Cursos técnicos registram corte de vagas em Irati

Assunto foi abordado por representantes dos Colégios João XXIII e Florestal durante matéria que abordava…

02 de abril de 2024 às 19h16m

Assunto foi abordado por representantes dos Colégios João XXIII e Florestal durante matéria que abordava diferença das instituições regulares dos colégios cívico-militares/Texto de Karin Franco, com entrevista de Paulo Sava

Laboratório do curso Técnico em Estética do Colégio Estadual João XXIII. Foto: Paulo Sava

A mudança do Novo Ensino Médio trouxe algumas dificuldades para os cursos técnicos subsequentes, que podem ser feitos após a conclusão do Ensino Médio. Neste tipo de curso, são aceitas matrículas de pessoas adultas que se formaram há muito tempo e procuram uma qualificação especializada para o mercado de trabalho.

No Colégio João XXIII são oferecidos os cursos técnicos de enfermagem e estética. No entanto, a diretora auxiliar, Fabiana de Godoy Rocha, explica que neste ano não houve autorização para abrir uma nova turma de estética. “Nós temos alguns motivos que o governo nos apresentou. O maior deles, que pega para nós, foi o grande número de desistências. Nós concordamos, compreendemos e estamos nessa argumentação com o governo”, disse.

Mariane Pierin Gemin, diretora-geral do Colégio Florestal, e Fabiana de Godoy Rocha, diretora auxiliar do Colégio Estadual João XXIII. Foto: Paulo Sava

De acordo com a diretora auxiliar, o curso enfrentou desafios no início como a falta de professores. “Como era um curso novo, nós tínhamos uma dificuldade muito grande de profissionais e professores. Não dá para ser qualquer pessoa para ser professor em um curso desse. A pessoa tem que ter conhecimento da área. Hoje não temos isso, devido justamente ao oferecimento de novos cursos. Hoje, nós temos muitos profissionais formados no nosso município e o curso de estética, por exemplo, forma profissionais para região. Nós temos alunos que vem de Imbituva, de Rebouças e Inácio Martins, que vem estudar no nosso colégio”, afirma.

Segundo Fabiana, o colégio busca mostrar a importância do curso ao governo do Estado. Um dos argumentos é que o curso auxilia na independência financeira de mulheres, já que 100% das matrículas são de pessoas do sexo feminino. “O curso técnico de estética trouxe para as mulheres da Irati a oportunidade de serem empreendedoras do seu próprio negócio. Nós temos muitas ex-alunas que hoje têm o seu próprio negócio. Ontem mesmo estava conversando com uma ex-aluna que tem o seu negócio. É uma ferramenta para a sociedade muito importante”, conta.

Placa do Laboratório de Enfermagem, que recebeu o nome do enfermeiro César Chicalski, falecido recentemente; Foto: Paulo Sava

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No Colégio Florestal também há cursos com corte de vagas em cursos técnicos subsequentes. Para a diretora geral, Mariane Pierin Gemin, o Governo do Estado está com a tendência de priorizar os cursos integrados ao Ensino Médio e dificultar a liberação de vagas para os cursos subsequentes. “Deixou de ser uma prioridade do Governo. Nós também perdemos a abertura do técnico em agronegócio noturno subsequente. A justificativa é a mesma. É a evasão”, disse.

A diretora conta que o curso subsequente é uma oportunidade para adultos. Para ela, a solução pode estar na diminuição de alunos nas turmas. “Nós, que trabalhamos na educação há muito tempo, percebemos o quanto o público do subsequente, que já são trabalhadores, que não tiveram oportunidade de uma profissionalização durante o Ensino Médio e que, agora, já tem todo um conceito de vida, um trabalho, uma família, ele ser estudante à noite é porque, de fato, ele quer. Porém, a evasão existe. O que nós percebemos é que os cursos subsequentes, por exemplo, do Sistema S não trabalham com turmas de 35 alunos. Uma adaptação para que os cursos subsequentes pudessem ser mantidos, com o número menor de aluno, tiraria essa situação da evasão e ainda eles teriam a oportunidade do ensino público gratuito de qualidade para buscar uma melhor colocação no mercado de trabalho”, sugere.

Mariane ainda aponta que o Governo do Estado está com o desafio de ter professores da área técnica para ensinar. “Existe no Governo hoje uma tendência da expansão da educação profissional, mas no nível integrado. Vários colégios receberam agronegócio integrado, vários colégios receberam propostas de implementação do ensino integral. Tudo isso é importante, mas ainda há uma certa dificuldade em conseguir a quantidade de professores necessários”, explica.

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