Toninho Wandscheer se comprometeu a enviar R$ 4 milhões em recursos de emenda parlamentar para o segundo semestre do ano que vem/Paulo Sava
Em reunião com a diretoria da Santa Casa de Irati, o deputado federal Toninho Wandscheer (PP) se comprometeu a enviar R$ 4 milhões de emenda parlamentar para o hospital em 2025. A previsão é de que a liberação dos recursos aconteça no segundo semestre do ano que vem. Em 2023, o déficit da Santa Casa ultrapassou R$ 1,5 milhão.
O contrato, assinado pela Santa Casa com a Secretaria de Estado da Saúde (SESA) e o Sistema Único de Saúde (SUS) em agosto de 2021, deve terminar em 2026. O valor total do contrato é de R$ 78.132.436,80, ou seja, por ano o SUS paga R$ 15.626,487,36 ao hospital. O documento foi publicado no Portal da Transparência da Santa Casa.
Em entrevista coletiva, o deputado contou que, assim como o hospital iratiense, todas as Santas Casas do Brasil enfrentam problemas financeiros.
“A Santa Casa tem problemas financeiros como todas as Santas Casas do Brasil porque a forma como são feitos o pagamento e a transferência de recursos para custear os trabalhos de um hospital como este aqui é muito deficitária. Então, viemos aqui para conversar e assumir o compromisso de fazer com que recursos que eu posso mandar de emendas parlamentares e de contatos meus em Brasília possam suprir esta diferença de caixa que faz com que o hospital não tenha capacidade de atender melhor ainda do que atende. Sempre que falta dinheiro, há problemas, pois os funcionários e médicos não recebem em dia. Nós temos que dar um jeito de acertar isto”, frisou.
Defasagem da tabela SUS – O deputado acredita que o valor pago pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para custear serviços de saúde no Brasil é muito pequeno diante das necessidades da população.
“Quem precisa de um hospital como a Santa Casa é quem não tem dinheiro, é quem necessita de atendimento e não tem dinheiro nem para comprar um remédio. Aqui o paciente tem que sair com a receita e o remédio. Nós sabemos das dificuldades, que trabalhar na Santa Casa é uma forma de prestar um trabalho à sociedade, e eu parabenizo o Ladislao (Obrzut Neto, provedor) e o Bruno (Alencar, otorrinolaringologista) por estarem aqui, à frente deste gigante, que é um hospital bem organizado, e sempre tentando resolver as questões financeiras. É difícil, mas, por pessoas abnegadas como eles é que a Santa Casa ainda sobrevive no Paraná e no Brasil”, comentou.
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A diretoria da Santa Casa solicitou a liberação de um recurso ainda neste ano para que o hospital possa pagar uma parte de suas contas. No entanto, o deputado não garantiu que conseguirá a liberação do dinheiro.
“O que eu falo eu cumpro, e se eu disser que tem, vou ter que cumprir com esta situação. Para o orçamento do ano que vem, eu destino R$ 4 milhões. Eu vou tentar viabilizar recursos para este ano, mas eu não posso me comprometer porque senão depois vão dizer que o deputado Toninho falou que ia mandar e não mandou. É possível, mas não é uma coisa concreta e real porque é um governo diferente. Neste final de ano, estamos vendo o governo cortando recursos, inclusive na área social, são reuniões em Brasília entre o presidente, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) tendo que cortar recursos e ministros da área social não deixando cortar. Não sabemos como vai ficar este final de ano lá, mas eu tenho outras possibilidades que vou tentar, e se conseguir, com muito prazer eu quero ajudar porque aqui eu vi que é uma forma de eu contribuir com este povo querido de Irati também”, frisou.
Parceria com municípios – A direção da Santa Casa também está conversando com prefeitos dos municípios da região da Amcespar para retomar a parceria com o hospital, por meio do Consórcio Intermunicipal de Saúde, de acordo com o médico Bruno Alencar, que intermediou a conversa com o deputado. “Com isto, vamos poder trabalhar nas três pontas, a nível municipal, estadual e federal, abrindo um novo horizonte para a Santa Casa e tendo um deputado federal parceiro da instituição”, pontuou.
Bruno ressaltou que a população mais vulnerável é quem mais procura atendimentos na Santa Casa. “As pessoas mais carentes precisam de um atendimento de primeira, e isto a Santa Casa há muito tempo oferece. É um atendimento com carinho e de qualidade para a sua população. Para isto, gera-se custos altos, que muitas vezes somente o recurso do SUS não é suficiente para cobrir. A saúde precisa de três esferas de recursos: municipais, estaduais e federais”, finalizou.