Fechamento do comércio em dois finais de semana no mês de julho trouxe resultados positivos, segundo coordenador do COEF
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Entre os dias 8 e 21 de julho estabelecimentos de todos os setores, incluindo supermercados, funcionaram das 8 às 18 horas de segunda a sexta-feira em Irati. Foto: Rádio Najuá |
O número de casos de coronavírus por dia em Irati diminuiu depois da realização do fechamento do comércio (lockdown) em dois finais de semana no mês de julho, de acordo com o coordenador do Centro de Operações Especiais e Fiscalização (COEF) da prefeitura de Irati, o enfermeiro Agostinho Basso.
Segundo ele, a semana do dia 19 a 25 de julho registrou um aumento de 26,92% no números de casos em comparação à semana anterior, com uma média geral de quase cinco pessoas por dia sendo positivadas.
Após o lockdown, a média de casos por dia baixou assim como o percentual de aumento de casos. “Da semana de 25 [de julho] a 1 [de agosto] que nós começamos a colher os frutos daquele lockdown, nós tivemos um decréscimo de 26,92% para 14,47%, ou seja, baixou o nosso índice para 3,0 [casos por dia]”, explica.
O coordenador explica que o lockdown terá influência nesta e na próxima semana, exatamente no momento em que as projeções indicam que ocorra o pico de casos no estado do Paraná. “Do dia 3 ao dia 18, mais ou menos, o Paraná estará enfrentando o seu maior número de casos do covid-19”, alerta.
Por isso, as autoridades pedem a compreensão da população para que se faça o maior esforço para evitar a contaminação. “Pedimos que nesses próximos 15 dias que toda a população possa entender essa situação, já que viemos até aqui, mais 15 dias com distanciamento social, só saia de casa se realmente for necessário. Claro que nós não estamos falando de quem vai para o trabalho. Quem vai trabalhar, vai trabalhar com segurança, com o uso de máscaras a todo momento, o uso do álcool, lavagem das mãos rotineiramente. Aqueles que ficam em casa, grupos de risco, pessoas que não precisam de fato de se deslocar para o trabalho, que façam um esforço grande não vir para o centro da cidade, não vir fazer compras desnecessárias, apenas mercado e farmácia, combustível”, comentou.
Agostinho também explicou que as iniciativas do início da pandemia ajudaram para que o estado conseguisse criar mais leitos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), passando de 1.300 leitos para 2.400 leitos, o que ajudou a não ter colapso. No entanto, a preocupação é que o estado agora tem dificuldade de criar mais leitos e é necessário um controle no número de casos, para evitar a sobrecarga do sistema. “Não tem mais como ampliar, tanto pela falta de equipamentos, quanto pela falta de profissionais de alta performance especializado em UTI”, disse.
Protocolo de tratamento
O município de Irati também já definiu um protocolo de tratamento para quem deseja usar a cloroquina e a hidroxicloroquina. O protocolo ainda deve ser oficializado nesta semana.
O coordenador explica que em Irati os medicamentos não serão distribuídos aleatoriamente como em outras cidades e que deverá ter prescrição médica. “Para fazer uso da cloroquina ou da hidroxicloroquina pelo Ministério da Saúde e pela Sesa [Secretaria de Estado da Saúde] do Paraná, o paciente tem que assinar um termo de consentimento, ou seja, que está ciente que está tomando esse medicamento como forma de prevenção ou até diminuição da carga viral do coronavírus e ele tem que assinar”, detalha.
Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), para não cometer infração ética, o médico é obrigado a explicar ao doente que não existe, até o momento, nenhum trabalho científico, com ensaio clínico adequado, feito por pesquisadores reconhecidos e publicado em revistas científicas de alto nível, que comprove qualquer benefício do uso das drogas para o tratamento da Covid-19. Antes da assinatura, ele também deverá explicar os efeitos colaterais possíveis.
O medicamento estará disponível para casos leves, moderados e também para o tratamento em si já no hospital. Os pacientes que tiverem o tratamento com cloroquina terão que realizar eletrocardiograma para verificar possíveis efeitos colaterais.
Retorno das aulas
O Governo Estadual começa a discutir o retorno das aulas para o final de setembro, quando casos no estado poderão diminuir segundo as projeções. Agostinho explica que em Irati, as autoridades estão aguardando definições da SESA quanto ao assunto.
Uma das dificuldades apontadas pelo coordenador é em relação ao controle de crianças e adolescentes dentro de uma sala de aula. Mesmo assim, as autoridades municipais irão esperar para analisar os números da doença para tomar decisões. “O momento nosso ainda é que não retorne, mas tudo isso irá depender dos próximos 20, 30 dias para ver como irá se comportar essa crise e para ver como os números vão nos colocar”, explica.