Agência Estado
O presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Leonardo Prudente (sem partido), anunciou nesta tarde, em reunião informal da Mesa Diretora, que permanecerá no comando da Casa, apesar da pressão da oposição para que se mantenha afastado do cargo durante a investigação das denúncias de seu envolvimento em um esquema de corrupção.
De acordo com inquérito comandado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), o esquema seria chefiado pelo governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (ex-DEM), e envolveria 10 deputados distritais. Leonardo Prudente foi flagrado em vídeo da Operação Caixa de Pandora guardando nos bolsos e nas meias maços de dinheiro que seriam do esquema de propinas.
Dos cinco membros da Mesa Diretora, quatro participaram do encontro de hoje, realizado na casa do deputado Wilson Lima (PR), no Gama, cidade-satélite de Brasília. Segundo o deputado Cabo Patrício (PT), todos os parlamentares presentes pressionaram Prudente a se afastar da presidência da Câmara.
Mas, segundo Patrício, Prudente, que havia se afastado do cargo após a divulgação das denúncias, alegou que um parecer da Procuradoria da Câmara é favorável a seu retorno à presidência.
De acordo com o secretário-geral da Câmara Legislativa, Gustavo Marquez, o deputado Prudente, como presidente eleito, pode pedir licença e retornar ao cargo a qualquer momento.
O PT, porém, questiona o fato de Prudente ter pedido 60 dias de licença da presidência da Câmara Legislativa alegando problemas de saúde, mas, menos de um mês depois, voltou ao cargo sem comunicar à Mesa Diretora.
Na segunda-feira, segundo a líder petista, deputada Érika Kokay, o PT apresentará um requerimento ao plenário pedindo o afastamento de Prudente da presidência.
Além de Prudente, outros nove deputados respondem a processo acusados de quebra de decoro parlamentar por envolvimento no esquema de propina investigado pelo STJ.