Cartão Comida Boa vira um programa permanente do governo estadual

Valor do benefício passou de R$ 50 para 80. Cartões serão distribuídos pelas prefeituras a…

25 de novembro de 2021 às 19h56m

Valor do benefício passou de R$ 50 para 80. Cartões serão distribuídos pelas prefeituras a partir de dezembro/Karin Franco, com reportagem de Juarez Oliveira e Rodrigo Zub

Alimentos, produtos de higiene e gás podem ser comprados com o valor repassado pelo programa estadual Comida Boa. Foto: Geraldo Bubniak/AEN

O governo estadual anunciou nesta semana que o programa Cartão Comida Boa será permanente. O beneficio foi pago no ano passado e possibilitou que famílias em dificuldades financeiras em virtude da pandemia de coronavírus recebessem R$ 50 durante três meses.

Em entrevista no programa “Café Com Notícias” da Rádio Najuá, o chefe da Casa Civil do governo estadual, Guto Silva, disse que a decisão foi tomada para atingir famílias que não se enquadram em outros programas de transferência de renda, como Auxílio Brasil. “Os dados apontam que nós temos quase 100 mil pessoas que não se enquadram nesses programas de transferência de renda, mas tem enormes dificuldades econômicas e sociais. O Comida Boa vem justamente para complementar a renda dessas pessoas que se encontram sensíveis e vulneráveis nesse momento”, disse.

Ouça a entrevista completa com Guto Silva no fim do texto

O valor do benefício passará de R$ 50 para R$ 80 e poderá ser usado para compras de alimentos, produtos de higiene e gás. O chefe da Casa Civil reconheceu que o valor é baixo, mas ao mesmo tempo destacou que o dinheiro ajudará quem tem dificuldades em comprar alimentos. “Para quem está precisando, R$ 80 ajuda muito a colocar um prato de comida dentro de casa. É um programa complementar para que a gente consiga dar suporte e assistência a quem a gente mais precisa nesse momento tão complexo que a pandemia assolou todo mundo”, analisa Guto.

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Os cartões físicos serão distribuídos pelas prefeituras a partir de dezembro, para os beneficiários do programa. “Estamos finalizando todas as questões dos cadastros, atualizando os cadastros. Possivelmente em meados de dezembro para frente, o programa se torna permanente para que as pessoas que precisam dessa assistência, terão um valor de R$ 80 por mês”, afirmou.

Outra medida que também fez parte do pacote de benefícios assistenciais do governo estadual anunciado nesta semana foi o projeto do Aluguel Social. Segundo o chefe da Casa Civil, o projeto ajudará quem não se enquadra em programas do Estado. “Esse projeto é justamente para atender aqueles que não conseguem ser enquadrados no programa Casa Fácil, que é do próprio Estado, onde tem uma parcela reduzida, mas algumas famílias não têm nem condições de pagar essa parcela. Então, no Aluguel Social, o Estado paga esse aluguel para poder tirar de extrema vulnerabilidade das ruas, de situações precária”, disse.

O Governo do Estado também tem realizado outras medidas para ajudar famílias em vulnerabilidade que estão sendo impactadas pela crise gerada pela pandemia. Entre essas medidas está a ampliação da tarifa solidária de água e da Energia Solidária. Neste último caso, residências que consomem até 150 kw passam a ter direito à tarifa social. “Não podemos negar que a inflação tem comido o salário dos brasileiros, dos paranaenses e as pessoas que ficam à margem, vulneráveis nesse processo econômico, nós temos obrigação de como Estado, de poder atender e cuidar dessas famílias, dando assistência e suporte necessário por parte do Estado”, conta.

Empregos: Atualmente, uma das principais dificuldades é encontrar uma vaga de emprego. Ao mesmo tempo, empresas destacam a necessidade de investimento em qualificação de mão de obra para preencher as vagas. 

Segundo Guto, o governo do Estado tem realizado parcerias para proporcionar essa qualificação. “Nós já temos alguns programas de qualificação seja na escola ou em parceira com o Sistema S. E esse é um trabalho permanente que estamos estimulando junto às federações e as empresas, justamente para qualificar ainda mais a mão de obra e poder atender a demanda do setor empresarial que cada vez mais exige qualificações, habilidades, treinamentos, para poder acessar essas vagas”, conta. 

O chefe da Casa Civil destaca que este é um dos principais gargalos para conseguir diminuir o desemprego. “Mas de fato esse é um grande diagnóstico que nós vamos desde a Educação Básica, onde o Estado faz investimento em robótica, tecnologia, ou até mesmo com o Ensino Médio e os cursos técnicos profissionalizantes. Essa é uma demanda que sentimos do mundo empresarial e nós estamos ofertando uma série de cursos por parte do Estado, na rede pública para os jovens e também essa parceria com as federações para poder identificar quais os segmentos que tem mais oferta de trabalho para que o Estado auxilie nessa capacitação para os empregos que exijam essas habilidades e condições”, explica. 

No caso das cidades do interior, outro fator que afeta a empregabilidade é dificuldade de atração de empresas que criem mais vagas de emprego. Segundo Guto Silva, uma das dificuldades de atrair mais empresas é a infraestrutura dos municípios. “As empresas buscam além do bom ambiente de negócio e mão de obra, a infraestrutura. E quando olhamos o mapa de investimento do Paraná é nítido a decisão das empresas em buscarem um ambiente mais próximo ao estado de São Paulo, acesso próximo à Curitiba e ao porto. Nós confiamos que com o novo anel viário nós conseguimos corrigir essa distorção que temos no Paraná”, disse. 

O novo modelo de pedágio que deverá ser feito no Paraná também é outra medida que o chefe da Casa Civil acredita que ajudará o interior do estado, já que o custo do transporte poderá diminuir. “Estamos bastante otimistas com o futuro dessa nova concessão. Um valor de pedágio reduzido no mínimo de 50%, a nossa expectativa média. Isso de fato reposiciona todo o estado e interior do Paraná, e para Irati, pela proximidade, a conexão com saída para Ponta Grossa, São Paulo e também para Curitiba e litoral, com uma rodovia duplicada direto a Curitiba, com esse acesso facilitado. Nós temos convicção que será transformador para a região”, conta. 

Vacina: Guto ainda comentou sobre a interrupção do convênio com a Rússia para fabricação da vacina Sputnik V pelo Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar). Ele conta que o governo do Estado foi buscar uma alternativa, mas com a não aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o contrato acabou findando. “Nós fomos buscar uma alternativa. O Estado firmou na época um acordo com o Instituto Gamaleya, para transferência de tecnologia e a possibilidade de produção e até importação de vacina. Entretanto, a vacina russa não prosperou na Anvisa, no órgão regulador, e é por isso que o projeto do Paraná também ficou em stand-by”, disse. 

Contudo, o Governo do Paraná busca uma maneira de produzir a vacina no estado. “Mas nós continuamos trabalhando com a possibilidade de produzir vacina no Paraná. A Tecpar tem tradição, um laboratório público de muita qualidade, o que precisa são investimentos vultuosos. Nós já temos um projeto protocolado no Ministério de Ciência e Tecnologia e também no Ministério da Saúde de mais de R$ 1 bilhão que o nosso desejo é justamente abrir uma alternativa de produção de vacina porque atualmente a produção no Brasil está sendo muito concentrada no eixo Rio-São Paulo”, explica. 

Eleições: O nome de Guto Silva tem sido especulado como possível candidato ao Senado com o apoio do governador Ratinho Junior. Perguntado sobre essa possibilidade, o chefe da Casa Civil não confirmou uma possível pré-candidatura, mas afirmou que a decisão poderá vir somente a partir de fevereiro. “Nós precisamos aguardar as definições nacionais de quem são os candidatos à Presidente da República porque isso haverá um reflexo nos palanques eleitorais de cada região e cada estado. Estamos aguardando para fazer esse debate internamente do governo a partir do ano que vem, a partir de fevereiro”, disse. 

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