Associação de Mulheres Artesãs de Engenheiro Gutierrez (AMASEG) produz e vende itens de limpeza com materiais reciclados/Texto de Karin Franco, com reportagem de Paulo Sava e Rodrigo Zub
A Associação Iratiense de Artesãos e o Lions Club iniciaram uma campanha de arrecadação de óleo de cozinha usado e embalagens para a Associação de Mulheres Artesãs de Engenheiro Gutierrez (AMASEG). O material será usado para a fabricação de sabão ecológico.
Além do óleo para fazer o sabão, também estão sendo coletadas embalagens transparentes de amaciantes de dois litros e cinco litros, para colocar o sabão líquido e os potes de margarinas, que serão usados como formas para o sabão. “Para isso que aproveitamos o reciclável porque muitas pessoas jogam fora. Às vezes, nem sabem que estamos reutilizando, então aproveitamos isso também, além do óleo que aproveitamos, também as embalagens”, disse a presidente da AMASEG, Rosangela Gonçalves.
Os pontos de coleta de óleo de cozinha são a Feira do Produtor Iratiense e a Associação Iratiense de Artesãos. Já na sede da Amcespar podem ser entregues embalagens.
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A ideia da campanha nasceu com uma das integrantes da Associação Iratiense de Artesãos, Milene Galvão. A proposta inicial era tornar a loja dos artesãos um ponto de coleta de óleos e embalagens, mas como Milene também é integrante do Lions Club, ela decidiu entrar em contato e organizar uma campanha de arrecadação com parceiros. “Através disso, de toda essa interação entre a associação, AMASEG e o Lions surgiu a parceria para fazermos os pontos e a arrecadação”, conta.
Uma das parcerias firmadas foi com o Consórcio Intermunicipal de Saúde (CIS/AMCESPAR). “Eles utilizam várias embalagens de produtos de limpeza que são usados para limpeza do próprio consórcio. Eles mandavam essas embalagens para o reciclável. A partir do momento que eu avisei da AMASEG, que eu contei para ela sobre o trabalho da AMASEG, ela [Bruna Déa- Secretária do Lions Club e Diretora de RH do CIS/Amcespar] propôs a juntar essas embalagens que sirvam para AMASEG para colocar o sabão líquido e destinar para eles. Ficou combinado que, pelo menos uma vez por mês, eles vão juntar essas embalagens lá no consórcio e a Rose [presidente da AMASEG] vai passar buscar lá. Da mesma forma estamos fazendo lá na associação”, explica Milene.
A campanha ainda se estenderá para restaurantes e mercados que trabalham com frituras. “Essa é a nossa proposta agora para segunda etapa da campanha de arrecadação. Irmos nos restaurantes e nos mercados também que os mercados fazem fritura e é essencialmente isso. O óleo de fritura porque outro óleo não tem. Existe também um problema que existe uma empresa que faz a coleta de óleo na cidade, mas a empresa compra o óleo e dá um pedaço de sabão. A AMASEG até pode doar, não um sabão inteiro, porque a produção delas é mais limitada. Essa é a fonte principal de geração de renda delas e de emprego. Elas também não têm essa proatividade para comprar o óleo”, conta Milene.
Há 12 anos, a AMASEG trabalha com a produção de sabão ecológico utilizando materiais recicláveis. Selma Moreira é uma das seis mulheres que trabalham na associação na produção do material, juntamente com estagiários da Unicentro e demais voluntários. Integrante do grupo há dez anos, ela conta que o trabalho na associação se tornou uma terapia. “Se você está meio depressivo, você vai lá com as meninas, você conversa. Não precisa você só ir lá para fazer sabão. Você pode tomar um chá, conversar com as mulheres. É muito gostoso de participar da AMASEG”, conta.
Solange Silva é integrante da Associação dos Artesãos, mas destaca que acompanha o trabalho desde 2011. “Eu acompanho o esforço e a dedicação. Eu trabalhei algum tempo com elas lá na AMASEG, em alguns pontos, e vejo a dificuldade que foi para chegar até onde chegamos hoje e viemos hoje com esse pedido de arrecadação de óleos e embalagens fortalecendo que é o mais estamos precisando no momento porque tem demanda, tem pedido, mas não temos o óleo. E acho que é importante a população se fortalecer nesse momento”, comenta.
Com a reciclagem, a associação auxilia a preservar a natureza com o novo uso dos materiais. “Se você descartar na natureza, jogar ele na terra, aparentemente, ele não vai fazer mal. Mas ele vai chegar lá no lençol freático, ele vai causar um dano imenso. Cada gotinha de óleo contamina muitos litros de água. Além de elas se comprometerem a fazer um trabalho de geração de emprego e renda para as mulheres da comunidade, elas estão se propondo a preservar o meio ambiente, através da retirada desse óleo e dessas embalagens de circulação, que retomam para colocar sabão de novo. Elas fazem um trabalho social também, que muitas vezes, se reúnem. Agora, por exemplo, fizeram uma Páscoa para criançada lá de [Engenheiro] Gutierrez. Fizeram pastel, usaram o óleo para fazer sabão e com o dinheiro arrecadado do pastel, fizeram um ovo e distribuíram para as crianças nas escolas. Existe um trabalho social, ambiental e de geração de emprego e renda. Isso que queremos fortalecer”, explica Milene.
O sabão ecológico é vendido por R$ 3,50 o pedaço e o sabão liquido com embalagens de dois litros é vendido a R$ 10 e a embalagem de cinco litros, R$ 25. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (42) 9-9136-1026.