Militantes que subiram em monumento na Praça da Bandeira durante ato de campanha foram criticados. Diretório pede desculpas, mas defende que não houve afronta aos símbolos nacionais
Da Redação
Monumento
A título de curiosidade, o monumento abriga uma placa em memória ao engenheiro civil, Fernando Seiler Rocha, falecido em dezembro de 1940. A praça da Bandeira foi inaugurada em 25 de agosto de 1941, e recebeu o nome do engenheiro como forma de homenageá-lo. A praça também é utilizada nas cerimônias cívicas do município, como a solenidade hasteamento de bandeiras durante o aniversário de Irati, em julho, e como ocorre no dia 19 de novembro – Dia da Bandeira.
O vereador Antonio Celso de Souza – Xoxolo (PSD) se manifestou na Tribuna da Câmara de Irati em repúdio a uma atitude tomada por militantes do Partido dos Trabalhadores (PT), que subiram em um monumento na Praça da Bandeira durante um ato de campanha no sábado (25) véspera das eleições. Para o vereador, os integrantes do diretório municipal do PT praticaram um ato de desrespeito a um monumento histórico do município. Opositores do PT veem o gesto como falta de civismo.
“Feriram e desrespeitaram as normas mínimas de convívio social. São deveres importantes, o respeito aos símbolos nacionais, propriedade imaterial de todo cidadão iratiense, principalmente da história, os quais representam de forma bela e harmônica o nosso País, que é a Praça da Bandeira e nossa população”, comentou Xoxolo.
Procuramos o presidente do diretório municipal do PT, Paulo Ramos, para se manifestar sobre o assunto.
Ramos se defendeu alegando que o diretório não apoia, em hipótese alguma, qualquer tipo de vandalismo ou de “exacerbação em comemorações” que provoquem degradação do patrimônio público. “Sempre adotamos uma política nacionalista em que os símbolos são importantes na construção de uma democracia. O que houve naquele dia, segundo o que me foi passado, é que para se ajeitar melhor na hora de tirar uma foto, alguém subiu no monumento”, explica.
No entendimento dele, o fato de alguém subir no monumento da haste da bandeira não representa desrespeito a ela nem aos símbolos nacionais. Ramos disse que vai se manifestar via ofício questionando o vereador pelas afirmações na Tribuna.
Contudo, o presidente, em nome do diretório, antecipa a toda a população que tenha se sentido ofendida com o gesto dos militantes o pedido de desculpas. “No meu ver, não entendo isso como uma afronta a um símbolo nacional e muito menos de vandalismo, porque todo o movimento que foi feito naquela manhã foi ordeira. As pessoas se reuniram, foram para a Munhoz da Rocha e não tivemos atrito nenhum, nem enfrentamento”, justifica.
O presidente do diretório enfatiza que o PT é contra qualquer ato de violência ou de depredação ou atos contra o patrimônio histórico e os símbolos nacionais. “Se for o caso e essas pessoas que se sentiram ofendidas querem uma retratação, como foi escrito no ofício, eu, como presidente do partido, faço essa retratação e peço, em nome do partido, desculpas a qualquer um que tenha se sentido incomodado, por mais que eu não entenda isso como afronta aos símbolos nacionais”, diz.
Para Ramos, crime seria a tentativa de polarizar o Brasil entre dois blocos políticos sustentado num suposta luta de classes. Na opinião de Ramos, a votação entre PT e PSDB foi bastante heterogênea, com ricos e pobres votando em ambos, num exercício bastante democrático.