estacionamento porque estávamos ainda com o Covid, para nos adequar até ao espaço. Mas hoje já está todo mundo dentro do hospital. Tivemos na recepção, quem for lá, temos um totem de atendimento que é muito parecido aquele quando você vai no banco. Você tira uma senha para qual atendimento que você vai prestar naquele dia, então temos tudo isso informatizado também”, explica.
As reformas de adaptação realizadas foram custeadas pelo próprio hospital Erasto Gaertner. Contudo, em outubro, os deputados Alexandre Curi, Artagão Júnior e Sandro Alex garantiram o repasse de um recurso de R$ 2,5 milhões que serão usados para estruturar o novo Centro de Saúde.
Aumento de casos – O Centro de Saúde Erasto Gaertner realiza 700 atendimentos, em média. “Desde um paciente que faz a quimioterapia, um paciente que vai retirar um ponto, um paciente que vai para uma consulta. Só da Oncologia, uma média de 700. Tem os atendimentos do Agnus que dá uma média de 3 mil atendimentos por mês”, conta.
Os cânceres que mais tem diagnóstico na região acompanham as estatísticas nacionais que colocam o câncer de pele como um dos mais incidentes, seguido do câncer de mama em mulheres e câncer de próstata nos homens.
A enfermeira-chefe destaca que há um aumento de casos de câncer e casos mais graves. “Nós observamos um aumento nos casos de câncer e não só no aumento, mas também em como esse paciente tem chegado porque com a pandemia as pessoas deixaram de ir ao médico. Vemos que os casos, além de terem aumentado, eles estão chegando mais graves”, disse.