Composição iratiense é escolhida para representar os 100 anos da Diocese de Ponta Grossa

A composição do grupo Rainha do Céu, da Paróquia São Miguel de Irati, venceu um…

15 de novembro de 2024 às 21h53m

A composição do grupo Rainha do Céu, da Paróquia São Miguel de Irati, venceu um concurso que teve 12 apresentações representando municípios como Castro, Carambeí, Ponta Grossa, Irati, Ipiranga, Imbituva e Reserva/Marina Bendhack com entrevista de Juarez Oliveira

Na imagem, os integrantes do grupo Rainha do Céu, Christian Jorge Rogal de Andrade, Cristiano Rogal de Andrade e Juciléia Chasko ao lado do Bispo Emérito da Diocese de Ponta Grossa, Dom Sergio Arthur Braschi. No fundo aparecem Paulo de Tarso Delgado
e Cristina Delgado, que são o cunhado e a irmã de Cristiano Rogal. Foto: Assessoria de Comunicação da Diocese de Ponta Grossa

A composição escolhida para representar os 100 anos da Diocese de Ponta Grossa é do grupo Rainha do Céu, da Paróquia São Miguel, de Irati. Um concurso foi realizado para definir a composição e teve 12 apresentações entre representantes de cidades como Castro, Carambeí, Ponta Grossa, Irati, Ipiranga, Imbituva, Reserva, entre outras. O julgamento foi realizado pelos maestros Wellington Costa, que é iratiense, Adenor Leonardo Terra, a Irmã Luzia Barone, o padre Thiago Ingenchki e o Bispo emérito Dom Sérgio Arthur Braschi.

O vencedor foi decidido no Encontro Diocesano de Canto Litúrgico, promovido no dia 20 de outubro, pela Comissão Diocesana de Liturgia e Canto Pastoral, no Espaço Cultural da Diocese, em Ponta Grossa. O grupo Rainha do Céu é formado por Cristiano Rogal de Andrade, Juciléia Chasko, Rogério Menon (Maionese) e Christian Jorge Rogal de Andrade, que é filho de Cristiano.

Em entrevista à Najuá, Cristiano Rogal contou como foi o processo de elaboração da composição desde a publicação do edital. Ele disse que inicialmente não tinha objetivo de participar, mas foi incentivado a concorrer pelo padre Álvaro Nortok.

Rogal percebeu algumas exigências ao analisar o edital, que foi elaborado por Dom Sérgio Arthur Braschi, bispo emérito da Diocese de Ponta Grossa. “Analisando o edital, tinha várias exigências, frases bíblicas como ‘Mestre onde moras? Vinde e vede!’; famílias em ação, comunidade em missão, teria que salientar ou falar sobre os tropeiros, os imigrantes, os primeiros que trouxeram essa ideia de câmaras, de Diocese, que levantaram os pilares de certa forma da nossa Diocese de Ponta Grossa. Então foi feito um estudo em cima disso”.

Escute o piloto da música no final da matéria

O grupo Rainha do Céu atua há vários anos, possui dois CDs gravados e todas as composições são de Rogal. Além da Paróquia São Miguel, o grupo costuma se apresentar em outros locais como a capela São Francisco e nas Paróquias Perpétuo Socorro, no bairro Rio Bonito, e São João Batista, na Vila São João. O compositor conta que preparou a música “Aos Pés da Cruz” em 20 minutos. “No domingo de Pentecostes às 23h, eu estava em casa, e eu fui ao teclado e ao escritório. Às 2h da manhã eu voltei com a música pronta para dentro, para casa. Eu fui lá no meu estúdio, com meu teclado e tal e daí ela saiu praticamente no dia. Claro que a gente vai até […] agora nesse momento que ela foi escolhida, tem vários ajustes para fazer ali com questão de concordância, de métrica e tudo mais, alguns ajustes vão ser feitos, do que o pessoal vai analisar”.

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O cantor relatou que às vezes vem à sua cabeça uma música, ele grava com assovio no seu celular para que possa se lembrar depois e entende como uma inspiração divina. Para compor a música do centenário, pensou no refrão “Mestre onde moras?” usando a frase exigida pelo edital e, assim, tudo foi se encaixando. A canção fala sobre Nossa Senhora de Sant’Ana, que é a padroeira de Ponta Grossa, sobre a Mãe da Divina Graça, além de tropeiros, imigrantes, batalha pela construção da Diocese, dos sacerdotes e das pessoas que passaram pelo local.

Rogal normalmente realiza um esboço com notas e acordes, introdução, passagens e estrofes e passa para seu amigo tecladista Rogério Menon, conhecido como “maionese”, produzi-la. Rogério cria a trilha em cima do que Rogal manda para ele, colocando ritmo e lapidando a canção.

O grupo Rainha do Céu foi o terceiro a se apresentar durante o concurso. Rogal acompanhou as outras 11 apresentações e elogiou as canções. O compositor diz que a música selecionada será utilizada em todas as celebrações. Por isso, teria que agradar ao público. “Pessoal gostou muito e todos falaram que foi uma inspiração muito legal. Eu acho que é importante, eu fico feliz por poder colaborar porque a gente tá no meio, então é importante poder colaborar especialmente com os mais jovens […] e deixar o nome na história com esse hino, essa música que vai se tornar agora o hino oficial do Centenário da Diocese”, comemora Rogal.

A cidade de Irati tinha mais três composições concorrendo. O autor da composição vencedora contou os critérios avaliados. “Foi feita a votação, as notas de cinco à dez, os jurados acabaram pegando as notas depois foi para uma equipe que estava preparando a somatória. Depois voltou para os jurados, eles acabaram indo em uma salinha fechada e ficaram mais meia hora mais ou menos lá. Aí eles brincavam lá: ‘98% das urnas apuradas!’. E o pessoal [estava] na expectativa, então foi bem legal. Quando eles [jurados] voltaram com o resultado, eles deram o resultado só da primeira posição que foi a gente, […] a gente percebeu que o pessoal ficou feliz, o público e os próprios participantes. Eu acho que foi uma interação muito boa. Não tinha uma competição, mas todo mundo tentando mostrar o seu melhor ali”.

A Diocese de Ponta Grossa lançou em maio deste ano o edital do concurso para a escolha do hino de seus 100 anos, com o tema “100 anos de Vida e Comunhão, Esperança e Missão”. A comemoração acontece em 2026. Foram convidadas equipes de todas as paróquias e capelas da Diocese para participarem.

De acordo com o compositor, a música selecionada ainda não está pronta, é um esboço da versão final. “Vai ser montada uma trilha nova digamos assim do zero. Ela vai em cima da proposta que a gente fez, é montar uma bateria, depois violão, depois teclado. Aí passo a passo a trilha é confeccionada, digamos assim. A letra já estará sendo encaminhada para um maestro fazer a partitura dela, porque eu coloco os acordes ali nas notas para tocar, mas não a partitura”.

Rogal acredita que a música será gravada em estúdio em Carambeí e divulgada a partir do final do ano. Durante o ano de 2025, a música será cantada para a preparação para o centenário.

Cristiano Rogal também compôs outras canções que se tornaram tradicionais em Irati, como o hino do time de futebol, Iraty Sport Club. Ele afirmou que compôs a música e agradou o então presidente do clube, Sérgio Malucelli. “O hino do Iraty Sport Club, a gente estava num evento lá no estádio [Coronel Emílio Gomes], com som, eu tinha som na época e estava com o teclado, por algum motivo, ia apresentar algum evento que tinha lá, aí eu comecei a testar o som e comecei a cantar a música que eu tinha preparado ‘sou azulão de coração, sou Iraty até morrer’, aí o Sérgio Malucelli, o presidente, chegou maluco, o cabelo arrepiado: ‘cara da onde essa música’”. Dessa forma, a música se tornou o hino oficial do Iraty. Além disso, Rogal também compôs a música de Natal de 2017 utilizada nas festividades do município e a música “Mãe do Perpétuo Socorro”.

Escute o piloto da música selecionada para representar os 100 anos da Diocese de Ponta Grossa:

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