CRAS da Vila Nova oferece serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos

Serviço atende a crianças, mulheres e idosos a partir de oficinas socioeducativas/Texto de Edilson Kernicki,…

28 de janeiro de 2025 às 23h57m

Serviço atende a crianças, mulheres e idosos a partir de oficinas socioeducativas/Texto de Edilson Kernicki, com entrevista de Rodrigo Zub e Juarez Oliveira

CRAS da Vila Nova oferece serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos
CRAS da Vila Nova oferece o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos. Foto: CRAS/Divulgação

O Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) da Vila Nova oferece o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos. Com a finalidade de fortalecer laços familiares e comunitários a partir de oficinas socioeducativas, o serviço atende a crianças, mulheres e idosos. De acordo com a coordenadora do CRAS da Vila Nova, Marilda Lopes Erdmann, além dos grupos de crianças e adolescentes, mulheres e idosas no CRAS, há também grupos de mulheres no bairro Fragatas e na localidade do Pinho. Os grupos têm encontros semanais e trabalham uma variedade de temas.

Conforme a orientadora do CRAS, Dora Leandra Wolaniuk, que trabalha mais diretamente com esses grupos, o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos é um programa da Assistência Social e tem o objetivo de ajudar a comunidade na garantia de direitos para cada faixa etária. “Temos uma equipe, que faz todo um planejamento das atividades – pedagoga, psicólogo e assistente social – e pensamos em ações socioeducativas, como oficinas, rodas de conversa sobre direitos, passeios, atividades esportivas e de lazer. Buscamos, com esses grupos, integrar a pessoa que vai fazer o uso desse serviço com a comunidade. Buscamos fazer essa ‘ponte’, visitar o que temos de serviços públicos no nosso município, promovendo a convivência social e o fortalecimento do vínculo dessas pessoas entre si”, descreve.

“[O objetivo é] fortalecer, também, o vínculo entre as famílias, entre a comunidade, promover a afetividade entre eles e o vínculo com o CRAS. Queremos não só que as pessoas venham até o CRAS, mas que o CRAS vá até as pessoas. Por isso que também vamos aos bairros fazer esse trabalho”, complementa Marilda.

Segundo a coordenadora do CRAS, os temas desenvolvidos nos grupos atendem a orientações do poder público – da Secretaria de Assistência Social – e são alinhados às normativas do SUAS (Sistema Único de Assistência Social). Marilda explica que os integrantes dos grupos de Fortalecimento de Vínculos podem escolher os temas dos grupos que pretendem participar. Para trabalhar temas específicos, a equipe do CRAS procura trazer até mesmo pessoas de fora, que tenham uma experiência direta e mais profunda com o assunto abordado. “Buscamos ouvir bastante o nosso usuário”, ressalta.

Na localidade do Pinho, o grupo de Fortalecimento de Vínculos se reúne quinzenalmente, onde atua o grupo de mulheres. A equipe do CRAS da Vila Nova vai até lá e desenvolve o atendimento e as atividades. Quando ocorrem campanhas, a exemplo do Outubro Rosa, o pessoal do CRAS vai até o Pinho buscá-las para que elas participem na Vila Nova.

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Cada grupo é separado por faixa etária, apesar das ações específicas que são os encontros intergeracionais, quando é reunido todo o público-alvo do programa. No atendimento de crianças e adolescentes, a faixa etária se estende dos sete aos 14 anos. O grupo de mulheres, por sua vez, acolhe todas a partir dos 18 anos, sem limite de idade. Já o grupo de idosos atende a pessoas a partir dos 59 anos. Todos esses grupos desenvolvem oficinas artísticas e corporais.

A coordenadora do CRAS, Marilda Lopes Erdmann, e a orientadora Dora Leandra Wolaniuk contaram mais detalhes sobre o serviço durante entrevista à Najuá. Foto: João Geraldo Mitz (Magoo)

A orientadora dos grupos explica que procura entender quais são as temáticas pertinentes a cada faixa etária. “Citando o exemplo das crianças e adolescentes, tem uma campanha bem forte, que é realizada pela Assistência Social no mês de maio, que é a prevenção contra o abuso de menores. É um mês inteiro que eu trabalho essa temática com eles. Como são crianças, é buscado trabalhar de uma forma mais lúdica, interativa, com jogos, com brincadeiras, mas passando essa consciência de como as crianças identificam o que é um abuso e o que elas podem fazer numa situação que ocorra abuso”, exemplifica Dora.

Mas não somente as crianças recebem orientações a respeito do Maio Laranja – mês de conscientização e combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes: o tema é também abordado nos grupos de mulheres, para que as mães saibam identificar sinais de violência nas crianças; assim como nos grupos de idosos o tema é abordado para que os avós ajudem a prevenir essas situações. O tema é desenvolvido com linguagem e metodologia apropriadas a cada faixa etária. “Trabalhamos bastante a prevenção, para identificar e evitar situações de risco”, acrescenta Marilda.

Ainda conforme a coordenadora do CRAS, são realizados vários passeios com os grupos, a fim de que eles conheçam e usufruam, de fato, do que existe no município como a Casa da Cultura, o Parque Aquático e o Corpo de Bombeiros. Alguns desses passeios também são feitos para fora do município de Irati, como no ano passado, que os grupos visitaram o Parque Vila Velha, em Ponta Grossa, e o Museu Parque Histórico de Carambeí. “Temos várias viagens agendadas com eles para museus, para o parque em Guarapuava”, cita Marilda.

A coordenadora do CRAS explica que a orientação é de que os grupos tenham, no máximo, 30 membros. No entanto, o CRAS busca mais pessoas para participar. “Se esse número se estender muito, montamos mais uma turma. Hoje, temos na segunda-feira, à tarde, no CRAS da Vila Nova, que são as crianças e adolescentes, e na quinta de manhã”, diz. Caso haja interessados o suficiente, é possível abrir uma nova turma num outro dia da semana. No caso de crianças e adolescentes, para a inscrição nos grupos, eles devem ir acompanhados de um responsável e levar um documento de identificação para preencher uma inscrição e uma declaração de autorização de uso da imagem, porque, ocasionalmente, o grupo faz passeios e divulga fotos no Instagram da Prefeitura, por exemplo.

As atividades se desenvolvem conforme um planejamento semestral, mas ocorrem de forma contínua. “Nem férias a gente [o CRAS] tira. Os CRAS não pararam no final do ano”, comenta Marilda. As atividades dos grupos de crianças e adolescentes, frisa a coordenadora, ocorrem sempre no contraturno escolar.
As equipes que trabalham com os grupos são multidisciplinares. Duas orientadoras trabalham diretamente com os grupos e, junto delas, há uma equipe técnica. Uma pedagoga ajuda no processo de planejamento dos temas que serão elaborados e abordados. “O Serviço de Convivência é uma intervenção social planejada, não é algo que vamos ali fazer um trabalho aleatório. Tem todo um planejamento, um estudo por trás”, explica Dora. Também há a orientação de um psicólogo e de uma assistente social nesses trabalhos, que auxiliam, ainda, na identificação de violação de direitos e nos encaminhamentos que forem necessários.

A observação para identificar possíveis violações de direitos também ocorre nos grupos de mulheres e idosos. Segundo Marilda, no ano passado, muitos idosos apontaram ter sido vítimas de golpes e um dos delegados que atua na 41ª Delegacia Regional de Polícia (41ª DRP) de Irati deu uma palestra sobre os procedimentos que devem adotar tanto para evitar os golpes quanto para denunciá-los. “Às vezes, eles não sabem mexer no celular. Nós os ajudamos, porque eles recebem mensagens e, sem saber, abrem links que não são confiáveis. Nós os ajudamos nessa parte também”, afirma a coordenadora do CRAS da Vila Nova.

“Estamos lá para mudar vidas, para transformar vidas. Cada grupo tem o limite de 30 participantes, mas se tivemos apenas um, nosso trabalho será igual. Se pudermos mudar a vida de uma pessoa, já nos sentimos contentes, realizados. Vemos bastante retorno, que é bem significativo”, comenta Marilda.

Segundo ela, as crianças atuam como agentes multiplicadores dos temas e campanhas desenvolvidos nos grupos, porque tudo o que elas aprendem ali, elas reproduzem para os pais e outros adultos da família.
“É bem perceptível esse retorno e a questão do vínculo, porque esse público acaba fazendo amizades entre o grupo. Percebo bastante, no grupo de mulheres do Pinho, que elas se uniram bastante e formam vínculos para além do grupo e dos encontros, elas se visitam, se tornam amigas e se tornam uma rede de fortalecimento para elas”, analisa Dora.

Marilda complementa que os grupos recebem muitos idosos que moram sozinhos, o que amplia a importância desses grupos para que eles possam socializar, o que é fundamental para a qualidade de vida. “Tem idosos que vão lá no CRAS apenas para conversar com a gente, tomam um cafezinho, um chimarrão. O CRAS não é só para aquela pessoa que está em vulnerabilidade, mas é aberto a toda a população. Toda a pessoa que quiser conhecer o nosso trabalho e quiser participar dos grupos, as portas estão sempre abertas”, reforça a coordenadora.

Inscrições e mais informações podem ser obtidos pelo telefone e WhatsApp (42) 99101-7158. Marilda apenas pede que a população tenha paciência e compreensão, porque muitas mandam mensagem e ligam, em seguida, em busca de respostas, e há apenas uma pessoa para atender a essas demandas e acolher os usuários na recepção. “Às vezes, demoramos um pouquinho para responder a mensagem, mas acabamos atendendo todo mundo. Pode mandar um ‘Whats’ lá perguntando qual o dia, qual o horário, qual o grupo que está disponível e que tem vagas ainda. Pode mandar, que vamos responder”, garante.
O CRAS da Vila Nova fica na Rua Maria Lucinda Simões Scheffer, uma quadra acima da ponte, ao lado da quadra poliesportiva. O CRAS funciona de segunda a sexta, das 8h às 12h e das 13h às 17h.

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