Neste ano, 180 casos de Influenza H1N1 (2009) foram diagnosticados no Estado, sendo que 13 pessoas tiveram complicações e morreram
Marli Traple *Edição: Jussara H. Bendhack
Preocupada com o aumento das notificações de casos da gripe H1N1 este ano no Paraná em relação aos números do primeiro semestre de 2010 e 2011, a 4ª Regional de Saúde promoveu na semana passada uma vídeoconferência envolvendo funcionários ligados à Vigilância Sanitária e ao Setor de Epidemiologia, visando a prevenção da doença.
© Venilton Küchler/AEN
A videoconferência foi realizada na última quinta-feira, dia 21, e integrou as 22 regionais de saúde
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) divulgou nesta segunda-feira (25) um novo boletim informativo da gripe A (H1N1-2009) no Paraná. Neste ano, 180 casos de Influenza H1N1 (2009) foram diagnosticados no Estado, sendo que 13 pessoas tiveram complicações e morreram. Os dados são da Sala de Situação da Gripe que monitora e investiga todos os casos suspeitos da doença no Paraná.
As mortes foram registradas a partir de março nos municípios de São José dos Pinhais (3), Curitiba (2), Ponta Grossa (1), São Mateus do Sul (1), Astorga (1), Apucarana (1), Cornélio Procópio (1), Tibagi (1), Capitão Leônidas Marques (1) e Siqueira Campos (1). Em junho foram onze óbitos.
Em Irati e região, segundo o chefe da 4ª Regional, João Almeida, não houve confirmação de casos da doença.
A representante da Secretaria de Saúde (SESA), Ângela Maron, que coordenou a sala de estudos da regional de Irati, disse que o trabalho de todas as regionais e municípios está sendo bom, porém, os casos registrados revelam faixas etárias que não receberam a dose de imunização. Ela comparou o histórico de informações sobre o número de óbitos da doença no estado. Em 2009, quando a pandemia se desencadeou, foram confirmados 371, já em 2010 foram 19 e em 2011 não houve óbitos.
Maron explicou que as bactérias da doença circulam em maior número no inverno e são transmitidas com mais facilidade porque a população vive mais confinada a ambientes fechados. Ela também destacou a importância da avaliação correta do paciente quando existe um caso suspeito, o uso da medicação com o antiviral que também é importante, além do acompanhamento após o tratamento que pode evoluir caso ocorra dispnéia com saturação de oxigênio alterada e não for observado pela equipe de saúde.
“O monitoramento de ser feito e os casos notificados. A equipe deve acompanhar o paciente até sua alta, através das equipes de Programa de Saúde Familiar (PSF) e agentes de saúde”, disse. Vale lembrar que pacientes medicados com o antiviral devem ser mantidos isolados em casa até o quinto dia, quando termina a medicação para evitar que outras pessoas sejam contaminadas.
A distribuição da medicação foi descentralizada pelo Centro de Medicamentos do Paraná (Cemepar), que tem enviado semanalmente estoques do Oseltamivir (Tamiflu) às 22 regionai. A diretora do Cemepar, Suzan Alves, alertou que os medicamentos infantis, que precisam ser manipulados, têm prazo de validade de apenas três meses, este controle está sendo feito agora pelas regionais de Saúde que informam à secretaria a média de consumo para que seja providenciada a produção dos medicamentos garantindo a assistência em todos os casos. A capacidade de produção do Estado hoje é de 700 tratamentos por dia e o ministério da Saúde estará enviando nos próximos dias mais 2 mil tratamentos.
Para o secretário de estado da Saúde, Michele Caputo Neto que também participou da conferência a identificação da doença e tratamento imediato é fundamental e a vacinação deve dar atenção especial às gestantes e as crianças.”O que vai evitar os óbitos é a identificação e início imediato do tratamento e para que este trabalho seja executado de forma eficiente, é fundamental o envolvimento das equipes do Programa de Saúde da Família”.
O Laboratório Central do Estado (Lacen-PR) está trabalhando em caráter de plantão para processar todos os exames. Estão sendo analisadas cerca de 100 amostras ao dia, inclusive aos finais de semana. Após a chegada do material biológico, o resultado final do exame sai em um prazo máximo de 72 horas.
Vacinação
Os grupos prioritários para receber a vacinação são crianças, idosos, gestantes, profissionais de saúde.
As novas medidas do Governo Estadual são atingir as creches públicas cujas crianças ainda não foram vacinadas na primeira etapa, e fortalecer o trabalho de Saúde.
Prevenção
Para evitar a doença devemos manter hábitos saudáveis, como higienizar as mãos e deixar os ambientes arejados. Contudo, quando a pessoa já está infectada o diagnóstico e tratamento precoce é essencial para evitar que novas mortes ocorram. Ao apresentar qualquer sintoma de gripe vá a uma unidade básica de saúde ou consulte seu médico.
Videoconferência
O sistema de videoconferência que foi utilizado é mais um instrumento para integrar as 22 regionais de saúde ao nível central da secretaria. Os equipamentos instalados em 25 pontos do Estado possibilitam o diálogo em tempo real e, com isso, diminuem os custos de deslocamento para reuniões e treinamentos. A Secretaria da Saúde investiu R$ 3,8 milhões na aquisição e instalação de toda esta estrutura.