Beto Preto afirma que Paraná não possui recursos para a compra de Tocilizumab

Medicamento vem sendo usado de forma experimental no tratamento da Covid-19. Secretário estadual da Saúde…

02 de junho de 2021 às 22h42m

Medicamento vem sendo usado de forma experimental no tratamento da Covid-19. Secretário estadual da Saúde diz que não há resultados efetivos para o uso do medicamento no tratamento/Karin Franco

Secretário de Estado da Saúde, Beto Preto. Foto: Américo Antonio/SESA

O secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, confirmou nesta quarta-feira (03) que o estado não possui recursos para a compra do medicamento Tocilizumab (Actemra). Ele está sendo utilizado de forma experimental no início do tratamento da Covid-19 e a grande procura tem causado aumento do preço. Em Irati, há inclusive campanhas de arrecadação para a compra do medicamento.

Em entrevista à Rede AERP (Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná), o secretário disse que não há recursos para uma compra maior. “Nesse momento, nós não temos condição de comprar em grande quantidade e colocar à disposição”, disse.

Beto Preto comentou ainda que não há resultados efetivos para o uso do medicamento no tratamento do coronavírus e que os resultados têm sido diferentes em cada paciente. “A Tocilizumab é um medicamento que tinha um preço e que hoje custa quatro, cinco, seis vezes mais do que antes. Tem sido usado com êxito em alguns pacientes, dependendo do período da internação. E em outros pacientes, utilizando esse mesmo medicamento, na mesma condição que o paciente que teve a melhora, ele não tem tido o resultado. Em alguns pacientes tem resultado, em outros não tem resultado. É uma dificuldade, mas ainda não existe uma certificação da nossa Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da própria Conep, a Comissão de Ética e Pesquisa Brasileira sobre o assunto”, afirmou.


Contudo, o secretário ressaltou que o estado tem adquirido todos os medicamentos que estão na lista da Secretaria Estadual de Saúde, mas que ainda não há remédio efetivo para o tratamento da Covid-19. “Como o Covid ainda não tem um medicamento especifico que é colocado como efetivo, isso não está escrito em lugar nenhum. A necessidade que temos é que tudo isso seja balizado pela Anvisa, que tenha indicação na sua bula, estritamente correta, para não incidir em problemas”, explicou Beto Preto.

Na entrevista, ele ainda comentou sobre a necessidade que o estado possui para ter profissionais certificados, com inscrição ativa nos Conselhos Regionais de Medicina, para contratar. Apesar do baixo número de médicos especializados em tratamentos em unidades intensivas, o secretário disse que também há dificuldade na contratação de médicos para atender nas unidades de saúde.

Segundo Beto Preto, há dificuldade de manter esse médico nas unidades básicas. “Neste momento, ainda está em vigência o Programa Mais Médicos do Governo Federal que ao longo do tempo ampliou o valor salarial, que era de R$3 mil a R$ 4 mil por mês para R$ 12.500 e outros benefícios. Nós temos feito junto com o Governo Federal a chamada de diversos profissionais. Então, eles entram, alguns não ficam, necessita de outros editais de chamamento. Esses profissionais têm se apresentado nos municípios. No Paraná são 1.500 a 1.600 médicos que estão trabalhando na Atenção Primária de Saúde, que muitas vezes estão atendendo além da diabetes, pressão alta, estão atendendo os primeiros sintomas gripais”, disse.

Vacinação da Covid-19:
O Paraná deverá liberar a partir desta semana a vacinação por faixa etária de pessoas que tem entre 18 e 59 anos, e não possuem comorbidades. “A orientação é que possa iniciar isso a partir de quinta ou sexta-feira”, disse o secretário.

A vacinação não será liberada para todos uma única vez. Haverá etapas onde cada faixa etária será vacinada em um período, assim como foi com os idosos. A primeira faixa etária que será liberada para se vacinar serão as pessoas de 59 anos completos. Após a vacinação deste grupo, será liberado a vacinação para a faixa etária de 58 anos completos. O calendário deverá seguir um cronograma respeitando as idades de forma decrescente, ou seja, do mais velho ao mais novo. A expectativa do Ministério da Saúde é que a vacinação possa ser completada em novembro.

A vacinação de pessoas que se encaixam em algum grupo prioritário ocorrerá ao mesmo tempo que as pessoas que estão na faixa etária. O mesmo acontece para as pessoas que precisam tomar a segunda dose da vacina.

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