Veículo destinado a oferecer cirurgia de castração aos animais em situação de rua ou em vulnerabilidade socioeconômica em Irati é uma parceria entre a secretaria de Defesa Animal e o Centro Universitário Campo Real/ Marina Bendhack com entrevista realizada por Rodrigo Zub e Juarez Oliveira

O Castramóvel é um projeto elaborado pela secretaria de Defesa Animal em parceria com o Centro Universitário Campo Real, que busca oferecer cirurgias de castração aos animais em situação de rua, bem como aqueles que vivem em um lar de vulnerabilidade socioeconômica. O projeto foi elaborado para amenizar o problema de cachorros e gatos em situação de rua, oferecendo uma proposta de solução do problema, aliado ao enriquecimento do currículo do curso de Medicina Veterinária da Campo Real.
O Castramóvel é um veículo equipado com um centro cirúrgico e um local destinado aos cuidados pré e pós cirúrgicos, conforme a legislação do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV). O veículo está atualmente no pavilhão do Parque Aquático. Em participação no programa Meio Dia em Notícias, o secretário de Defesa Animal Wagner Beida e o diretor da Campo Real, Angelo Antonio Delponte, esclareceram de que forma estão acontecendo as castrações.

O projeto foi elaborado com a intenção de oferecer um bom atendimento com um custo mais baixo, deste modo, a prefeitura paga uma parte dos custos e o Centro Universitário fornecerá a mão de obra. As cirurgias serão realizadas pelas professoras iratienses Fernanda Almeida e Luana Burake, enquanto os alunos irão acompanhar o processo. Com essa parceria, foi possível baixar o custo da cirurgia da castração, que em média, para um animal de 5 kg, custa em torno de R$ 800, nesse projeto, custa entre R$ 250 e R$ 300.
A princípio, o contrato estabelece que sejam feitas 600 castrações. A intenção é ampliar esse número para 50 castrações por mês. Um dos critérios imprescindíveis do projeto é que as castrações sejam realizadas somente para aqueles animais em situação de rua ou com tutores que não tem condição de pagar um procedimento convencional.
A primeira etapa do projeto irá focar exclusivamente nos animais com prioridade, ou seja, animais em situação de rua, que estão disponíveis para adoção e aqueles que estão morando em instituições, para que isso possa incentivar as pessoas a adotarem esses animais.
A intenção é que essa primeira etapa do projeto dure cerca de três meses, e tem o intuito de diminuir a incidência de animais sem lar. Na segunda etapa do projeto, começarão a ser realizadas cirurgias nos animais cujos tutores não têm condição de pagar uma castração convencional, como participantes do Bolsa Família ou CAD único. “Então assim a primeira etapa é só para os cães que estão na rua, pra gente resolver o problema desses cães estarem criando na rua. E até digamos assim, castrando, ele diminui também a agressividade, para de correr atrás de moto, então dá uma diminuída. A primeira etapa é mais isso. E assim, a parceria com a Campo Real foi essencial para funcionar o projeto por causa do custo, o custo mais baixo ali e assim são excelentes profissionais também” relata Wagner.
Nesse primeiro momento, o Castramóvel ficará instalado no Parque Aquático durante cerca de dois meses, atendendo os animais da região. Mais adiante, o plano é que possa ser instalado em outros locais, como o Centro de Tradições Willy Laars, para que possa atender os animais das regiões mais afastadas da cidade.
Os cachorros em situação de rua que irão realizar a cirurgia precisarão de um tutor temporário que possa assumir os cuidados pós cirúrgicos dos animais. Os tutores temporários precisarão ficar com os animais operados durante dez dias para dar os medicamentos e cuidados exigidos no pós-operatório. Após esse período, os cachorros poderão retornar para a rua. “Outra dúvida também, esses cães que estão na rua, eles não vão ser castrados e soltados na rua, vamos precisar de um tutor temporário. A gente já tem uma lista lá, de tutor temporário, às vezes a pessoa tem um cachorrinho na frente de casa que ela cuida, mas não tem condição de recolher, mas assim ela colocou casinha, coloca comida, então a gente vai lá e conversa vira tutor temporário, então a gente vai lá pega esse cachorro, faz a cirurgia, ela recolhe esse cachorro durante dez dias, dá o medicamento retiramos os pontos e retorna para a rua”, informa Wagner.
A segunda etapa do projeto de castração será destinada a atender os animais das pessoas em vulnerabilidade socioeconômica. Nessa etapa, serão divulgadas as inscrições para que essas pessoas possam se cadastrar. Após a realização do cadastro, será feita uma avaliação para verificar se o animal tem condições de realizar a cirurgia e se enquadra no projeto.
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O secretário de Defesa Animal explica que a demora para iniciar as atividades do Castramóvel se deu por conta da legislação do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) que exige algumas adaptações e equipamentos específicos para essa finalidade e por conta do custo para manter e equipar o veículo ser alto.
A demanda já está grande e serão atendidos primeiramente animais que já estão no pré-cadastro, como aqueles de mais urgência que residem em casas de protetores ou nas ruas. As professoras serão remuneradas pelas cirurgias e o valor dos procedimentos serão destinados apenas para cobrir os custos do serviço.
Para informar que há um cachorro de rua precisando da castração, é possível ligar para a secretaria de Defesa Animal, no telefone (42) 3132-6270. Depois disso, o nome é inserido na lista e verificado se o animal está em situação de rua.