Candidatos questionam condução e fiscalização das provas do Concurso Público de Irati

Em nota, município alega que comissão do concurso notificou a Unioeste, contratada para aplicar as…

06 de dezembro de 2022 às 15h33m

Em nota, município alega que comissão do concurso notificou a Unioeste, contratada para aplicar as provas, para esclarecer apontamentos de possíveis irregularidades feitos pelos candidatos. Universidade alega que fatos não foram registrados em ata/Paulo Henrique Sava

Foto: Divulgação

Candidatos questionaram a condução e a fiscalização das provas do Concurso Público de Irati, realizado no último domingo, 4. Inicialmente, a Prefeitura e a Unioeste informaram na manhã de hoje, 06, que não anularão o concurso. O município alegou que a Comissão do concurso notificou a instituição, contratada para organizar e aplicar as provas, para que ela esclareça apontamentos de possíveis irregularidades no certame.

No dia do concurso, somente os candidatos que terminassem a prova após às 17 h poderiam levar o caderno com as questões. Porém, em contato via mensagem com nossa reportagem, a presidente da comissão do concurso, Joby Ayub, revelou que, em uma das salas da Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (Unicentro), um dos locais de aplicação das provas, a fiscal permitiu que os candidatos levassem o caderno de provas antes do horário estabelecido. Com isso, a prova acabou sendo divulgada em grupos de mensagens. Segundo Joby, isso não prejudicou a lisura do concurso.

“O que está acontecendo é que em uma sala da Unicentro, a fiscal permitiu que levassem o caderno de prova antes do horário estabelecido, antes das 17 h. Daí publicaram a prova nos grupos de WhatsApp, mas em nada prejudicou a lisura do concurso porque quem não tinha finalizado a prova estava em sala de aula ainda”, frisou.

Na nota, o município ressaltou que, “por meio de seus gestores e servidores, está conduzindo o Concurso Público nº 001/2022, de acordo com todos os princípios constitucionais, em especial os esculpidos no artigo 37, da Constituição da República: publicidade, moralidade e impessoalidade”.

O município e a Unioeste informaram que, se for comprovada má-fé por parte do candidato, ele será eliminado do concurso. Já se houver qualquer ilegalidade por parte da contratada, o Executivo iratiense tomará as medidas cabíveis previstas em contrato.

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Em contato com nossa reportagem, Carlos Alberto Piacenti, coordenador de concursos da Unioeste, alegou que a saída do candidato com a prova não foi registrada em ata no dia do concurso. “Se isto tivesse acontecido, era dever do candidato que presenciou isto ter anotado em ata, porque a única prova que temos para poder verificar se aquilo que algum candidato está relatando sobre algo que aconteceu no concurso é buscando as atas de cada sala e vendo aquilo que cada candidato estabeleceu que presenciou como irregularidade. Vir com esta informação dois ou três dias depois de o concurso ter acontecido é estranho”, comentou.

Mesmo assim, a instituição está averiguando a situação com os fiscais da sala. Carlos também teve acesso às fotos das provas. Porém, ele alegou que o material foi divulgado cerca de 40 minutos antes do término da prova e se tratava de uma imagem do caderno de questões, o que não seria motivo para anulação do concurso. “Isto em nada macula o concurso, não o anula, é um procedimento que veremos com os fiscais se houve reclamação ou colocação de algum candidato para colocar isto em ata e não foi colocado, mas dificilmente isto aconteceu. Se um candidato tivesse presenciado isto, deveria ter feito a denúncia na hora e chamado a coordenação para que pudessem ser tomadas as medidas. Com certeza a coordenação, se tivesse percebido ou visse que havia este tipo de denúncia, teria bloqueado a saída do candidato e recolhido o caderno de provas. O candidato também é um fiscal do concurso, e ele tem que relatar e colocar estas coisas em ata para que as medidas possam ser tomadas”, frisou.

Segundo Carlos, não houve vazamento do gabarito da prova, o que poderia causar a anulação do concurso. Já o material que foi divulgado não interfere no resultado. “Isto em nada interfere no resultado do concurso. Se alguém está pensando que isto pode anular o concurso, esqueça, pois não tem esta razão de ser porque este fato em si é isolado e em nada prejudica o resultado do andamento do concurso”, finalizou.

Nossa reportagem procurou o Ministério Público e consultou o advogado William Hilgemberg para saber quais procedimentos poderiam ser adotados. Ambos afirmaram que ainda há possibilidade de questionar a validade do concurso judicialmente e que o próprio MP pode fazer uma investigação para verificar se houve fiscalização deficiente, vazamento de gabarito ou outra fraude que possa ser identificada.

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