CIEE traz oportunidades de primeiro emprego a jovens

Programas ofertados pelo Centro de Integração Empresa-Escola auxiliam na busca do primeiro emprego de jovens/Karin…

10 de junho de 2022 às 21h35m

Programas ofertados pelo Centro de Integração Empresa-Escola auxiliam na busca do primeiro emprego de jovens/Karin Franco, com reportagem de Paulo Sava e Rodrigo Zub


Em entrevista à Najuá, os Representantes do CIEE/PR, a coordenadora Cristina Malinowski do Nascimento e o supervisor Giuliano Marcelo Borges relataram como funciona o programa Jovem Aprendiz, encaminhamento de vagas de estágio, programas sociais e cursos. Foto: João Geraldo Mitz (Magoo)

O Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE/PR) traz programas voltados a jovens que buscam o primeiro emprego. Os programas conectam empresas aos jovens que buscam pela oportunidade e integram eles ao mercado de trabalho.

Um dos programas é o Jovem Aprendiz, voltado às pessoas de 14 a 24 anos. “O Jovem Aprendiz é baseado na lei nº 10.097 e proporciona aos jovens de 14 até 24 anos a ter essa oportunidade de ingressar no mercado de trabalho. É uma lei que o jovem alia a parte teórica e a parte prática, então é um programa onde o jovem estará por um período com o CIEE e outro período com a empresa, atuando e colocando em prática o que ele aprende na teoria”, explica a coordenadora do CIEE, Cristina Malinowski do Nascimento.

Os jovens que participam do programa também recebem capacitação. “Poucos sabem, mas o CIEE é uma instituição de assistência social, então o nosso público principal é aquele jovem que talvez não tenha muitas oportunidades. Nós, preferencialmente, temos um olhar diferenciado para esse jovem. No momento do ingresso nesse programa, ele vai estar sendo inserido, não apenas numa vaga, lá na prática dentro da empresa, mas também o CIEE, através de instrutores altamente capacitados, através de uma equipe multidisciplinar que o CIEE dispõe, nós fazemos essa capacitação teórica”, conta o supervisor do CIEE, Giuliano Marcelo Borges.

Em Irati, os cursos para os jovens aprendizes são nas áreas comerciais, administrativa e industrial. “Nós temos o Programa de Aprendizagem que são os cursos de Serviços Administrativos, Serviços Comerciais e o Produção Industrial. Cada curso tem suas disciplinas específicas. Nós trabalhamos com módulos, que nós chamamos de integrador, que é preparar o jovem para ingressar nesse início do programa com conhecimentos sobre o mercado de trabalho, sobre as leis, direitos, deveres, cidadanias, a questão da matemática básica, português, postura profissional. E ele vai ingressar na empresa entrando com as disciplinas específicas. Por exemplo, no curso de Serviços Administrativos, nós entramos com as disciplinas específicas de administração para atuar mercado de trabalho”, conta Cristina.

Para se inscrever, é preciso se cadastrar no site do CIEE. “Primeiramente o jovem precisa possuir um cadastro conosco no CIEE. Então, ele vai acessar o site www.cieepr.org.br. Lá ele vai colocar todas as informações, os seus dados e anexar o RG, o CPF, a sua declaração de matrícula atualizada e a carteira de trabalho. São os documentos principais para o Jovem Aprendiz. Lembrando que para ser Jovem Aprendiz, como é de 14 anos a 24 anos, ele pode ter já concluído o ensino médio. Ele pode participar do programa, mas ao invés da declaração de matrícula atualizada, ele insere o histórico escolar”, explica a coordenadora.

A idade máxima para participar do programa é de 24 anos, mas Cristina explica que o ideal é participar até 22 anos por causa da duração do contrato. “Como o programa tem uma duração de 16 meses ou de 11 meses, falamos para o jovem ingressar no programa até 22 anos e meio porque, ele completando 24 anos, obrigatoriamente ele sai do programa. Por isso que falamos para iniciar com 22 anos e meio”, disse.

Já para pessoas com deficiência, o programa pode se estender. “Para o jovem que é portador de alguma necessidade especial ele pode se estender além dos 24 anos. Mas o limite permanece, no máximo, 24 meses que ele pode permanecer na condição de aprendiz”, conta o supervisor.

Os alunos que se inscreverem no programa passarão por um processo seletivo na empresa. “A empresa precisa escolher o jovem. Esse programa ele é registrado em carteira, então a empresa precisa de um tempo hábil para registrar na carteira, fazer o ato admissional dele, registrar no e-Social, então tem todos os trâmites legais para a empresa e o CIEE para que na segunda-feira ele esteja atuando”, disse a coordenadora.

O CIEE também trabalha com as empresas para abrir novas vagas. “Nós fazemos visitas periódicas às empresas, às que nós atendemos e as que também ainda não são atendidas pelo CIEE. Sempre divulgamos essas oportunidades do Jovem Aprendiz para que a empresa se sensibilize, faça essa contratação e dê essa oportunidade ao jovem”, explica Cristina.

A carga horária do Jovem Aprendiz é dividida entre a empresa e o CIEE. “A do Jovem Aprendiz é de 20 horas semanais para os cursos de Serviços Administrativos e o de Serviços Comerciais. E de 30 horas semanais para o curso de Produção Industrial. Ou seja, o jovem que trabalha 20 horas, ele vai ficar um dia no CIEE de quatro horas e quatro dias vai trabalhar na empresa durante quatro horas. O de Produção Industrial, ele vai ficar um dia de seis horas com CIEE e quatro na empresa”, relata a coordenadora.

Para o jovem, os programas são a chance de ser efetivado na empresa, como é o caso do Jovem Aprendiz. “Nós fizemos um levantamento em torno de 87% dos nossos jovens são efetivados nas empresas. É um número bem expressivo e mostra que o trabalho que o CIEE vem desenvolvendo, está sendo com excelência porque está auxiliando as empresas. Além do jovem entrar no mercado de trabalho, a empresa tem a oportunidade de fazer o preparo do jovem para ingressar através do programa e após a sua efetivação”, conta.

Estágio remunerado: Outra oportunidade para o jovem conquistar o primeiro emprego é por meio do estágio. O programa de estágio é um dos mais conhecidos do CIEE que trabalha há 54 anos conectando empresas e estudantes. Perto de 2 milhões de pessoas já passaram pelos estágios do CIEE.

Há 14 anos, o programa sofreu modificações que trouxeram as regras que são equivalentes às de hoje, como a necessidade de estar matriculado em uma instituição de ensino. “A partir dos 16 anos é a idade mínima e ele precisa ser estudante a partir do Ensino Médio, Ensino Técnico, curso superior e algumas pós-graduação liberam também para estágio. Com relação à idade, o mínimo é 16 anos e não tem limite máximo. Se você resolver daqui um tempo fazer uma faculdade, buscar um estágio, mesmo que você sendo jovem você pode buscar. Não tem essa limitação no caso do Jovem Aprendiz. Ao contrário, no caso do programa de estágio só tem a limitação mínima”, explica o supervisor.

Giuliano destaca que o programa tem boa adesão por parte dos empresários. “É justamente visto a facilidade da contratação do programa de estágio e enaltecemos também o programa do estágio como uma excelente porta para o primeiro emprego”, conta.

Os estágios são feitos a partir de convênios com as instituições de ensino. “A legislação estabelece que a autoridade suprema do estágio é a instituição do ensino. O CIEE tem convênios com praticamente todas as instituições no ensino, seja estadual, seja da rede pública, da rede privada, nível médio, nível técnico, nível superior. O CIEE tem essa parceria com as instituições de ensino e faz essa ponte, essa integração. Fazemos toda a parte operacional e a parte administrativa, essa junção, temos o trabalho que é realizado a prospecção, da busca pelas parcerias junto às empresas”, conta o supervisor.

O CIEE também faz um convênio com a empresa para verificar as vagas disponíveis. “Primeiramente, fazemos um convênio com a empresa para ter esse vínculo, para poder fazer o contrato. Após isso, fazemos uma conversa com o empresário para ver quais são as necessidades que ele precisa do jovem, qual a função, aonde que ele vai atuar, para daí assim abrirmos essa vaga, fazer essa seleção e encaminhar para entrevista. Não é o CIEE quem faz a escolha dos candidatos e, sim, a empresa. Fazemos a seleção para ver o perfil do que ele está estudando para com o perfil da vaga, porque, por exemplo, eu não posso colocar um jovem estudante de Educação Física para fazer um estágio numa vaga de administração. Como é um ato educativo, ele tem que ser linkado ao estudo ao que ele vai exercer”, explica Cristina.

Cursos do CIEE: O CIEE também fornece cursos livres para quem deseja se preparar para o mercado de trabalho. Os cursos são gratuitos e voltados às áreas de entrevista do primeiro emprego, elaboração de currículo, atendimento ao público, oratória inicial, orçamento familiar e financeiro. “São vários cursos que temos para os jovens, principalmente que querem ingressar e que não tem ainda essa oportunidade, não tem nenhum curso ainda no seu currículo e está buscando, isso é um complemento. Até para que as portas se abram com um pouquinho mais de facilidade para ele conseguir ingressar e ter essa oportunidade”, disse a coordenadora do CIEE.

Há ainda outros dois programas sociais, o Programa Jovem em Ação e o Família em Ação, que auxiliam na preparação do jovem para o mercado de trabalho. “Onde os jovens, a partir dos 14 anos, podem inscrever-se nos programas sociais. Nós temos parceria com os CRAS e CREAS, Secretarias de Assistência e outras instituições de atendimento social, onde procuramos focar nesse jovem em situação, muitas vezes, de vulnerabilidade social, os jovens menos favorecidos”, conta o supervisor.

No programa Jovem em Ação, há uma capacitação para diversos assuntos. “São quatro encontros de quatro horas cada um deles, onde vamos tratar de assuntos extremamente importantes. Básicos, mas de extrema importância. Ele traz desde a educação sanitária, questões comportamentais, questão de direitos legais dos nossos programas, os direitos do estagiário, do Jovem Aprendiz e, principalmente, como montar um currículo, como se comportar numa entrevista de emprego. É um curso que traz aquele jovem que realmente ainda não tem noção do mundo do trabalho. Ele faz essa primeira capacitação”, disse Giuliano.

O programa termina com uma turma do Família em Ação. “Ele trabalha a questão de vínculos familiares, questão da união da família como algo muito importante. Procuramos focar para os familiares, seja pai, mãe, avó, tio, com quem o jovem mora. O jovem, que participou desses encontros do Jovem em Ação, os familiares dele vão participar desse momento. Esses programas geralmente são ministrados pela nossa equipe multidisciplinar, então geralmente é uma assistente social ou é uma psicóloga. Se trabalha além de questões comportamentais, trabalha muito a questão de valores”, explica o supervisor.

Para participar dos programas ou dos cursos livres, o jovem precisa estar cadastrado na plataforma do CIEE, no site www.cieepr.org.br. Para esclarecer mais dúvidas, é possível entrar em contato pelo telefone 0800-300-4300 ou no escritório do CIEE em Irati, localizado na rua Antônio Cândido Cavalin, nº 537.

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