Casa do Artesão será reinaugurada no sábado

Loja que fica na Rodoviária de Irati passou por troca de móveis, feito pelos próprios…

15 de novembro de 2022 às 18h28m

Loja que fica na Rodoviária de Irati passou por troca de móveis, feito pelos próprios artesãos. Reinauguração também marcará a comemoração dos três anos da Casa do Artesão no local/texto de Karin Franco, com reportagem de Paulo Sava e Rose Harmuch

Casa do Artesão de Irati será reinaugurada oficialmente no próximo sábado, 19, às 10 horas, na Rodoviária. Foto: Milene Galvão


A Associação Iratiense de Artesãos reinaugura a Casa do Artesão no próximo sábado (19), às 10 horas. A reinauguração é feita após a loja, que fica na Rodoviária de Irati, passar por uma mudança nos moveis, com a troca de prateleiras, balcão e expositores. O evento também marcará os três anos de funcionamento da loja na rodoviária.

A presidente da Associação Iratiense de Artesãos, Milene Aparecida Padilha Galvão, conta que a troca dos móveis foi possível por meio de mobilização dos associados que se reuniram com vendas de rifas e com doações de trabalho. Um dos associados, Fabiano, fez os novos móveis. “Ele fez toda mão de obra de forma voluntária. Ele não cobrou nada. Nós só compramos os materiais para ele fazer. A matéria-prima, que foram as madeiras, e eu acredito que não chegamos a gastar R$ 1 mil em todas as madeiras para finalizar toda a loja. Inclusive, ele fez vitrine para a nossa loja, para deixar a loja mais bonita, mais atrativa. Está muito linda. É mérito do Fabiano, os móveis. A Fran também, é mérito dela, a prestação de contas, as ideias para faturarmos também. Fizemos rifas para juntar uma grana para remodelar a nossa loja, fazer móveis novos. É mérito de um trabalho em equipe mesmo. Todas as pessoas da diretoria contribuíram para que pudéssemos reformar nossa loja em termos de móveis, vender as rifas”, explica.

A troca de móveis foi necessária devido a antiguidade e o tamanho dos móveis originais. “Nós tínhamos na mobília que era lá da antiga Casa da Economia Solidária. Era umas prateleiras de folha de alumínio e elas estavam tortas, já de tanto tempo, bater e levar de um lugar para outro. Os expositores não eram adequados e não tinha mais espaço. A loja estava com tamanho bom, mas não tinha espaço suficiente porque os móveis não eram adequados”, conta.

A reforma foi realizada enquanto a loja estava aberta e em funcionamento. “A loja não fechou em nenhum momento. Até os móveis, as prateleiras, os balcões, os expositores, eles eram feitos por partes. Era feito um pouco de cada, à medida como íamos somando recurso, conforme íamos juntando grana, nós íamos fazendo. Mas não ficou fechada. Esporadicamente, a loja fecha caso alguma das vendedoras do dia não possa ir, que tem algum problema de saúde, algum compromisso em cima da hora. As que são mãe também, que precisam buscar as crianças ou que as crianças ficam doentes, mas fora isso, a loja permanece aberta”, disse.

Há três anos na rodoviária, a nova Casa dos Artesãos é um recomeço, segundo a presidente da entidade. “Para os artesãos de Irati, ela representa um recomeço porque a Casa do Artesão existe tem mais de 20 anos. Eu lembro que quando ela era do lado da loteria do Gutio, agora onde é aquele terreno que eles estão reformando, bem ali onde era também a Pizzaria Happy, era a Casa do Artesão”, explica.

Depois de um tempo, a Casa do Artesão mudou de local. “Depois de um tempo, a Casa do Artesão passou a ser chamada de Casa da Economia Solidária. Ela foi mudada lá perto do Batatão e ficou por algum tempo lá, como Casa da Economia Solidária. Inclusive, era um espaço não apenas para os associados da Associação de Artesãos, mas era também para o pessoal da região toda que tinha artesanato, expunha os seus artesanatos e as suas artes na Casa da Economia Solidária”, conta.

A troca de gestões fez com que os artesãos acabassem ficando sem espaço. “Numa troca de gestão, acabou-se que a Casa da Economia Solidária foi cedida para os árbitros, para a ARAI e os artesãos ficaram sem espaço. Mas também é preciso considerar que na época, os artesãos estavam fragilizados, com a própria mudança da gestão. Alguns foram embora, outros deixaram de fazer parte, então restaram, se eu não me engano, oito ou nove artesãos na Casa da Economia Solidária e acabaram ficando sem espaço. Tudo que era da Casa da Economia Solidária foi para o almoxarifado da prefeitura. Eles ficaram por dois anos, se eu não me engano, sem espaço”, disse.

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Após conversas com a Prefeitura de Irati, os associados conseguiram seu espaço na Rodoviária de Irati. “Foi através do diálogo com a prefeitura, com o Jorge, solicitando um espaço, que era importante para venda dos artesãos, que a prefeitura na pessoa do seu Alfredo Van der Neut, até à época secretário de Cultura, cedeu o espaço ali na rodoviária para nós. Isso é um recomeço para nós, considerando que muitos artesãos vivem da sua arte”, conta.

Para os artesãos, o local valoriza o trabalho dos associados. “É um ponto estratégico. Fez bastante diferença, até, inclusive, no número de associados porque quando era lá do lado do Batatão, era de outros municípios também os artesãos. De Mandirituba, de Quitandinha, então o pessoal que fazia parte da economia solidária da região, expunha na Casa. Na nossa loja, diferencial é que nós somos apenas de Irati”, explica.

O espaço onde a loja está é cedido pela Prefeitura de Irati. A presidente destaca que todos os associados são do município e vendem produtos feito localmente. “Temos o Selo “É de Irati” que foi criado muitos anos atrás. Os nossos produtos tem o Selo, que é conhecido como uma associação que é de Irati e os nossos artesãos são da cidade. Nós já somos em 63 associados. Sonhamos que tenha 100 associados”, disse.

A associação funciona com o regime de associativismo. “O nosso CNPJ é registrado enquanto Associação. Nós temos uma diretoria executiva, o nosso conselho. E ninguém ganha. Todo mundo faz seu trabalho voluntário. Ninguém ganha nenhuma remuneração para exercer cargo na diretoria, inclusive, porque não é permitido, em termos legais. Enquanto associação sem fins lucrativos, você não pode remunerar nenhum dos associados e nem o corpo diretor. Inclusive, por isso temos lei de utilidade pública, conseguimos o termo de exceção de uso do espaço pela prefeitura e somos reconhecidos enquanto Associação de Artesãos na cidade”, explica.

Na loja, há associadas que são designadas para trabalhar por um dia, a cada dia da semana, de segunda-feira a sábado, de forma fixa. “A nossa regra estabelecida no nosso regimento é que somente tem algum lucro, a vendedora que vende algum produto. Por exemplo, você é a nossa sócia, você faz tapete de crochê e na sexta-feira, que é o meu dia, eu vendi um tapete teu e ele custa R$ 50. Eu tenho direito, através do meu regimento que é aprovado por todos os associados, a 10% de comissão. Mas você sendo associada, você já é ciente que vai ter essa comissão para vendedora do dia e você pode ajustar o preço do teu produto, já considerando que a vendedora vai querer essa comissão”, explica.

Só podem expor na loja os artesãos de Irati que são associados. “O artesão que tem interesse em ser associado, ele chega lá na loja, com produto dele, ele pode escolher quantos ele quiser levar. De segunda a sábado, qual dia ele quiser ir. Ele leva cópia do CPF, RG e comprovante de endereço. Ele vai pagar R$ 10 de taxa de inscrição e R$ 10 de mensalidade no primeiro mês. A partir do segundo mês, ele só vai pagar os R$ 10 de mentalidade e ele tem direito à livre acesso, para ele colocar os produtos dele, para ele participar nos eventos, nas feiras”, conta. A única limitação é o espaço, já que a loja não é muito grande.

A Casa dos Artesãos está localizada na Rodoviária de Irati, ao lado do guichê da J Araújo, na sala 5. O horário de funcionamento é das 8h30 às 11h30 e 13h30 às 17h, de segunda-feira a sexta-feira, e aos sábados, das 8h30 às 12h30.

Fotos: Milene Galvão e João Geraldo Mitz

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