Dívida do município com o CAPSIRATI chega a aproximadamente R$ 9 milhões, diz Hélio de Mello

Presidente da Câmara diz que parcelamento de dívida levou em conta as dificuldades financeiras enfrentadas…

30 de janeiro de 2021 às 11h55m

Presidente da Câmara diz que parcelamento de dívida levou em conta as dificuldades financeiras enfrentadas pelo município em virtude da pandemia de Covid-19

Hélio de Mello (PV) afirmou que dívida do município com o CAPSIRATI chega a aproximadamente R$ 9 milhões. Foto: Paulo Henrique Sava

Em entrevista à Najuá, o presidente da Câmara de Irati, Hélio de Mello (PV), afirmou que a dívida do município para com o Caixa de Aposentadoria e Pensão dos Servidores Públicos Municipais (CAPSIRATI) chega a quase R$ 9 milhões. Ele ressaltou que o Projeto de Lei nº 002/2021, aprovado pelos vereadores na última segunda-feira, 25, se refere à regulamentação do pagamento deste valor por conta da suspensão dos repasses do Executivo no período de março a dezembro de 2020. Ao aprovar este projeto, os vereadores levaram em conta as dificuldades financeiras enfrentadas pelo município, que teve queda na arrecadação causada pela pandemia de Covid-19.  

O montante será pago em 47 parcelas mensais, com juros de 1% ao mês. Os pagamentos serão feitos a partir do dia 28 de fevereiro de 2021 até 31 de dezembro de 2024. O valor total pode ser amortizado periodicamente pelo Executivo. “Se a parcela for de R$ 100 mil e o prefeito tiver R$ 500 mil e quiser depositar, pode diminuir este montante total da dívida. O juro será de 1% ao mês. A situação fica mais tranquila porque, se este dinheiro estivesse sendo investido pelo próprio CAPSIRATI em qualquer fundo, situação bancária ou poupança, não renderia 1%. Para o caixa de seguridade, também foi vantajoso. Acreditamos que quatro anos é um período tranquilo para ser paga esta conta, pois o mesmo gestor que gerou a dívida é quem vai pagar”, pontuou. 

Mesmo com o pagamento desta dívida, o município deverá manter os repasses regulares ao CAPSIRATI ao longo de 2021, conforme Hélio. “Ele (Executivo) tem este compromisso, é uma obrigação que o gestor deve cumprir. Ele vai pagar esta dívida, pois é o mesmo projeto do ano passado que teve regulamentada a forma de pagamento, e vai continuar mantendo em dia a parte patronal. Se ele tem R$ 900 mil por mês de dívida para pagar, teria mais R$ 900 mil de cada mês atual, somando R$ 1,8 milhão mensais para depositar junto ao CAPSIRATI”, comentou.

O primeiro projeto, apresentado pelo Executivo ainda antes das eleições de 15 de novembro, solicitava que o parcelamento fosse feito em até 60 vezes, o que deixaria parte da dívida para ser paga pelo próximo gestor. No entanto, como o prazo foi considerado muito extenso pelos vereadores, a proposição foi retirada de pauta naquele momento. 

“Seria bem complicado, pois seriam cinco anos. Então, quando passou a eleição, o prefeito apresentou interesse em mandar novamente o projeto, e uma das condições que nós, vereadores, colocamos, é que nós poderíamos aprovar, desde que (a dívida) ficasse dentro da sua gestão. Como ele (Derbli) havia conseguido a reeleição, na conta feita, ele mesmo vai pagar”, comentou. 

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Como garantia de pagamento, a Prefeitura ofereceu os recursos oriundos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). “Tem uma segurança de que, se o CAPSIRATI não conseguir receber e acontecer de atrasar várias parcelas, ele pode chegar junto à instituição financeira que recebe os recursos do FPM, apresentar este artigo da lei e, automaticamente, pegar este dinheiro para o pagamento da dívida. Tenho certeza que o Executivo não vai chegar a este ponto, o CAPSIRATI vai receber e o gestor municipal vai querer manter e dar conta do recado, que é o que nós esperamos”, avaliou. 

Já a folha de pagamento dos servidores custa aproximadamente R$ 6,5 milhões por mês ao município. Os repasses para o CAPSIRATI giram em torno de R$ 900 mil a R$ 1 milhão mensais. Entretanto, por conta da queda na arrecadação, o prefeito Jorge Derbli (PSDB) decidiu manter em dia as despesas mensais e o 13º salário dos servidores e optou por parcelar a dívida patronal com o caixa de pensão, de acordo com Hélio.

“Se o prefeito optasse por não pagar o mês de dezembro e o 13º dos funcionários, pagaria a parte patronal e com certeza deixaria, se fosse outro prefeito, esta conta para o próximo gestor, mas ele manteve rigorosamente em dia a folha de pagamento e o 13º de todos os funcionários. A solução para o momento foi esta de parcelar a dívida, que o prefeito confessou e quer pagar. Enquanto vereadores, temos que transformar em lei e dar condições para que o município continue funcionando, até porque, se até 31 de janeiro não houvesse a aprovação, o Executivo teria problemas para receber recursos federais e estaduais porque não teria a certidão necessária para isto”, finalizou.

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