O drama de uma família iratiense que durava quase um mês foi encerrado neste domingo, 14. Por volta das 12 h, um homem que estava catando pinhão localizou um corpo em estado de decomposição há cerca de 800 metros da BR-153, em Imbituva, nas proximidades da estrada que dá acesso a cerâmica Zampier. 

Conforme familiares, o corpo era do iratiense Marcos Aurélio Laroca, de 35 anos, que estava desaparecido desde o dia 19 de maio. Em contato com o repórter Tadeu Stefaniak, o pai de Marcos, Osmar Laroca, confirmou que esteve no local e disse que reconheceu o corpo do filho. “Era o corpo do meu filho. Eu sou o pai e não tem como não reconhecer o corpo do meu filho”, enfatizou Osmar em contato telefônico com a reportagem da Najuá. 

Osmar também relatou que não conseguiu identificar se havia sinais de agressão física no corpo da vítima. Ele ainda informou que as roupas encontradas no local eram do seu filho. De acordo com informações, Marcos estava com a mandíbula e o pescoço quebrado. Informações divulgadas nas redes sociais indicam que Marcos sofreu uma fratura na espinha. Por isso, algumas pessoas acreditam que ele foi morto a pauladas. 

A equipe do Instituto Médico Legal (IML) de Ponta Grossa recolheu os restos mortais da vítima. A confirmação se o corpo encontrado era de Marcos será feita após um exame de DNA. Policiais civis e militares estiveram no local averiguando o fato. 

O corpo de Marcos foi localizado há cerca de 60 metros de uma plantação de pinus na estrada velha entre os municípios de Irati e Imbituva. O terreno havia sido arado e estava preparado para plantação. Havia um forte odor e chorume próximo do local onde foi encontrado o corpo da vítima. Segundo funcionários de funerárias consultadas pela reportagem da Najuá, o chorume é algo característico em corpos em estado de decomposição. Uma sacola de lixo de um carro também foi localizada e recolhida pela polícia. 

O laudo do IML de Ponta Grossa, o qual a reportagem da Najuá teve acesso, afirma que a causa da morte de Marcos foi politraumatismo. O corpo de Marcos será sepultado no Cemitério Municipal de Irati, no fim da manhã desta segunda-feira, 15. 

A Polícia Civil está investigando o caso desde o dia do desaparecimento de Marcos. Até agora, nenhum suspeito do crime foi preso. Um homem que esteve com Marcos pouco antes de seu desaparecimento foi ouvido em Ortigueira/PR, município onde reside.

 

 

Desaparecimento

Marcos Aurélio Laroca, de 35 anos, foi visto pela última vez no dia 19 de maio. Imagens do circuito interno de um posto de combustíveis indicam que o carro de Marcos, um Fiat Strada, esteve de fato no local às 15h54 daquele dia. As imagens também mostram que ele conversou durante cerca de um minuto com o motorista de um Fiat Palio branco e entrou no carro, saindo do posto. Cerca de uma hora e meia depois, o Palio teria retornado até próximo do posto de combustíveis.

Familiares indicam que as imagens apresentam um homem descendo do Palio e se dirigindo até a Fiat Strada e esse suspeito teria deixado o local dirigindo o carro de Marcos. Desde então, familiares acreditam que o motorista do Palio tenha levado Marcos até a região de Imbituva ou para Fernandes Pinheiro.

Informações divulgadas pela Polícia Militar, no dia seguinte ao desaparecimento de Marcos, relatavam que um funcionário da Caminhos do Paraná localizou um celular e uma chave do Fiat Strada. Os objetos foram encontrados na cabeceira da Ponte do Rio Imbituvão, sobre a BR-277, em Fernandes Pinheiro, por volta das 17h do dia 19. Já o carro foi encontrado mais tarde, a 4 km do local onde estavam as chaves, numa estrada rural. Ainda segundo a polícia, o carro estava com as portas abertas e vazio.

Família oferecia recompensa

No dia 29 de maio, o pai de Marcos, Osmar Laroca, participou ao vivo do programa Meio Dia em Notícias e solicitou apoio das pessoas, para que repassassem informações sobre o paradeiro do filho. Na oportunidade, Osmar disse que a família estava oferecendo uma recompensa de R$ 3 mil a quem oferecesse indícios que levassem a encontrá-lo, vivo ou morto.

No dia 4 de maio, bombeiros realizaram buscas preliminares na antiga Ponte do Rio Tibagi, em Ponta Grossa, para tentar localizar o corpo de Marcos. O fato ocorreu depois que uma pessoa informou que os ocupantes de um veículo Palio, de cor branca, teriam arremessado um objeto nas proximidades do distrito de Uvaia, em Ponta Grossa. Em entrevista ao repórter Sassá, de Ponta Grossa, a irmã de Marcos, Cristiane Lais Laroca, confirmou a situação. “Nós recebemos uma denúncia anônima de uma pessoa que teria visto no dia 19, por volta de meia noite, um carro branco parando nessa ponte e jogando alguma coisa grande dentro do rio, que possivelmente pode ser meu irmão”.

Depois disso, bombeiros do posto localizado no bairro Nova Rússia, em Ponta Grossa, foram acionados e realizaram buscas na BR-373 e nas proximidades da ponte. Segundo informações do Corpo de Bombeiros de Ponta Grossa, foi realizada uma visita de reconhecimento no local, que terminou sem indícios de que o corpo de Marcos pudesse ter sido “desovado” no leito do rio. Por isso, as buscas foram suspensas até que surjam informações concretas sobre o fato. 

Outras buscas

Em outras oportunidades, também surgiram boatos de que Marcos havia sido localizado. Três dias após o desaparecimento, moradores de Irati relataram que o corpo do rapaz estava em uma mata nas proximidades da Colina Nossa Senhora das Graças. Entretanto, as denúncias não se confirmaram. Nos dias 22 e 23 de maio, bombeiros de Irati realizaram buscas nas rodovias que cortam a cidade, mas também não conseguiram localizar indícios de que o corpo de Marcos pudesse ter sido desovado.