Leandra Pavlak se divide entre as competições esportivas e a carreira como advogada
Da Redação, com reportagem de Paulo Henrique Sava
Participação brasileira nos Jogos Olímpicos
O basquete brasileiro sempre teve destaque nas edições modernas das Olimpíadas. Em 1948, nas Olimpíadas de Londres, a primeira pós-II Guerra e a segunda edição da era moderna, o Brasil conquistou o bronze no basquete masculino. O feito se repetiu em Roma (1960) e Tóquio (1964). Na Cidade do México (1968), ficou em 4º lugar, ao perder para a União Soviética.
No feminino, a modalidade começou a ser disputada somente nas Olimpíadas de Montreal (1976). O melhor resultado foi o da geração de Hortência Marcari, Maria Angélica Silva, Adriana dos Santos, Leila Sobral, Maria Paula da Silva (apelidada de Magic Paula, em comparação ao Magic Johnson), Janeth Arcain, Roseli Gustavo, Marta Sobral, Silvia Santos Luz, Alessandra Oliveira, Cintia Santos e Cláudia Maria Pastor. A seleção venceu Canadá, Rússia, Japão, China e Itália, ficando em 1º lugar no grupo A. Nas quartas-de-final, venceu Cuba; na semi, a Ucrânia e, na final, perdeu para os Estados Unidos, ficando com a prata. No masculino, a seleção que tinha Oscar Schmidt como grande destaque, acabou em 6º. Em Sydney (2000), as mulheres conquistaram o bronze e, em Atenas (2004), ficaram em quarto lugar, e pela última vez no pódio.
Irati tem uma campeã pan-americana master de basquete feminino: a lateral Leandra Pavlak. Leandra vive, nesta sexta (15), a emoção de conduzir a chama olímpica, em sua passagem pela cidade de Ponta Grossa. A atleta precisa se desdobrar para conciliar a carreira profissional como advogada e as competições esportivas. Recentemente, ela abriu mão de participar do Pré-Olímpico, na Sérvia.
A atleta conta que sempre teve interesse por esportes, mas que iniciou jogando vôlei, ainda quando morava em Laranjeiras do Sul, sua cidade natal. Ela se considera até mesmo uma jogadora com mais habilidade para o vôlei que para o basquete. Em função da altura (1,76m), foi convidada a jogar basquete, entre 15 e 16 anos. Na fase pré-vestibular, ela acabou deixando o esporte de lado. Em 1996, quando se mudou para Irati, começou a treinar basquete com o Professor Antonio Alceu Jacopetti. “Ele tem um know-how fantástico. O que eu sei de basquete hoje, aprendi com ele. Tive, mesmo que tardiamente, uma base dos fundamentos do basquete com o Professor Jacopetti”, salienta a jogadora.
Leandra, que atua na lateral, junto de outra atleta local, a ala Luciane Bienarski Menon, prosseguiram jogando basquete, em outros estados, até que, no ano passado, participaram do Campeonato Brasileiro Másters Feminino de Basquetebol, representando o estado de Goiás. O Paraná não formou equipe da categoria. “Fomos campeãs e, de lá, houve essa pré-seleção para o Pan-Americano na Costa Rica”, conta. No Pan-Americano, Leandra foi com a armadora curitibana Fernanda Bressani; Luciane não pôde ir.
Com a vitória no Pan-Americano, houve o convite para a disputa do Pré-Olímpico Mundial de Basquete, que terminou na semana passada, em Belgrado (na Sérvia). Devido a compromissos profissionais – os jogos se estendiam por pelo menos duas semanas – Leandra decidiu não participar. “Como sou advogada, não tenho como deixar meu escritório tantos dias”, lamentou.
Pela equipe másters de Irati, Leandra já foi campeã dos Jogos Abertos do Paraná, na categoria B (amadora), em 2014.
Próximas competições
No dia 22 de julho, haverá um torneio local de Basquete Masters Feminino, com equipes de Irati, Ponta Grossa, Curitiba, Florianópolis e Foz do Iguaçu. Em novembro, em João Pessoa (PB), o Campeonato Brasileiro Masters Feminino. O Mundial da Liga de Basquete Máster acontece na Costa do Sauípe (BA), de 30 de setembro a 6 de outubro.
Incentivo ao esporte
Leandra ressalta que a cultura esportiva no Brasil sempre incentivou, prioritariamente, o futebol para os homens e o vôlei para as mulheres. “O basquete agora que está tendo um pouco mais de destaque em razão da quantidade de brasileiros que estão tendo oportunidades na NBA (National Basketball Association, Estados Unidos). Agora temos cinco ou seis brasileiros na NBA e estão também fazendo um trabalho de base no Brasil”, comenta.