Cerca de 25 motorhomes passaram pelo estacionamento do Parque Aquático nesta segunda-feira, 04. Cidades da região da Amcespar integram a 2ª etapa do Circuito Caminhos do Paraná/Paulo Sava

Resumo: – Caravana passou por várias cidades da região
- Roteiro termina em Palmeira no próximo domingo, 10.
- Caravana divulga a 9ª Expo Motorhome, que vai acontecer de 12 a 16 de novembro, em Pinhais.
Depois de passar por cidades da região noroeste do Paraná, a caravana da 9ª Expo Motorhome, que será realizada de 12 a 16 de novembro no ExpoTrade, em Pinhais, esteve em Irati nesta segunda-feira, 04. A segunda etapa do Circuito Caminhos do Paraná está levando atrações culturais e ambientais para mais de 11 municípios das regiões dos Campos Gerais e da Amcespar.
No total, cerca de 50 pessoas participam da caravana em 25 motorhomes. A Prefeitura de Irati cedeu o espaço do Parque Aquático e providenciou instalações de energia para os visitantes. Em entrevista à Najuá, o presidente da Expo Motorhome, Alexandre Boff, contou de que forma a caravana foi organizada e exaltou a presença das crianças no evento. “Peguei alguns amigos, em torno de 25 motorhomes, e fazemos o circuito em poucos dias, um dia por cidade. As crianças estão aqui para ter realmente uma noção do que é o campismo e o caravanismo, conhecer o motorhome e mostrar o nosso mundo do campismo e do caravanismo”, pontuou.
Outras cidades
Depois de Irati, a caravana passou pelas praças dos Ferroviários e São Lourenço Mourão, em Rebouças, na terça-feira, e pela Praça Tiradentes, em Rio Azul, nesta quarta-feira, 06. A Caravana passou nesta quinta-feira, 07, por Mallet, no Parque dos Imigrantes. Sexta-feira, 08, os motorhomes estarão em São Mateus do Sul, na Rua 21 de setembro. No sábado, 09, é a vez de São João do Triunfo receber a caravana na Avenida 15 de Novembro, em frente à igreja matriz. Para fechar o roteiro, no domingo, 10, eles estarão em Palmeira, na Praça Marechal Floriano Peixoto.
Em todas as cidades, os integrantes da caravana acampam na principal praça, para fazer com que a população conheça um pouco mais sobre os motorhomes, segundo Alexandre. “O nosso intuito é que a população venha nos conhecer, as casinhas estão abertas. Mostrar para tanta gente, nós cansamos, mas a gurizada de 60 para cima está trabalhando legal”, afirmou.
Crianças de algumas escolas de Irati tiveram a oportunidade de conhecer os motorhomes e de ouvir relatos dos participantes da Caravana. Para Alexandre, o interesse dos pequenos pelo assunto foi surpreendente. “Isto é o que mais me emociona e nos faz vir de novo. Temos mais três circuitos até o final do ano. Um deles vai ser próximo à feira e depois vamos ao litoral para acabar”, pontuou.
Pessoas envolvidas na caravana
O grupo deve se espalhar por estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso, São Paulo e Espírito Santo. No total, cerca de 1 milhão de pessoas se envolveram na organização da caravana. No último evento, foram investidos R$ 700 mil, o que favorece diretamente a economia dos municípios por onde a caravana passa. O fotógrafo José Ronaldo Albuquerque Cessaki, conta que conheceu diversos países antes de comprar seu motorhome.
“Fui conhecendo os países e foi me abrindo este leque de conhecimento, até o momento em que eu tive a possibilidade de comprar um motorhome. Depois disso, nós já viajamos por toda a América do Sul e estamos em estrada quase o tempo inteiro. É sensacional, e você que tem vontade de sair de casa, de ter liberdade e fazer as suas próprias escolhas, onde quer ir ou ficar, viver o mundo de motorhome é um estilo de vida. Não importa o tamanho do motorhome, mas sim o estilo de vida. Aqui, como eu estava dizendo para os alunos, temos motorhome que varia de preço, de R$ 150 mil até R$ 3 milhões. Aqui ninguém sabe e nem quer saber qual o custo um do outro, estamos aqui para nos reunir, termos uma comunidade, um dia a dia maravilhoso e descontraído, tirar o estresse todo e fazer uma comunidade de amigos, isso que é importante aqui”, frisou.

Para José Ronaldo, a principal experiência proporcionada pelas viagens de motorhome é de vivenciar tudo o que o mundo oferece de bonito. “Não adianta você acumular bens, eu acho que a grande experiência é saber que o mundo é tão diverso e diferente cultural e gastronomicamente. Você estar numa Ásia e ver o pessoal budista fazendo orações que você não entende e questionando por que eles têm tantos santos e deuses na Índia. Você chega dizendo que é católico e pergunta se o mundo é católico ou budista. São tantas coisas diversas e eu acho que o ser humano é diferente. Nós temos que reconhecer isto para adquirir esta cultura de saber que nós não estamos sozinhos e nem fazemos as coisas de uma maneira só”, pontuou.
O bancário aposentado Juarez Machado de Oliveira levou 10 anos para comprar um motorhome, montado seguindo todos os pedidos feitos por ele e a esposa. Na opinião dele, a presença dos motorhomes na cidade representa um incremento na economia do município. “Vem recurso novo, de fora, e além disso esta troca de informações que falamos é um novo estilo de vida. Tem que planejar, não é da noite para o dia, e nós planejamos isto há um bom tempo. Nosso projeto é conhecer todo o Brasil, e mais a Argentina e a Colômbia”, pontuou.
Juarez leva a esposa para as viagens. Eles estabeleceram algumas regras para serem cumpridas durante os trajetos. “Eu viajo de manhã, entre 06h e meio-dia. Antes da viagem, eu faço um planejamento de quantos quilômetros andar e o que vai ter na região. Buscamos rede de postos de combustíveis 24 horas, onde tem caminhoneiros e tudo o mais, abastecemos com eles, que cedem um espaço para ficarmos dormindo, o que é muito legal. Não tendo isto, nós vamos para outro local, seguimos viagem por mais alguns quilômetros e sempre buscando segurança”, ressaltou.

Estrutura do motorhome
O motorhome de Juarez conta com dois espaços que podem ser utilizados como salas de estar e de jantar ou dormitórios, um banheiro e um espaço para cozinhar. Ele também solicitou que fosse montado um sistema de reaproveitamento de água. Através disso, a água do banho é reaproveitada no vaso sanitário. Juarez contou como funciona o sistema.
“Cheguei e pedi para aproveitar a água em duas finalidades. Eu pedi que a água do banho caia em um tanque exclusivo, e quando eu for usar a descarga, a água seja do banho e não água limpa e potável. Preste atenção nos ganhos: Nós temos aqui embaixo 240 litros de água potável, que, se não tivesse este sistema, eu estaria utilizando a parte da descarga com água potável. Então, simbolicamente, 80 litros desta água você utiliza como potável”, frisou.
Juarez ressaltou que os visitantes precisam ter uma convivência harmoniosa com os habitantes de cada cidade pela qual a caravana passa. “Nós temos que ter uma convivência harmoniosa com as pessoas que vivem na cidade. Uma das convivências harmoniosas é termos o seguinte cuidado: se estamos numa área pública, temos que ser um veículo comum. Se estamos em um camping ou um local próprio, vamos abrir as janelas, o toldo, vamos colocar as cadeiras de praia para fora e nos estabelecemos num local próprio para termos a situação favorável. Nas cidades litorâneas, no período do verão, que é mais forte, começou a ter disputa e não teve a harmonia, algumas pessoas de motorhome não se ajustaram adequadamente, o que acontece em qualquer grupo social. Temos o sentimento de que isso precisa mudar, e uma das oportunidades de nós estarmos aqui é justamente para mostrarmos isso, a convivência, a harmonia e a sinergia com o pessoal local”, comentou.
Projeto “Cada Km importa”
O projeto de Juarez é chamado de “Cada quilômetro importa”. Ele contou o motivo de o casal ter escolhido este nome. “Quando você domina e sabe o seu tempo, o que você faz: um trajeto tem início e fim, o destino final. Entre o início e o destino final, temos vários quilômetros a percorrer, passamos a percorrer lugares que não estavam no projeto. Estavam no circuito, mas não no projeto. Para nós, cada quilômetro importa, até chegarmos ao destino final. O que ganhamos é esta sabedoria de vida, é muito interessante para nós porque sabemos o que é o viver através das pessoas. Não é um título acadêmico que vai ser maior que qualquer outra pessoa. Muito pelo contrário, você passa a colocar dentro de si a humildade. Se você quer trocar informações, tem que ter humildade de ver, perguntar e saber, e se a pessoa também quiser conhecer contigo, vai ter esta troca”, frisou.
Cada viagem é planejada de maneira que haja tempo para as pessoas conhecerem grande parte ou todos os pontos turísticos das cidades visitadas, de acordo com Juarez. “Por exemplo, eu tenho que chegar em Belo Horizonte em tal data, vamos planejar. Eu vou dar um pouco de elasticidade no tempo, fazendo uma média de quilometragem por dia. Com um carro para nós, passamos por uns 350 a 400 km por dia. Por que? Por dois momentos: primeiro, para não ficar maçante, por que, se vamos a Belo Horizonte, é muito mais de 1500 km, e se você fizer uma puxada de 600 km, em três dias talvez você larga o carro na estrada e fica sozinho, porque a velocidade é menor. Então, fazemos 400 km por dia”, comentou.
Depois que chegam à cidade, Juarez conta que o casal procura conversar com a população e saber o que o município oferece. “Nós saímos do clichê de chegar lá e assistir isto ou aquilo. Nós fazemos o contrário e perguntamos o que se faz no fim de semana aqui. As pessoas dizem que é muito simples, mas é isto que eu quero. Vamos conhecer a essência da coisa, se for legal a cidade, ficamos mais um dia, e se teve chuva e não deu oportunidade, vamos deixar para a volta. Esta é a diferença do motorhome em relação à parte da hotelaria, por exemplo: no hotel, você tem que antecipar, dar um sinal, e rezar para não chover no dia. Se chover, o hotel não vai ter problema nenhum e não vai te repor os gastos. Pode chorar porque não tem retorno, e no caso do motorhome não. Você viaja mais devagar e tem uma contemplação do percurso. Neste sentido, aproveitamos mais os quilômetros entre os dois pontos”, frisou.
Fernando Mantovani, gaúcho da cidade de Carlos Barbosa, viaja também junto com a esposa há 8 anos. Ele afirmou que cada cidade visitada apresenta um aspecto diferente. “Para nós, tudo é novo, quando chegamos em uma cidade, são pessoas diferentes, crianças diferentes, elas entram nos nossos motorhomes e ficam vidradas com isso. É o que queremos fazer com as crianças para o futuro do caravanismo brasileiro. Tem que começar com as crianças, é muito bacana ver esta piazada aí”, comentou.
Tirciana Strége Bini, integrante da diretoria da Câmara da Mulher Empreendedora de Irati, destacou a importância da realização do evento para o município. “Veja, em plena segunda-feira, ter esta possibilidade de sair do trabalho e vir aqui dar uma olhada, comprar alguma coisa e conhecer um motorhome, é mais uma opção. Irati está em movimento, tendo cada vez mais coisa para fazermos”, declarou.


