De onde vem e por onde passa a “água que falta em Irati”

Supervisor da Sanepar em Irati faz um diagnóstico das condições da rede de abastecimento de…

09 de março de 2011 às 19h59m

Supervisor da Sanepar em Irati faz um diagnóstico das condições da rede de abastecimento de água e explica o que será feito para acabar com a falta de água este ano.
Jussara Harmuch Bendhack

A maioria dos moradores da Vila Matilde não tem caixa de água em casa.
Não rara é a reclamação da população pela falta de água em Irati. Diversas mensagens foram postadas no site da Rádio Najuá e ouvintes reclamaram, por telefone, na Hora do Povão. O supervisor da Sanepar em Irati, Edison Moro Rios, em entrevistas anteriores justificou as interrupções no fornecimento de água devido ao atraso na liberação de recursos para um projeto de adequação da rede, que era para ter sido aprovado em maio de 2010, mas que só foi liberado no final do ano passado.

O supervisor da Sanepar em Irati, Edison Moro Rios, recebeu a reportagem da Najuá e mostrou como funciona todo o sitema de abastecimento de água de Irati.

Para esclarecer mais ainda, Edison recebeu a reportagem da Rádio Najuá e explicou sobre o modelo administrativo operacional da empresa e como funciona a rede de captação e distribuição de água hoje em Irati, e as melhorias previstas. Ele ainda falou que a situação da falta de água se torna mais agravante porque a maioria das residências dos bairros mais afastados e mais pobres, não possuem caixas d’água.

Modelo Administrativo Operacional

Estação de captação de água do Rio Imbituvão
O modelo atual de gerência da Sanepar (o que está vigorando até a definição completa do novo governo) é diferente do que era antigamente quando existia um escritório regional da empresa em Irati. Na época (por volta de 2004), o organograma da Sanepar era constituído de unidades de negócios: Gerência Comercial – em Irati existia uma que atendia 10 municípios, Operacional – era em Ponta Grossa, Manutenção – em Tibagi e Administração em Curitiba.

Os pontos de captação do Rio Nhapindazal serão desativados.

As funções deste escritório comercial se reduziam ao atendimento público, ao relacionamento com a população, a arrecadação e custo. “A estrutura era bem diferente. O diferencial era a aproximação com o público”, diz o supervisor.
A Sanepar já passou por diversas formas de administração, conta Rios que é funcionário da empresa há 27 anos. “Eram outros sistemas, hoje já não existe igual, estamos aguardando para saber o novo modelo proposto”.

O que existe hoje

As duas estações de captação do Nhapindazal e a do Imbituvão correspondem a 70% do gasto de água de Irati.

As estações do Nhapindazal devem ser desativadas em breve, pois a água, em geral, apresenta turbidez muito grande devido a assoreamentos frequentes que acontecem ao longo dos anos e por estar muito próxima de habitações.

A estação do rio Imbituvão está com a capacidade limitada a 170 mil litros por hora.

Parte dos investimentos será utilizada para aumentar o diâmetro dos canos que distribem a água captada do Poço artesiano da Vila Nova.
Há sobra de água no poço artesiano da Vila Nova cuja distribuição de hoje, 60 a 70 mil litros/hora, poderia ser aumentada, mas não é, porque o diâmetro da tubulação por onde a água é distribuída até as casas é muito estreito  – 100 mm.
Há um poço próximo ao Nhapindazal  (desde 1998) que bombeia de 35 a 40 mil litros/hora.

Existe um poço reserva em Coxinhos, que ainda precisa ser explorado, com capacidade aproximada de 110 mil litros por hora.

Investimentos

“O projeto atrasou, era par ter iniciado em maio do ano passado, estaríamos com as obras prontas hoje”, lamenta Moro Rios ressaltando que no verão de 2010 não tiveram tantos problemas como agora. Moro Rios conta que o projeto já está em andamento, o dinheiro já foi liberado – R$ 800 mil de um Convênio entre a Sanepar e a Caixa Econômica Federal.

A informação é confirmada pelo ex- vice-prefeito de Irati, Orlando Agulham. Orlando atualmente ocupa o cargo de assessor na Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Paraná – SEDU e participa do Conselho Administrativo da Sanepar. Ele falou sobre o projeto de investimento na rede de água e sobre o processo de interiorização da atual gestão, que estabeleceu cerca de 20 Regiões de Desenvolvimento.

O que será feito

A estação de captação do Imbituvão, que fica há 14 Km da cidade, irá receber ajuda de uma nova estação de bombeamento no meio do trajeto. Com isso, passará a distribuir de 300 a 200 mil litros por hora, dobrando o volume de água a ser transportado.

Um dos arroios que formam o Rio Nhapindazal está assoreado.
As estações do Nhapindazal serão desativadas. Edison falou do projeto – PDA, que já vem sendo desenvolvido em parceria com a prefeitura através do programa de “Acerto de Contas”,  para desaguar o esgoto tratado no Nhapindazal e Rio das Antas. Ele alertou para a importância de preservação dos rios que fazem parte do ciclo de abastecimento de outras cidades. O Nhapindazal desagua nos rio das Antas e este cai no Tibagi que serve de abastecimento para outras cidades.
A estação do Califórnia passará a bombear de 100 a 150 mil l/hora.

Nos bairros Camacuã, Zarpelon, Pedra Preta, Parque Industrial e Jardim Califórnia, as estações serão substituídas. A estação do Camacuã bombeará água para a região de Gonçalves Junior, Barra Mansa, parte do Rio Bonito, Lagoa, Pedra Preta, Jardim Aeroporto, Vila Raquel, Parque Industrial, Jardim Califórnia, São João, São Francisco, Gutierrez e bairro Stroparo.

Os arroios que forma o Rio Nhapindazal estão muito próximos de residências.
Será feito o alargamento dos canos de distribuição do Poço da Vila Nova, que passarão a ter 150 mm. Este poço abastece as regiões do centro, Rua 19 de novembro, Rio Bonito, Parque Industrial e Vila Raquel.
Edison também explicou que, em alguns locais, onde há calçamento, o processo de substituição dos canos será feito pelo sistema de cravação, onde o túnel é criado por jateamento de água no terreno, evitando a quebra do material que está na superfície.

Situação de Prudentópolis

No município de Prudentópolis, a falta de água que ocorreu nas três primeiras semanas de fevereiro já foi solucionada, é o que informa o supervisor da Sanepar de Prudentópolis, José Elias Alves. O problema ocorreu na bomba de captação de água no Rio dos Patos. Para garantir o abastecimento no tempo em que a bomba esteve parada, cerca de 10 a 15 caminhões-pipas, ao dia, trouxeram água do município de Guamiranga. Os reparos na adutora já foram efetuados e tudo voltou ao normal, conta Elias.

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