De portas fechadas desde o início da pandemia, o drive-in foi o que ajudou amenizar prejuízos na tradicional danceteria e casa de shows de Irati
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Cine drive-in foi exibido pelo Park Dance |
Lenon Diego Gauron, com reportagem de Jussara Harmuch
O setor artístico, incluindo as danceterias e casas de shows, foi o primeiro que parou e será o último a abrir, devido às condições de distanciamento exigidas para conter a pandemia do coronavírus. A Najuá conversou esta semana com a administradora do Park Dance, Talita Vicente Van Der Neut. “Nós temos oito funcionários diretos e 28 indiretos. Os funcionários diretos estamos mantendo, já os indiretos, infelizmente, nós não temos como auxiliar financeiramente”, avalia.
Com o fechamento das salas de cinema o resgate da cultura dos cinemas dentro do carro – o drive-in se tornou uma alternativa para quem trabalha com eventos. Em Irati, a iniciativa partiu da danceteria e casa de shows Park Dance, que buscou forma de manter-se no mercado durante a quarentena.
Nós procuramos de todas as formas achar um empreendimento novo para o município, porque a gente acredita que Irati merece essas coisas que os municípios grandes têm. Então nós fomos atrás do drive-in, fizemos algumas sessões, tivemos uma aceitação muito boa, tivemos muitos parceiros que abraçaram a nossa causa e foi uma experiência muito legal e inovadora para Irati, disse Talita sobre a experiência, inédita em Irati.
Assistir filme no drive-in é bem diferente do que ir ao cinema convencional, pois, além da nostalgia, é possível ter mais conforto.
Cada pessoa escuta ao filme dentro do seu veículo. É disponibilizado uma frequência de rádio e cada um escuta dentro do conforto do seu carro. Quando estávamos fazendo a divulgação, brincamos que as pessoas poderiam até vir de pijama, trazer o seu cobertor e travesseiro para ficar ainda mais confortáveis.
Mas para quem não é do ramo as dificuldades são maiores. Para exibir filmes mais novos é preciso pagar uma taxa, que varia de acordo com a película. Também tem de contar que novos decretos, em algum momento, vão autorizar o funcionamento das salas tradicionais, o que poderia inviabilizar o negócio. “Agora nós estamos aguardando para saber se os cinemas vão poder voltar a transmitir os filmes ou não. Também a lista de filmes é reduzida para nós que não temos um cinema. Os cinemas têm autorização para reproduzir os filmes atuais e, no nosso caso, não. Nós temos que pagar uma taxa alta pelos direitos de exibição; é preciso montar também toda uma estrutura, então por isso a gente está aguardando”.
Sem previsão, a agenda de shows está paralisada. “Não é possível remarcar sem uma previsão de até quando vai essa pandemia. Quando nós tivermos uma resposta positiva de quando poderemos voltar com as nossas atividades, vamos começar a correr atrás novamente para marcar datas para os shows de sábado, do público mais jovem, quanto para os tradicionais bailes gaúchos aos domingos”, finalizou.