Educação é tema da Campanha da Fraternidade 2022

Neste ano, campanha tem como tema “Fraternidade e Educação”, e como lema, “Fala com sabedoria,…

09 de março de 2022 às 10h54m

Neste ano, campanha tem como tema “Fraternidade e Educação”, e como lema, “Fala com sabedoria, ensina com amor”/Paulo Henrique Sava, com reportagem de Juarez Oliveira

Diácono Renato Marochi falou sobre a Campanha da Fraternidade 2022 no programa Espaço Cidadão, da Super Najuá FM 92,5. Foto: Reprodução Facebook

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou na Quarta-feira de Cinzas, 02, a Campanha da Fraternidade 2022. Neste ano, a campanha terá como tema “Fraternidade e Educação” e como lema “Fala com sabedoria, ensina com amor” (Provérbios 31,26). O lançamento oficial foi feito em todas as paróquias brasileiras com a missa das cinzas. 

Em entrevista ao programa Espaço Cidadão, da Super Najuá, o diácono permanente Renato Marochi destacou que a educação apresenta duas virtudes máximas da vida do ser humano: a verdade e a liberdade. “A verdade liberta porque ela tira todas as sombras das mentiras, daquilo que está escondido, e isto tem que se revelar na educação. Não podemos fazer ou ter uma educação às escuras: tem que ser uma educação que nos liberte para a verdade”, frisou. 

Renato afirmou que todas as pessoas devem ensinar com amor. “Se você não tiver palavras para falar, não tem importância, pois pode educar com atitudes de amor. Elas serão muito mais valiosas que as palavras, que muitas vezes escondem a verdade; as atitudes não, pois são transparentes e mostram isto”, comentou. 

Há alguns anos, o Papa Francisco propôs na ONU um pacto mundial pela educação, conforme explica o diácono. 

“Significa rever a história e ver onde nasceu a educação nos moldes que temos hoje. Ela nasceu na Igreja porque ela foi fiel em pegar da Palavra de Deus a sabedoria de Deus e ensinou com atitudes. Criaram-se as escolas públicas para pobres e universidades no seio da Igreja. Todas as ciências nasceram porque a sabedoria de Deus colocou em transparência a verdade, e as ciências buscam testar a verdade que existe nas coisas. A ciência não ensina a verdade, mas apenas comprova a sabedoria que já existe, e é a sabedoria de Deus”, frisou. 

Para Renato, durante a Quaresma, é preciso debater a vida. “A vida é aquilo que acaba, que não tem mais volta. Enquanto ainda temos condição de planejar e programar uma vida melhor, precisamos fazer, e este é o tempo, de quaresma, que se refere a 40 dias, mas não é um número, mas sim um tempo favorável e suficiente para uma mudança de vida”, comentou. 

Renato explica que a Quaresma é um tempo importante para que a pessoa possa repensar algumas atitudes e reconstruir a sua vida. “Este é um ponto muito importante para refletirmos agora. E 40 dias na nossa vida representa o tempo suficiente e favorável da nossa vida neste mundo. Temos este tempo de caminhada, e precisamos fazer com que ele seja suficiente para que cada um de nós possa reestruturar o que não está certo e recomeçar”, comentou. 

O diácono explicou o motivo da realização da Campanha da Fraternidade anualmente no período da Quaresma. “Porque justamente busca-se neste tempo fazer uma reflexão sobre como está a educação no nosso planeta, e não somente no Brasil, e remodelar isto”, frisou. 

A CF 2022 convida a promover diálogos a partir da realidade educativa do Brasil, à luz da fé cristã, propondo caminhos em favor do humanismo integral e solidário. Renato explica esta afirmação da CNBB.

“Veja que a Igreja nunca inventa nada: ela sempre se baseia na Palavra de Deus e no magistério da Igreja. Esta palavra da pessoa integral está em um documento editado pelo Papa São Paulo VI logo depois do Concílio Vaticano 2º (realizado em 1962), que dizia que este mundo novo precisava ser atingido com a sabedoria e a formação da Palavra de Deus para promover o desenvolvimento humano, toda a pessoa de maneira integral. Não há desenvolvimento econômico: há o desenvolvimento integral. Não há uma ecologia de meio ambiente: há uma ecologia integral. Deus é absoluto, é o todo, e não pode ser apenas uma parte”, frisou. 

Renato também destacou o papel da família na educação de crianças e adolescentes. “Você não vai aprender só na escola aquilo que é de responsabilidade da família. Por exemplo: ensinar um a respeitar o outro é em casa, na família, é no exemplo do pai e da mãe, do marido e da esposa, é neste exemplo de respeito humano que os filhos serão educados. Não adianta o pai dizer ‘faça isto’ e dar outro testemunho, outra atitude. Nós aprendemos a ser bons com a bondade da casa, da família, e o que vamos representar na sociedade é aquilo que trazemos da família. A educação é isto, é você dar respostas sobre aquilo que está dentro (do seu coração)”, pontuou. 

Em alguns casos, palavras ditas de forma correta, bondosa, podem curar até casos clínicos de depressão, segundo o diácono.  “Você reconstrói aquilo que está destruído com palavras boas. De onde as tiramos? Justamente da Palavra de Deus. Algumas pessoas dizem que não acreditam na Bíblia porque ela tem muitas coisas que não se comprovam pela ciência. A Bíblia não tem intenção de justificar a ciência: ela tem que se justificar com as verdades da Palavra de Deus, e elas, quando aplicadas de maneira correta, sem literalismos, mas num conceito educativo, nós vamos aprender muito porque todos os fatos da Bíblia, seja do Antigo ou do Novo Testamento, se você mudar a forma de entender, onde diz ‘Povo de Deus’, coloque o seu nome, pois você é o povo de Deus, e aquela palavra está sendo dita para você, aquele acontecimento vai ocorrer com você também como foi com o povo”, comentou.

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Renato acredita que o fundamento do ato de educar está mais no exemplo do que nas palavras. “Educar não é um ato isolado, não é da escola, é da família, das pessoas, de todos aqueles que têm a capacidade de ensinar e aprender. Ensinamos e aprendemos juntos”, afirmou.

Na visão dos integrantes da CNBB, é preciso colocar como fundamento da educação moderna e futura o Ensino Religioso, o qual, segundo Renato, foi transformado nos últimos anos em um “proselitismo religioso”, ou seja, numa tentativa de fazer com que as pessoas mudem de religião. “Ensino Religioso é você ter como sustentáculo, como base, a Palavra de Deus e o ensinamento cristão, a partir de Jesus Cristo, é o que deve orientar a educação de todos os povos, porque está na essência do ser humano ser bom. Por isto, viemos de um princípio segundo o qual não podemos negar a existência de Deus”, pontuou.

Renato destacou a importância da educação na fé. “A fé vai falar sobre a verdade. Pode ser que não seja a sua, e tomara que não seja, porque aí aprendemos que a verdade absoluta de Deus é completamente reparadora e nos promove a vida, a liberdade e a felicidade, não somente neste mundo, mas também a felicidade eterna. Que esta preparação seja o fundamento da vida de cada um”, finalizou. 

Campanha da Fraternidade 2022 da CNBB terá como tema “Fraternidade e Educação”. Foto: Divulgação CNBB

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