Beto Richa diz que governo vai tentar evitar fechamento de usina do xisto de São Mateus do Sul

21 de janeiro de 2016 às 09h48m

Governador afirma que vai conversar com o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, sobre o tema

Da redação, com informações da AEN


Lideranças políticas e empresários de São Mateus do Sul se reuniram nesta quarta-feira, 20 no Palácio Iguaçu, em Curitiba, com o governador Beto Richa (PSDB) para discutir sobre a possibilidade de fechamento da Unidade de Industrialização do Xisto, pertencente à Petrobras, situada no município. 

Em entrevista à Agência Estadual de Notícias, o governador afirmou que vai solicitar uma audiência com o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, para debater sobre o tema. Ele disse ainda que vai solicitar o apoio da bancada paranaense na Câmara Federal e no Senado. 

“Hoje, estas entidades e a classe política se mobilizam para tentar evitar um possível fechamento da Petrobras, porque os reflexos seriam muito nocivos para a economia, para os empregos de toda a região e para todo o estado do Paraná. Vamos buscar audiências em Brasília, no Ministério das Minas e Energia, mesmo na Petrobras, em relação à presidente da República, e mobilizar também a bancada federal para que lute contra este fechamento”, destacou.

A Unidade de Industrialização do Xisto foi inaugurada em 1972, e desde então a Petrobras extrai petróleo e gás do xisto betuminoso da formação Irati, presente em São Mateus do Sul, através da Petrosix, subsidiária da estatal. Na usina, a produção chega a quase 8 mil barris de petróleo de xisto diariamente, gerando mil empregos diretos e 3 mil indiretos na unidade.

A Petrobras estaria estudando fechar algumas de suas centrais pelo Brasil, por conta da situação financeira que afeta a empresa. O prefeito interino de São Mateus do Sul, Clóvis Distéfano, afirma que ainda não há um posicionamento oficial da empresa sobre a possibilidade de fechamento da usina. Ele disse que, caso isto aconteça, o município irá sofrer com o desemprego, a queda da arrecadação de impostos, com a interrupção do fornecimento de calcário e com o lixo urbano, que é depositado nas cavas da usina. 

“Não existe, até hoje, nenhuma resposta definitiva da Petrobras. Nós dependemos dela não somente com relação ao dinheiro, que é um dos pontos. Nós temos ações sociais importantes que ela [Petrobras] desenvolve para nós, temos as cavas da mina, que recebem o lixo da cidade, e temos o nosso comércio, que enfrentaria uma dificuldade terrível, caso houvesse o fechamento”, afirmou.

O fechamento da usina, caso seja confirmado, provocará uma queda significativa na arrecadação do município e do estado. Somente a unidade de São Mateus do Sul recolhe  cerca de R$98 milhões em impostos, dos quais R$20 milhões permanecem no município e R$60 milhões são repassados para o Governo do Paraná. O prefeito afirmou que este valor representa 48% da renda do município, que tem atualmente 45 mil habitantes.


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