Cresce o número de casos de violência contra a mulher em Irati

Dados foram apresentados durante mobilização realizada neste sábado, dia 07 Paulo Henrique Sava A Secretarias…

07 de março de 2015 às 14h45m

Dados foram apresentados durante mobilização realizada neste sábado, dia 07

Paulo Henrique Sava

A Secretarias Municipais de Bem Estar Social e de Saúde de Irati fizeram uma mobilização na manhã de sábado, 07, na esquina das ruas Dr. Munhoz da Rocha e XV de Julho, em comemoração ao dia da mulher, celebrado neste domingo, 08. Foram distribuídos panfletos com orientações sobre a Campanha de Combate a Violência Doméstica e sobre a saúde da mulher.

O número de casos de violência contra a mulher cresceu em Irati nos últimos tempos. De acordo com a secretária de Bem Estar Social, Karen Quoos Seidl, atualmente estão sendo atendidas pelo CREAS cerca de 311 mulheres vítimas de violência.

“São casos de vários tipos de violência psicológica e física, mas não só aquelas que deixam marcas no corpo, e estamos trabalhando para que as pessoas tenham um esclarecimento e saibam onde procurar uma ajuda, no CREAS, pois a gente tem para onde encaminhá-las para ajudar neste tipo de situação”, comentou.
Karen considera que o número de casos de violência contra a mulher é alto para uma cidade do porte de Irati.

“Estas são pessoas que nos procuram, mas a gente sabe que tem muitas mulheres que não procuram o CREAS por medo até mesmo do companheiro, que as ameaça e elas, então, não procuram ajuda. As mulheres, quando chegam ao ponto de procurar o CREAS, é porque já estão no limite, já ultrapassaram todos os limites. Eu imagino que existam mais casos em Irati, mas eles não chegam até nós”, destacou Karen.

De acordo com a secretária, a campanha que foi realizada no último sábado teve o objetivo de informar as mulheres e a população sobre onde elas podem procurar ajuda e com quem falar sobre seus problemas. 

Karen relata que o número de casos de violência contra a mulher supera outros tipos de violência em Irati. 

“O CREAS trabalha com violência contra idosos, crianças, são vários públicos, mas a violência contra a mulher nós temos muitos casos”, comenta.

Karen destaca que, a partir do momento em que a mulher procura o CREAS e busca atendimento, a primeira coisa feita pelos profissionais é a escuta da pessoa.

“Os técnicos vão escutar esta mulher, encaminhar ela para a delegacia para fazer um BO e uma medida de afastamento do companheiro e até mesmo um abrigo na Casa de Apoio à Vítima de Violência, onde temos algumas mulheres abrigadas, depende do caso”, conta.

Depois deste primeiro momento, Karen comenta que pode ser feito um trabalho em grupo com a utilização de terapias, se houver necessidade.

“É um trabalho longo. Algumas mulheres vão e depois não comparecem mais ao CREAS por qualquer motivo. A gente procura, mas ela tem que querer, nós não podemos forçar esta pessoa a uma ajuda, mas a maioria das mulheres que nos procuram é porque realmente querem ajuda para aquele momento de sofrimento pelo qual estão passando”, destacou.

De acordo com Karen, a parceria do CREAS com a Secretaria Municipal de Saúde é fundamental para o encaminhamento das mulheres vítimas de violência para a realização de exames, cursos e trabalhos de prevenção à violência, realizado junto com os CRAS e os grupos de mulheres dos bairros e das comunidades do interior de Irati.

“A gente trabalha também com a prevenção, fazendo este tipo de campanha que realizamos no sábado, levando a prevenção, discutindo os tipos de violência. Muitas vezes a mulher não acha que um xingamento seja um tipo de violência e ela está sofrendo agressões quando alguém grita com ela, diminui a sua pessoa ou não dá o devido valor a ela, então este também é um tipo de violência”, ressaltou Karen.

A secretária afirma que, durante conversas em grupo, profissionais do CREAS constatam que, na maioria das vezes, as mulheres não sabem que sofrem algum destes tipos de violência.“Elas imaginam que a violência contra a mulher seja somente física”, comentou.

Para Karen, o apoio da família é essencial para a mulher que sofre com a violência.

“Ela está em um momento de fragilidade e muitas vezes debilitada fisicamente, conforme o caso. O apoio de quem está ao seu lado, sejam filhos ou parentes, é muito importante. Às vezes, até um lugar para ela ficar naquele período, se a vítima não quiser ficar na Casa de Apoio. Muitas contam com o apoio de sua família para ficar na casa de um parente ou da própria mãe, então o apoio da família é muito importante sim”, declarou a secretária.

Denúncias

Quem souber de casos de violência contra a mulher, deve ligar para o telefone 180 (igação gratuita), que funciona 24 horas por dia. Durante o horário comercial, as denúncias podem ser feitas diretamente ao CREAS pelos telefones 3907-3101 ou 3907-3102. O denunciante não terá sua identidade revelada.
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