Bandidos levaram 16 minutos para explodir caixas eletrônicos da Unicentro

Em entrevista a reportagem da Najuá, Delegada de Irati, Delegado da Polícia Federal de Ponta…

04 de maio de 2015 às 16h23m

Em entrevista a reportagem da Najuá, Delegada de Irati, Delegado da Polícia Federal de Ponta Grossa, moradora, perito e acadêmico contaram detalhes da ação criminosa ocorrida na madrugada de sexta-feira

Da Redação, com reportagem de Tadeu Stefaniak

Na madrugada de sexta-feira, 01, uma quadrilha invadiu o campus de Irati da Unicentro, rendeu dois vigias e seis estudantes, trancou-os em uma sala e explodiu os dois caixas eletrônicos disponíveis no local, levando uma grande quantia em dinheiro, ainda não revelada pela polícia. A ação criminosa durou apenas 16 minutos. 

De acordo com informações da Polícia Militar, cerca de 250 alunos que participam dos Jogos Universitários de Comunicação Social chegavam de ônibus por volta das 03h25min e se preparavam para apanhar as chaves do alojamento com os vigilantes. Naquele momento, os ladrões apareceram e renderam os vigilantes e os estudantes, que foram trancados em uma sala. 

Os ladrões estavam armados com pistolas e fuzis, e usavam luvas e máscaras cirúrgicas, que foram encontradas em uma caixa nas proximidades do ponto de ônibus do Conjunto Molinari. 

Logo após a ação, os suspeitos teriam fugido em um veículo Ford Fusion de cor preta, que foi encontrado em uma estrada vicinal, a cerca de 400 metros da BR 153, na região do Conjunto Molinari. Segundo a polícia, o veículo, com placas de Londrina, possuía placas clonadas. 

Em seguida, dois dos suspeitos entraram na instituição, enquanto os demais ficaram dando cobertura. Além do dinheiro, a quadrilha também teria levado as armas dos vigilantes. Os celulares que foram roubados dos estudantes foram localizados em um matagal ao lado da Unicentro.  

Fotos: Tadeu Stefaniak


Versão do acadêmico

O estudante Lucas disse que os alunos estavam arrumando as salas de aula, que seriam usadas como alojamentos, quando foram surpreendidos pelos bandidos. “Eles chegaram e renderam os universitários, vigias também e ficaram reféns mais ou menos uns 15 minutos. Ameaçaram meus amigos e amigas, mas não fizeram nada só pareciam que queriam roubar o caixa eletrônico. Com a gente não fizeram nada. Estavam encapuzados, de luvas, parecia bem profissional, armamento era pesado, não sei identificar as armas, mas acho que era metralhadora. Já chegaram abordando e deixando todo mundo para baixo. Não podia olhar para cara deles. Ficamos do lado de fora da universidade, sentados, os vigilantes ficaram juntos”, informou o estudante. 

Dispositivo manchou cédulas


O delegado Bassani, da Polícia Federal de Ponta Grossa, destacou que o dinheiro levado era de apenas um dos caixas. O dinheiro do outro equipamento não foi todo levado devido ao acionamento de um dispositivo que manchou as cédulas na hora da explosão. “Nós vamos fazer a perícia. A PM localizou um carro próximo talvez tenha relação com o crime. Isso vai ser investigado. Os vigilantes serão ouvidos. Sobre a chegada dos alunos, nós vamos verificar com os vigilantes. Vamos coletar o depoimento deles e questioná-los aqui mesmo na sequência”, disse Bassani. 

Ação durou 16 minutos
A Delegada da Polícia Civil de Irati, Eliete Kovalhuk, contou mais detalhes da ação criminosa. “O local estava bastante danificado, tinha muito vidro por perto, a estrutura já era meio precária. Foram explosivos muito fortes, existiam cacos de vidro além da área onde estavam os caixas eletrônicos. Vi manchas em ambas [notas]. Eu vi por cima porque não queria prejudicar o local da perícia. Da Caixa [Econômica] não tinha, as manchas saíram dos caixas do Itaú. Eles chegaram a pé primeiro e depois um carro jogou luz contra a câmera, que não conseguiu focalizar muito bem, os seguranças que estavam de plantão foram rendidos e os estudantes também”, afirma. 

Eliete revela que, quatro criminosos teriam rendido as vítimas, enquanto que dois suspeitos foram responsáveis pela destruição dos caixas eletrônicos. Segundo a Delegada, essa versão foi apresentada pelos vigilantes quando foram ouvidos pela polícia. Eliete ainda relatou que a ação dos bandidos foi rápida e durou apenas 16 minutos entre 3h23 e 3h39. “Os vigilantes estavam armados, ou seja, com as armas de serviço deles que foram levadas. Levaram as armas dos vigilantes e os celulares foram jogados pelo mato. Alguns parecem que encontram [celulares]. Com certeza eles não vieram aleatoriamente, ouve um estudo prévio do local e das circunstâncias que eles iriam encontrar”, indica a Delegada. 

Moradora diz que ouviu disparo de arma de fogo

Uma moradora do bairro Riozinho, que não quis se identificar, disse que o barulho das explosões foi grande. Depois, ela disse ter ouvido pelo menos um disparo de arma de fogo. O dinheiro que ficou espalhado foi recolhido por uma empresa financeira. “Escutamos dois estrondos, sendo um em seguida do outro. Depois ouvimos um tiro e outro estrondo bem forte, seguido de uma explosão”.

A versão apresentada pela moradora que os bandidos haviam efetuado um tiro foi negada pelo estudante Lucas. “Não teve tiro, não teve barulho, eles não atiraram. Só teve uma explosão”, disse o acadêmico.  

A moradora ainda relatou que não ouviu barulho nem observou uma movimentação de veículos suspeitos próximo de sua residência antes ou depois do crime. Já o acadêmico comentou que seus colegas teriam visto um carro deixando o local após a ação criminosa. 

Perícia

O perito Luiz Spricito falou sobre o trabalho realizado pelo Instituto de Criminalística no local da explosão dos caixas eletrônicos. “Dois caixas eletrônicos foram completamente destruídos. Ocorreu a explosão total nos dois, sendo um no caixa do Itaú e também no da Caixa Econômica Federal. Nossa parte é fazer a perícia técnica, análise da explosão e o que sobrou de vestígios para fazer a parte técnica. No momento da chegada não sabemos o que aconteceu. Coletamos algumas coisas que serão encaminhadas para investigação e para fazer análise técnica em laboratório. Também será feita a análise química e análise de material”, comenta o perito. 
 

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