Engenheiro civil escreve livro sobre 20 anos de história da ANAPCI

Dagoberto Waydzik escreveu o livro “ANAPCI 20 Anos de Solidariedade e Acolhimento”, que será lançado…

28 de março de 2025 às 23h10m

Dagoberto Waydzik escreveu o livro “ANAPCI 20 Anos de Solidariedade e Acolhimento”, que será lançado na próxima sexta-feira, às 20h, no Centro Cultural Clube do Comércio, em Irati/Texto de Marina Bendhack, com entrevista realizada por Juarez Oliveira

Presidente da ANAPCI, Denise Dietrich, ao lado do presidente do Conselho Deliberativo, Dagoberto Waydzik, que escreveu livro contando história da instituição. Foto: João Geraldo Mitz (Magoo)

O engenheiro civil Dagoberto Waydzik, que participou da fundação da Associação do Núcleo de Apoio ao Portador de Câncer de Irati (ANAPCI) lança seu livro sobre a história da instituição, no dia 04 de abril (sexta-feira), às 20h, no Centro Cultural Clube do Comércio, em Irati. A arrecadação das vendas será revertida em benefício da ANAPCI.

Dagoberto participou da fundação da ANAPCI em 2005 e atualmente é presidente do conselho deliberativo. Em seu livro, ele celebra os 20 anos de história dessa entidade filantrópica e sem fins lucrativos, com contos, crônicas e poemas. “Eu fui desafiado ano passado até pela, hoje colaboradora, mas foi voluntária, Vilma de Oliveira, disse ‘viu, você não vai escrever um livro sobre isso?’, mas tinha muito pouco tempo, isso aí era final do ano passado e a gente estava em campanha e tal, mas eu, como eu tinha muito material e muita informação, em poucos meses nós redigimos esse livro e já está na gráfica para dia 4 ser feito o lançamento”, contou Dagoberto durante entrevista à Najuá.

O autor, junto com diversas pessoas que passaram e estão na ANAPCI, fez uma viagem no tempo para resgatar as histórias da fundação. “Voltamos ao passado para resgatar essas histórias, mas além da fundação, da dificuldade que a gente via pessoas pernoitando na praça, na rodoviaria, isso sensibilizou a Dione [voluntária] e os outros fundadores, entre eles, nós, a […] alugarmos uma casa e acolher essas pessoas que vinham fazer tratamento fora. Depois veio o advento do terreno, da construção, das promoções que a gente fazia para arrecadar e sustentar isso, mas eu simplesmente fui a caneta que escreveu esse livro, quem realmente escreveu [a história] foram as voluntárias e os pacientes”, salienta o escritor. O livro é composto de histórias marcantes, relatos de voluntários, poesias e fotografias. Ao total são 33 crônicas e contos das pessoas que passaram pela entidade.

Esse é um livro especial, conta Dagoberto. “É um livro colorido, capa dura, vai ter 133 páginas, 33 capítulos, tem algumas poesias bem interessantes e ele tem mais de 80 fotografias coloridas da vida da ANAPCI. Então um livro mais caro para você poder produzir ele”, revela o engenheiro civil. Os patrocinadores viabilizaram a produção do livro arcando com os custos de impressão e outros gastos. Deste modo, todo o dinheiro arrecadado com o livro será destinado a ANAPCI.

O livro segue uma ordem cronológica. “A gente começa com a fundação, com a mudança de sede, um bazar que nós tínhamos, a própria sede aqui no Alto da Glória, na lavanderia, com a dona Tereza, com a Kelly, Jordana, depois daquilo nós vimos que estava muito apertado uma casinha que nós tínhamos aqui no [bairro] Alto da Glória, nós conseguimos uma casa no Rio Bonito, de madeira, pra fazer esse bazar. Esse bazar é um capítulo do livro, muito interessante, porque ele sustentou parte da nossa entidade, vendendo roupa usada, doando roupa usada, reciclando, reutilizando roupa que não dava pra vender, a gente fazia estopa e vendia. Então, a ANAPCI, ela tem uma série de programas, não é só o programa do doente”, afirma o autor. Um terreno foi doado pela prefeitura para a construção da sede própria da entidade. Dagoberto foi o responsável pelo projeto da casa.

O engenheiro civil conta no livro a história de um rapaz jovem, que doou 100 tijolos para a construção, e de uma mulher que doou meia barra de sabão. Essas histórias de doação que inspiram a escrita da história da ANAPCI, segundo Dagoberto. Também há um capítulo sobre o hospital Erasto Gaertner, pois a ANAPCI participou de sua vinda à cidade. O autor conta que procuravam um médico para atender a primeira consulta dos portadores de câncer. Antigamente havia um médico que atendia pelo SUS, mas que não conseguiu continuar as atividades. Por isso, a entidade procurou a deputada federal, Leandre Dal Ponte, que atualmente é secretária de Estado da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa. “A gente ficou entristecido e foi atrás da deputada Leandre na época e ela nos levou no Erasto Gaertner. E eu fui com o intuito, eu levei a planta da obra que estava em construção, fui com o intuito de dizer assim, olha, nós temos dinheiro para pagar um médico, a construção já está praticamente pronta, nós vamos ter uma sala lá, podemos acomodá-lo na própria entidade, tem cama, tem tudo, porque tem um outro capítulo da pró-vida que nós recebemos muitas doações. Daí ele olhou assim para mim, disse, mas nós estamos querendo fazer mais. Mais o quê? Nós estamos querendo interiorizar o Erasto. E esse capítulo está ali e levou mais de um ano essa briga”.

Dagoberto conta como foi a saída da sede da ANAPCI e os benefícios da vinda do Erasto Gaertner para Irati. “Nós saímos da sede, alugamos novamente uma sede e o Erasto ficou por cinco anos lá. Foram mais de 30 mil viagens evitadas de se deslocar para Curitiba, Ponta Grossa e outras cidades através desse Erasto. Então vocês vejam bem o ganho que teve a sociedade não só de Irati e da região com a vinda do Erasto e com a ajuda da ANAPCI nisso aí. Não só da ANAPCI, mas de todos os iratienses, mas a ANAPCI foi fundamental nisso aí”.

O engenheiro ressalta a importância do atendimento multidisciplinar da pessoa portadora de câncer. “É porque quando, […] todos sabem, uma pessoa de uma família tem o câncer, ela recebe essa notícia, toda a família fica doente. Ela precisa de um amparo psicológico, um amparo social, um amparo até, às vezes, de um auxílio com remédio e uma palavra amiga e cesta básica”, destaca.

Dagoberto ressalta o poder da ação e da ajuda da comunidade. “Eu quero deixar uma mensagem aqui de São Francisco de Assis, há oito séculos atrás, falou para os seus companheiros ‘vocês seguidores preguem o evangelho, saem e usem a palavra, mas só usem se necessária a palavra, pratiquem gestos’ e é isso que a ANAPCI quer praticar, gestos para deixar aquela dor menos intensa do portador de câncer. Então, a gente conta com vocês de uma maneira ou outra, ficamos agradecidos de todos que nos auxiliam na nossa entidade”.

O livro custa R$ 80 e será vendido no dia do lançamento (4 de abril- no Clube do Comércio). O evento terá apresentações artísticas e a presença do coral de serestas. A publicação também será vendida no Sebo Centenário e na própria ANAPCI. Serão produzidos 300 exemplares e quem quiser encomendar pode entrar em contato com a ANAPCI no telefone 9-9989-5000.

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