Conheça as histórias de vida de crianças que passaram pela Cidade da Criança desde a sua fundação
Observação: As imagens não são relacionadas com as histórias, são imagens gerais da Cidade da Criança cedidas pela própria instituição. O nome da pessoa que fez o relato foi substituído por um fictício. Os dados referentes à cronologia, não, necessariamente, são dados reais. A reportagem foi de Jussara Harmuch e a interpretação da história relatada foi da jornalista Karin Franco. A narração das locutoras da Najuá Gislaine Stanski e Vânia Andrade. Sonoplastia de João Geraldo Mitz.
Foi um respiro. Um momento que iluminou novos caminhos e trouxe a possibilidade de um mundo novo. Foi isso que a Cidade da Criança representou para as mulheres que eram apenas crianças em um mundo com problemas que nem adultos podem resolver.
As histórias que serão contadas neste podcast não são histórias bonitas. São histórias tristes. Não são histórias de superação. Não houve superação. O trauma ainda está lá e aparece quando menos se espera. Aparece no corpo. Uma fibromialgia. Uma depressão. O corpo manifesta aquilo que a mente tenta esconder. Essas histórias não são bonitas. São tristes.
Essas histórias também não são sobre perdão. Para alguns, o perdão é um caminho. Para outros, uma impossibilidade. Então, essa não é uma história de perdão.
Mas essas histórias são histórias de força e esperança. Força de que um mundo novo pode ser reescrito. Esperança que um mundo reescrito possa curar feridas do passado, mesmo sem provas ou garantias de que esse mundo reescrito não terá novos traumas.
E esse mundo reescrito só existe porque no passado houve um respiro. Um lampejo de um mundo que pode ser melhor mesmo no meio de tanta violência e tristeza. É essa esperança que move essas histórias.
A primeira história que vamos contar envolve três irmãs que acabaram chegando à Cidade da Criança depois de um longo trajeto de violências. Quem nos ajuda a contar essa história é C., de 30 anos. Ela chegou aos seis anos na Cidade da Criança, junto com outras duas irmãs: uma de quatro anos e outra de oito anos.
A idade de Cristina esconde outra criança nesta história, a própria mãe. Ouça esta história no Podcast.