Delegado de Furtos e Roubos de Cargas comenta prisão de vice-prefeito de Rio Azul

Renato Hrinzcuk (PP) foi detido na quinta-feira (21) suspeito de receptar parte de uma carga…

23 de dezembro de 2017 às 12h11m

Renato Hrinzcuk (PP) foi detido na quinta-feira (21) suspeito de receptar parte de uma carga de arroz de 10 toneladas, avaliada em R$ 18 mil

Da Redação 
O delegado-titular da Delegacia de Furtos e Roubos de Carga (DRFC), Ademair da Cruz Braga Júnior, esclareceu a prisão do vice-prefeito de Rio Azul, Renato Hrinczuk (PP) e de um empresário iratiense, que não teve a identidade divulgada. Ambos foram detidos na quinta-feira (21) sob a suspeita de receptação de uma carga de arroz, de dez toneladas, avaliada em R$ 18 mil.

Confira o áudio da entrevista com o Delegado no fim do texto

A DRFC recuperou na tarde de quinta (21) parte da carga furtada em Santa Catarina. A mercadoria, que seria entregue no Estado de São Paulo, tinha sido desviada, na última sexta (15), na cidade de Içara (SC). A carga era de 30 toneladas de arroz, avaliada inicialmente em R$ 53 mil, segundo Braga Júnior. 
“Chegando ao interior do Paraná, essa carga foi receptada por duas pessoas. Parte dessa carga foi encontrada em Irati e parte em Rio Azul, em estabelecimentos comerciais, com envolvimento de agentes políticos na receptação”, diz. 
O delegado explica que houve desvio da carga mediante fraude. “É comum no ramo de cargas que as pessoas utilizem documentos falsos para obter vantagem com o desvio da carga. Foi o que ocorreu no Estado de Santa Catarina. Fomos acionados pela Delegacia Regional de Içara (SC) e iniciamos as diligências e logramos êxito em apreender essa carga aí na região”, acrescenta. 

As investigações prosseguem, pois somente metade da carga desviada foi recuperada na operação. “Provavelmente, teremos mais pessoas envolvidas, que nos próximos dias, nas próximas horas, a polícia seguramente logrará êxito em efetuar a prisão e recuperação dessa carga”, afirma. 
Tanto o vice-prefeito de Rio Azul quanto o empresário iratiense, que não tiveram as identidades divulgadas oficialmente pela Polícia Civil do Paraná, foram autuados em flagrante pelo crime de receptação qualificada, cuja pena é prevista, no Código Penal, de um a cinco anos de prisão. “Eles agora ficam presos, à disposição da Justiça, e terá a decisão se estas pessoas permanecem em cárcere ou se vão responder ao processo em liberdade”, explica Braga Júnior. Cabe à Justiça arbitrar fiança ou mesmo conceder a liberdade provisória. 

Foram recuperados aproximadamente 300 fardos de arroz em Rio Azul e 12 fardos em Irati. De acordo com o delegado da DRFC, a nota apresentada em Rio Azul ainda será submetida à análise sob o conteúdo ideológico – ou seja, se é fria ou não. “Se apurada a responsabilidade, poderá ser condenado”, diz. 
Em Rio Azul, a mercadoria apreendida já estava exposta para venda. Em Irati, ainda estava acondicionada em um depósito. “A mercadoria foi encontrada nas condições de estoque e agora trabalhamos para apurar a responsabilidade de quem roubou essa mercadoria, na verdade, de quem obteve, de maneira ilícita, essa mercadoria no Estado de Santa Catarina e que negociou na região de Irati e Rio Azul”, esclarece o delegado da DRFC. 
{JIMG1}
O vice-prefeito e o empresário permaneciam presos em Curitiba na tarde desta sexta (22). “Já determinei encaminhamento deles para que o juiz local adote as medidas adequadas”, afirma. Nesse caso, o empresário iratiense deve ser encaminhado à 41ª DRP, em Irati, e o vice-prefeito de Rio Azul para a Delegacia de Rebouças.
Conforme postagem nas redes sociais, o estabelecimento que adquiriu a mercadoria roubada em Irati pertence a família Opata, localizado na Vila São João. Os proprietários do mercado afirmaram que compraram os produtos de uma pessoa chamada “Beto”, que apresentou uma nota fiscal de uma empresa da cidade de Franca, interior de São Paulo, que negou a venda. 
{JIMG0}
Conforme boletim de ocorrência registrado sobre o fato, a equipe de investigação da DRFC recebeu informações de que uma carga de arroz, com valor de R$ 54 mil, que havia sido carregada na cidade de Turvo/SC, mediante crime de estelionato, registrado na Delegacia de Içara/SC, estava em um estabelecimento em Rio Azul. No local, os policiais constataram que havia grande quantidade do produto em estoque. O vice-prefeito, proprietário do mercado, se apresentou aos policiais e informou que adquiriu a mercadoria de um homem conhecido por “Beto”. Hrinczuk apresentou duas notas fiscais referentes à compra realizada. Os documentos foram emitidos por uma empresa com endereço em Franca/SP. A empresa de alimentos que teve a carga de arroz roubada revelou que não havia vendido mercadoria ao estabelecimento com sede em São Paulo.
Foi constatado que a mercadoria era do mesmo lote que havia sido objeto de ilícito. Com isso, os produtos foram apreendidos e o proprietário do estabelecimento foi detido.

Entrevista com o delegado-titular da Delegacia de Furtos e Roubos de Carga (DRFC), Ademair da Cruz Braga Júnior

Este site usa cookies para proporcionar a você a melhor experiência possível. Esses cookies são utilizados para análise e aprimoramento contínuo. Clique em "Entendi e aceito" se concorda com nossos termos.