Em entrevista à Rádio Najuá, o deputado federal negou que vai deixar o PSDB e migrar para o PT. Beto também comentou sobre a possibilidade de se candidatar à prefeitura de Curitiba ano que vem/Texto de Karin Franco, com reportagem de Rodrigo Zub
O deputado federal Beto Richa (PSDB) negou que irá mudar de partido. “Essa chance é zero”, disse em entrevista à Rádio Najuá, durante o programa “Café Com Notícias”. A mudança havia sido cogitada pelo blog do Esmael, de Curitiba, que indicou a possibilidade do ex-governador se filiar ao PT.
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Beto Richa destacou que não houve conversas e nem convite. “Nada contra, eu respeito todos os partidos, mas todas as minhas eleições majoritárias a disputa foi contra o PT. Não houve qualquer manifestação de interesse da minha parte. Não houve da outra parte também convite em momento algum. Não tivemos reunião para tratar disso. Nenhuma conversa, nem sequer mensagem por fumaça. Não existe. Foi uma loucura que fizeram e acabou pautando vários veículos de comunicação”, destacou.
O deputado conta que deve permanecer na presidência do diretório estadual do PSDB e foca agora na preparação do partido para as eleições municipais de 2024. “Eu estou presidente, correndo todo o Paraná, fortalecendo a sigla, preparando o PSDB para enfrentar as eleições municipais do ano que vem, com objetivo de eleger um grande número de prefeitos pelo PSDB e uma boa chapa de vereadores em todos os municípios. Hoje nós estamos numa federação com o Cidadania, do deputado Rubens Bueno [atualmente não exerce mandato eletivo. Nas eleições de 2022 não conseguiu se reeleger para o sexto mandato na Câmara Federal]. Percorremos todo o Paraná, estimulando candidaturas, dando a nossa mensagem, as propostas para a nossa federação e eu também presido no Paraná, a Federação PSDB-Cidadania. Estou muito bem onde estou e foi uma notícia sem pé, nem cabeça, sem nenhum fundamento”, disse Richa.
Candidatura à prefeitura de Curitiba: Sobre uma candidatura à prefeitura de Curitiba, o deputado federal não descartou a possibilidade de participar da disputa. “Em função do trabalho realizado, obras por todos os bairros, todas as comunidades, acaba meu nome sendo lembrado. Mas eu estou muito tranquilo. Acho que tudo no seu devido momento. O momento da decisão vai ser pro ano que vem. Hoje a minha dedicação é cumprir um bom mandato como deputado federal, mas enfim, eu tenho muita saudade do período em que eu fui prefeito de Curitiba. Vamos ver, se houver alguma viabilidade no momento oportuno de decisão no ano que vem, posso vir a concorrer à prefeitura da nossa capital”, disse.
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Na entrevista, Beto Richa comentou sobre a sua atuação como deputado federal. “Eu participo da principal Comissão Permanente da Casa que é de Constituição e Justiça, onde todos os projetos passam por lá. Eu participo também da Comissão de Minas e Energia, um tema importantíssimo na atualidade para o Brasil e para todo o planeta, discutindo muito a questão da transição energética. A busca cada vez mais de utilização de energia limpa e renovável. O Brasil é considerado hoje como um dos países do mundo que mais se utilizam de energias limpas e renováveis, é o caso da energia solar, a energia eólica, as hidrelétricas, que nós temos muitas do Estado do Paraná. Se discute, com muita frequência, a questão da utilização de hidrogênio verde. Como é uma comissão importante e eu estou lá para defender esses interesses ambientais sobretudo”, conta.
O deputado federal ainda conta que tem atuado em representações internacionais. “Assumi há cerca de três semanas, quase um mês, uma vaga como representante brasileiro no Parlasul, que é o Parlamento do Mercosul, que integra Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai. A busca da coordenação de ações e ampliação da integração regional com esses países na área comercial, na área cultural, na área de infraestrutura, seja lá o que for. Lembrando que o Paraná faz fronteira com dois desses países. Com a Argentina e com o Paraguai. Estou lá também com mais essa atribuição para cumprir com a minha obrigação para apresentar bons resultados”, relata Richa.
Processos judiciais: A eleição como deputado federal ocorreu após o ex-governador ter enfrentado alguns processos judiciais nos últimos anos. Beto Richa foi preso em três oportunidades e investigado em quatro operações: Rádio Patrulha, Integração, Piloto e Quadro Negro. O ex-governador diz que as acusações são falsas e alega que foi vítima de uma armação política, já que as investigações e prisões ocorreram em meio a disputa eleitoral de 2018, quando foi candidato ao senado federal. Na ocasião, Beto Richa obteve 377.872 votos e ficou apenas na sexta colocação na disputa. Os senadores eleitos foram Oriovisto Guimarães e Flávio Arns. “Eu fiquei abalado nesses últimos anos. É duro. Me submeteram há um linchamento moral e uma execração pública, uma humilhação pública. Mas está aí. Resolvi voltar. Por onde passo no Paraná, sou muito bem recebido. Todos se lembram das grandes obras, da minha presença, da minha atuação, da minha família, do meu pai também. Eu estou muito bem. Deus sabe o que faz e entreguei nas mãos dele. Estou ganhando tudo na Justiça. Como não poderia ser diferente. Não existe meia prova das acusações levianas e falsas que atacaram contra mim e contra a minha família”, disse.
Pavimentação da PR-364 entre Irati e São Mateus do Sul: Durante sua gestão como governador, Beto Richa foi responsável por incluir a pavimentação da PR-364 entre Irati e São Mateus do Sul na lista de obras financiadas pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). O deputado relembrou que neste período o Estado não tinha capacidade de endividamento. Por isso, Beto diz que algumas medidas de ajuste fiscal tiveram que ser implantadas, assim como a reforma da previdência.
Em um segundo momento, o então governador precisou comprovar o cunho social da obra com a geração de emprego e desenvolvimento econômico para que o dinheiro fosse liberado. Richa também disse que precisou contar com a ajuda do senador Tasso Jereissati (PSDB/CE) para que o empréstimo fosse realizado, pois os senadores paranaenses da época, Roberto Requião (PMDB) e Gleisi Hoffmann (PT), haviam se posicionado contra o projeto. “Pedi ajuda para o senador Tasso Jereissati, do Ceará, uma grande liderança do meu partido, PSDB, que era o presidente da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos), onde precisava da aprovação para esse financiamento Internacional. Foi até que ele [Tasso] conseguiu, pois em pauta, votou e aprovou a toque de caixa esse empréstimo do Paraná. Por isso demorou um bocado. Lamentavelmente eu queria ter o prazer de puxar a fita de inauguração dessa belíssima obra. Não foi possível, mas o mais importante é que ela é uma realidade, está há pouco tempo aí para ser inaugurada e beneficiar todo o povo da região. Não tenha dúvida que esta obra vai trazer um grande desenvolvimento para toda essa importante região do Paraná, lembrando as palavras de Washington Luís, governar é ‘abrir estradas’ e fizemos muitas estradas no estado do Paraná. Essa é mais uma obra importante”, disse Beto.
O deputado federal também se colocou à disposição do município de Irati para apresentar emendas parlamentares que podem atender demandas locais. “Estive muitas vezes em Irati, muitas vezes como governador do Paraná, nunca de mãos vazias, anunciando investimentos, obras, programas e melhorias que contribuíram para o desenvolvimento mais vigoroso e sustentável de Irati e o bem-estar das famílias que moram neste importante município do Paraná. O meu gabinete toda vez está cheio de prefeitos uma romaria porque os prefeitos sabem o meu caráter, o meu perfil municipalista. Como governador, atendia indistintamente todos os municípios do Paraná, independentemente do partido que o prefeito pertencesse. Nunca fiz perseguição política, procurei ser o mais justo e responsável possível e lá estou à disposição de Irati. Já conversei algumas vezes com o prefeito Jorge Derbli. Começa agora neste mês a apresentação de emendas parlamentares que vão integrar o orçamento do ano que vem e serem liberadas”.
Confira abaixo a entrevista completa com Beto Richa