Cavalos devem estar com documentação sanitária em dia para participar do rodeio em Irati

De acordo com a Agência de Defesa Agropecuária (Adapar) são exigidos os exames do mormo,…

11 de julho de 2022 às 19h28m

De acordo com a Agência de Defesa Agropecuária (Adapar) são exigidos os exames do mormo, anemia infecciosa equina, Guia de Trânsito Animal (GTA) e a vacina da gripe dentro do prazo de validade/Texto: Karin Franco, com reportagem de Rodrigo Zub


 Imagem mostra médico veterinário coletando o sangue na veia do pescoço do cavalo para mandar para o laboratório realizar os exames. Foto: Adapar/Divulgação

Apenas cavalos com a documentação sanitária em dia terão a entrada permitida no CT Willy Laars durante o rodeio de Irati, que será realizado entre os dias 15 e 17 de julho. De acordo com a Agência de Defesa Agropecuária (Adapar) são exigidos os exames do mormo, anemia, Guia de Trânsito Animal (GTA) e a vacina da gripe dentro do prazo de validade.

Os boletos e as GTAs já estão sendo emitidos para quem solicitá-los. A médica veterinária da Adapar, Cristina Barra do Amaral Bittencourt, explica que a documentação é uma exigência em eventos com aglomeração. “Quando se faz um evento com aglomeração ou quando se juntam vários animais, essa proximidade entre eles e o contato, facilita com que as doenças se espalhem. A forma para se evitar que as três doenças principais dos equinos passem de um para o outro é controlar a entrada deles, permitindo que só entre no recinto os animais que são comprovadamente negativos para o mormo, anemia infecciosa equina e vacinados contra a gripe”, afirma Cristina.

As doenças dos cavalos podem levar os animais à morte e também passar para as pessoas. É o caso do mormo que é uma doença causada por uma bactéria que atinge os cavalos, burros, jumentos e, eventualmente, pode passar para as pessoas. “Ela pode apresentar a forma nasal, a forma pulmonar e a cutânea, que é embaixo da pele. Ocorre febre alta, dificuldade respiratória, broncopneumonia e tosse. Ela é bem parecida com o chamado garrotilho, porém é muito mais grave. O contato com as secreções contaminadas é que transmite o mormo. Ela pode se espalhar pelo corpo e acabar levando o animal à morte. Por enquanto, não existe vacina preventiva e nem tratamento, então os animais doentes precisam ser sacrificados”, explica a médica veterinária.

Na anemia infecciosa equina, há a obrigação de notificação da doença por ela ser viral. “De extrema importância não só pelo aspecto sanitário, mas também pelo valor zootécnico esportivo, de trabalho e econômico da atividade com os cavalos. Quando o cavalo está com anemia, ele vai perdendo as defesas do organismo, ficando com a imunidade baixa e pode pegar outras doenças. No final da vida, pode levar à morte, mas muitos animais se tornam portadores assintomáticos. Eles têm a doença e no começo não apresentam sinais clínicos. Dessa forma, eles vão espalhando para outros animais”, alerta Cristina.

A transmissão pode ocorrer pelo compartilhamento de agulhas, arreios, esporas e outros utensílios que possam ser contaminados por sangue, além da transmissão por vetores como insetos, mutuca e mosca do estábulo. “O vírus permanece por toda a vida, mesmo quando não manifestar os sintomas. Também não tem tratamento e nem vacina eficiente para prevenção. Os doentes precisam ser sacrificados. Nós temos casos de anemia infecciosa na região, diversos animais já precisaram ser sacrificados por essa doença”, conta a médica veterinária.

Os animais também precisam ser vacinados contra a gripe. Os cavalos possuem uma gripe chamada influenza equina, parecida com a que ocorre em humanos. “É causada por um vírus, sendo uma gripe bem parecida com a gripe das pessoas e ocorre tosse, febre, secreção nasal, lacrimejamento, inflamação na garganta, perda de apetite e emagrecimento”, conta.

Assim como nos humanos, a influenza equina é muito transmissível e espalha rapidamente entre os animais. “Felizmente, os equinos respondem bem ao tratamento adequado com medicação, repouso e logo se recuperam. Para essa doença, existe a vacina preventiva, que é semelhante à vacina da linha humana, e deve ser aplicada uma vez por ano nos cavalos”, explica Cristina.

Quem precisa fazer os exames e as vacinas para ir no evento, deve entrar em contato com um médico veterinário. “São realizados pelos médicos veterinários da região, que farão a coleta do sangue e a vacina no animal. Vão encaminhar esse sangue para o laboratório específico, entregando depois o laudo para os proprietários. O custo varia conforme a quantidade dos animais e a distância da propriedade onde o veterinário foi fazer a coleta”, revela a médica veterinária da ADAPAR.

Além dos exames e vacinas, os proprietários de cavalos precisam estar com a GTA em dia. Esse documento regulariza a movimentação do animal. “É muito importante que fique registrado de onde o animal saiu e para onde foi, por causa do controle das doenças nos animais. No caso de ocorrer algumas doenças de notificação obrigatória, a GTA é a ferramenta que contribui para identificar a origem, destino e o controle rapidamente, antes que essa doença acabe se espalhando pelo estado”, disse.

No caso de eventos, os proprietários de cavalos precisam obedecer a legislação atual que é regida pela portaria da Adapar número 389. A portaria disciplina as normas para a participação em eventos agropecuários dentro do estado do Paraná. “O proprietário desses animais precisa ter um cadastro informatizado na Agência de Defesa Agropecuária (Adapar) e deve providenciar os exames de anemia, mormo e a carteirinha de vacinação contra gripe. Existe uma taxa para participação em eventos, sendo hoje aproximadamente R$ 34 para um animal”, explica Cristina.

Haverá fiscalização durante o evento no CT Willy Laars. “É um evento bem grande, tem participação de pessoas e animais do estado inteiro, bem como de outros estados vizinhos. Mas os participantes já conhecem bem a forma de trabalho e sabem que precisam estar com a documentação sanitária junto com o animal, mesmo que ele vá montado no cavalo, que seria GTA a pé”, conta.

Se houver descumprimento das normas, o proprietário do animal poderá ser multado. “Aquela pessoa que não providenciou a documentação dos seus animais não poderá entrar no CT Willy Laars durante o evento. Estará sujeito à auto de infração e multa, em torno de R$ 1.270 referente a um animal”, explica.

A médica veterinária ainda afirma que os animais que participarão do rodeio devem estar em bom estado. “Os animais que participam precisam estar em bom estado nutricional, livres de sinais clínicos de outras enfermidades também, além do mormo, anemia e influenza, e que se houver algum machucado, lesão ou excesso serão imediatamente afastados para o tratamento adequado”, disse.

Mais informações podem ser obtidas na Adapar no telefone 3422-7554. Informações sobre o rodeio em Irati podem ser obtidas na Secretaria de Cultura e Turismo no telefone 3132-6197.

Tubos com o sangue coletado de cavalos e as seringas usadas. Após a coleta de sangue dos cavalos são realizados os exames de anemia e mormo, por exemplo. Foto: Adapar/Divulgação
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