Decreto torna uso de máscaras facultativo em Irati

Medida passa a valer a partir desta sexta-feira (11). Com isso, a população não será…

10 de março de 2022 às 20h55m

Medida passa a valer a partir desta sexta-feira (11). Com isso, a população não será mais obrigada a usar a máscara/Paulo Sava e Karin Franco


Uso de máscara passa a ser opcional a partir de sexta-feira, 11, em Irati. Foto: Rodrigo Zub

A partir desta sexta-feira (11), o uso de máscaras se tornará facultativo em Irati. Um novo decreto com esta determinação foi publicado e passará a valer a partir da meia-noite.

Em entrevista coletiva no gabinete da Prefeitura, o prefeito Jorge Derbli deu detalhes a respeito do novo decreto. “A partir de amanhã [11/03], você não é obrigado mais a usar a máscara em ambientes abertos e ambientes fechados. Nós estamos é tirando essa obrigatoriedade, mas fica facultativo para quem quiser continuar usando a máscara. Pessoas que tem comorbidades, que tem alguma doença já pré-estabelecida, quiser continuar usando por mais uma semana um mês, pelo ano inteiro, fica à vontade. Usa quem quiser. Mas a partir de amanhã ninguém mais é obrigado a usar a máscara em Irati. Em qualquer ambiente, nas escolas, em repartições públicas, na prefeitura, nos bancos. É facultativo”, disse Derbli.

O decreto também mantém a obrigatoriedade de disponibilizar álcool gel 70% na entrada dos estabelecimentos, nos caixas e demais setores, inclusive nos banheiros dos estabelecimentos. “A disponibilização de álcool gel 70% é obrigatória na entrada de todos os estabelecimentos, como é feito até hoje, nos caixas e demais setores inclusive os banheiros de estabelecimento. Então, o álcool gel permanece a obrigatoriedade de as pessoas terem o álcool gel, seguindo o protocolo, isso é importante. O distanciamento também. Vocês procurem ter o maior distanciamento possível, que tudo isso é precaução, então pedimos que isso seja a partir de amanhã”, afirmou o prefeito.

Irati já registrou 16.219 casos de coronavírus desde o início da pandemia em março de 2020. Desde então, 203 pessoas morreram por complicações da doença e 15.932 iratienses se recuperaram. Atualmente, 81 casos permanecem ativos, sendo que 76 moradores estão em isolamento domiciliar e cinco internados. Duas pessoas ocupam leitos de enfermaria e três estão em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Nesta quinta-feira, foram registrados 20 novos casos de Covid-19. 

Derbli também informou que a Unidade Sentinela da Covid-19, que atualmente funciona no Parque Aquático, ficará fechada aos finais de semana, permanecendo em funcionamento somente de segunda a sexta-feira. O novo decreto também revogou o estado de calamidade pública em Irati.

O coordenador do Centro de Operações Especiais e Fiscalização (COEF), Agostinho Basso, explicou que a decisão de tornar o uso da máscara facultativo aconteceu após a análise dos casos de Covid-19. “Nós analisamos muitos números, analisamos a tendência de queda no Paraná inteiro, no Brasil e também em Irati, e nós chegamos à conclusão, observando o uso de máscara, como estava acontecendo, de não usar durante todo o dia, chegava a ser quase que uma incoerência você liberar no ambiente livre, na rua, nos parques e quando chega no estabelecimento, você ter que usar a máscara. Eu vou dar como exemplo um restaurante. Por exemplo, você vai ver na rua, sem a máscara. Aí você chega ali no restaurante, você coloca a máscara para entrar no corredor, para pegar o tiquezinho, passar pelo caixa, chega na mesa, tira a máscara e fica sem máscara. Isso vale também em outros estabelecimentos comerciais como lanchonetes. Às vezes, você chega no estabelecimento, você se depara com o estabelecimento quase vazio. A pessoa que está te atendendo, está sem a máscara, quando ela te vê, ela coloca máscara”, explica.

O uso incorreto da máscara também foi citado pelo coordenador que apontou que as pessoas descuidaram do uso após os números de casos de Covid-19 baixarem. “Você está no carro, na rua, sem máscara, com a máscara no bolso, quase sempre junto com outros objetos, até dinheiro, até um lenço, seja o que for, aí você coloca a máscara. Então, o uso da máscara, depois que os números deram uma caída, ele acabou sendo que bastante relaxado nesse sentido, do cuidado com a própria máscara, dentro do carro mesmo, se coloca em qualquer lugar. A pergunta é será que não estava sendo usado a máscara mais pela força de um decreto do que um cuidado mesmo que estava nos acompanhando?”, disse.

O coordenador do COEF destacou que o uso da máscara pode voltar a ser obrigatório se os casos aumentarem. “Nós vamos analisar agora, friamente, com muita responsabilidade os números. Claro que se os números vieram aumentar, claro que se vier acontecer – que Deus nos livre, uma piora dos casos e dos casos de internamentos, o decreto pode ser repensado. Mas o fato é que esse decreto não obriga as pessoas a não usar. Muito pelo contrário. Ele é apenas facultativo. Aquelas pessoas que não se sentirem seguras, aquelas pessoas que acharem que o decreto, por alguma forma, não venha ao encontro do que elas pensam, pode continuar usando máscara”, conta.

Nas escolas, o uso de máscaras também não será obrigatório, segundo Agostinho. “A exemplo de Santa Catarina, que já desobrigou o uso de máscara de crianças de 4 a 12 anos, pela dificuldade dessas crianças usarem máscara, pelo calor excessivo, por toda essa dificuldade, os professores falaram conosco, os pais ligaram para nós. Então, tranquilizando”, explica o coordenador do COEF.

Agostinho afirmou que o novo decreto terá duração de um mês. “Em 30 dias, nós teremos já como como analisar o resultado desses números. Foi o que aconteceu com o carnaval. Nós tínhamos conversado já antes. Decidimos esperar mais um pouco depois, agora do dia 10, porque nós esperamos o resultado também das viagens, do carnaval, do pessoal que saiu, viajou, recebeu visitas. Nós percebemos que os números não aumentaram. Os números não oscilaram mesmo com estas viagens, com a praia, com o final do ano. Com muita coerência, com muita responsabilidade nós, achamos por bem agora dar esse passo já em direção de uma vida normal”, disse.

O coordenador do COEF também falou sobre os impactos da variante Ômicron. “Nas epidemias aconteceu com a Ômicron exatamente o que aconteceu nas grandes epidemias. Veio uma variante muito perigosa, veio outra mais letal, veio outra mais agressiva e, de repente, o próprio vírus cria uma variante, que é bastante infectante, porém menos patogênica, e que dá para se dizer, leigamente para se entender, que o próprio vírus vem para curar a própria pandemia, o próprio vírus. A Ômicron veio. Eu recentemente fui acometido por essa variante, que foi bem mais tranquila. Minha filha também. Faz 15 dias que saímos do isolamento. Ou seja, nós vamos pegar todos essa nova variante ou a próxima que vier, ou é pela vacina ou pela doença. E agora dá essa impressão que nós chegamos no efeito rebanho, que é onde todo mundo entrou em contato de uma forma ou de outra”, conta.

De acordo com Derbli, 93% da população iratiense foi vacinada com a 1ª dose da vacina contra a Covid. Mesmo assim, ele pede que a população continue se protegendo. “Tem que continuar vacinando. Nós queremos que você que tomou a primeira dose, tome a segunda e tome a de reforço. Pedimos para você, está disponível a questão da vacina para todos tomarem. Queremos que continue tomando que é a única medida no meu ponto de vista que consegue ajudar você, de uma maneira de você não ser contaminado. A única proteção que existe é a vacina, então não esqueça de tomar a vacina”, disse.

Em Irati, 58,27% das crianças de 5 a 11 anos já tomaram a vacina contra o Covid-19. Ao todo, o grupo reúne 5.940 crianças, sendo que ainda faltam 2.479 crianças para se vacinarem. “Eu peço e aproveito falar com os pais, que são responsáveis pelas crianças para que vacinem seus filhos. A gente pede. Não é obrigatório, mas a gente pede que tome porque a prevenção é muito importante nessas crianças”, destaca.

Na região, outros municípios devem seguir o mesmo caminho que Irati. Em uma reunião nesta semana, 90% dos municípios pertencentes à Associação dos Municípios do Centro-Sul do Paraná (Amcespar) decidiram pelo uso facultativo da máscara. Um dos receios dos prefeitos era em relação à validade do decreto municipal sobre a decisão, já que o Estado possui um decreto obrigando o uso.

Contudo, o prefeito de Inácio Martins e presidente da Amcespar, Junior Benato, explicou que o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a autonomia de decisão dos municípios e estados respaldará os decretos municipais que liberarão o uso. “Nós sabemos que os municípios têm peculiaridades e diferenças. Nem todos são idênticos. E conforme também a legislação do Estado, teve uma situação de entendimento que a lei maior seria do Estado e não os decretos do município. Porém, nós vemos que conforme a Federação e o entendimento do Supremo Tribunal Federal, eles dão competência, nós temos competência para decretar o que é uma situação local. Nós faremos aqui no município de Inácio Martins o uso facultativo da máscara, assim como Irati está fazendo”, conta.

A Amcespar enviará aos municípios uma nota técnica que respaldará a decisão do uso facultativo.

Em Irati, Derbli destacou que o decreto municipal é válido. “Nós temos uma pequena polêmica sobre esse decreto municipal e um decreto estadual que está na Assembleia Legislativa para ser votado pelos deputados estaduais, que na próxima semana, deverão facultar essa questão do uso de máscara. Mas em Irati, nós já tínhamos uma reunião com os prefeitos, no início todo mundo concordou, que a partir de hoje o pessoal não ia usar mais máscara aqui na Amcespar, nos municípios. Depois houve uma questão de polêmica contra a questão do decreto estadual e decreto municipal, confrontação jurídica. Alguns [municípios] ainda não sei, a maioria dos prefeitos, mas em Irati, a partir de amanhã não é obrigatório mais usar a máscara”, disse.

O presidente da Amcespar também destacou que a obrigatoriedade de uso de álcool gel deverá permanecer. “Sempre lembrando também a obrigatoriedade de ter nos estabelecimentos comerciais e locais públicos, o uso do álcool gel, isso até porque o álcool previne outros tipos de contaminação, como alguma bactéria, próprio vírus da H1N1, H3N3, alguma coisa parecida com isso”, destaca.

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