Nicole Gartnër Custódio, de 14 anos, irá participar da seletiva neste fim de semana em São José dos Pinhais
Paulo Henrique Sava
A Associação de Voleibol de Irati (AVI) terá mais uma representante participando da seletiva para a Seleção Paranaense de Vôlei. Nicole Gartnër Custódio, de 14 anos, atua no esporte desde os 10 anos de idade. Ela conta que foi chamada pelo professor Paulo Roberto Machinski, para participar do projeto. Porém, a atleta diz que não tinha a menor noção de como jogar vôlei quando começou.
“Eu não tinha nem noção de como jogar vôlei, se a bola tinha que cair no chão ou não, foi bem por acaso, e agora estou há cinco anos no esporte”, conta.
Uma das principais competições disputadas por Nicole foi a Taça Paraná de Vôlei, a maior competição das categorias de base do esporte do Brasil, em 2013. Depois, ela disputou as competições sub-15 e sub-16. Hoje a jovem atua pelas equipes sub-18 de Irati e do Colégio Martin Luther King/Sicoob/ Marechal Cândido Rondon. Ela estava no oeste do estado quando foi chamada para a seletiva. A atleta relata que soube da convocação pela internet, no site da Federação Paranaense de Vôlei.
“Algumas meninas mais novas estavam assistindo a live e começaram a gritar. O preparador físico falou: ‘Vamos lá ver, se não eu não consigo nem dar treino direito’. Fomos até lá e disseram que eu fui chamada para a seletiva. Eu pensei ‘como assim?’, porque eu não estava esperando, pois joguei apenas alguns campeonatos pela Federação. Eu não esperava mesmo, e saí correndo para contar para a mãe, caí no chão, me ‘ralei’ toda, foi uma felicidade imensa”, conta.
O pai de Nicole, Vagner Sérgio Custódio, atuou como jogador profissional de vôlei pelo Banespa e pelo Corinthians. Atualmente, ele é professor do curso de Educação Física da UNESP. A menina conta que o pai ficou surpreso quando ela contou que havia começado a jogar vôlei, uma vez que sua irmã havia tentado jogar pelo projeto do professor Paulo, sem sucesso.
A mãe de Nicole, professora Marileia Gartnër, diz que “mãe de atleta sofre bastante antes, durante e depois dos jogos”. “É um sofrimento que nos enche de orgulho e felicidade: a gente vê resultados não só pelo fato de que a Nicole vai fazer parte desta seletiva, mas também é muito perceptível que o voleibol forma pessoas e a cidadania que só o esporte é capaz de construir”, frisou.
Marileia ressalta que a filha, que é aluna do curso de Agroecologia do Instituto Federal do Paraná (IFPR), é muito dedicada e focada nos treinos e nos estudos. A professora incentiva outras mães a levarem seus filhos para a prática de esportes, especialmente do vôlei, através do projeto do professor Paulo Roberto Machinski.
“Ele tem, além desta função de formação de atletas que estão se destacando no Brasil e no exterior, a missão de fazer pessoas melhores para Irati, é um projeto de formação social e cultural muito importante”, ressaltou.
Machinski comenta que a parceria entre a Unicentro e a Prefeitura de Irati já dura pelo menos 22 anos e possibilita o custeio do projeto, que vem rendendo bons frutos. Atletas que iniciaram suas atividades em Irati já atuaram na Espanha e na Itália. Outras jogadoras foram enviadas para o CRB de Alagoas. No ano passado, Gabriela e Caroline representaram o Colégio Estadual do Rio do Couro na seletiva paranaense. Em 2015, a atleta Flávia, também da comunidade do Rio do Couro, foi encaminhada para o São Bernardo. Atualmente ela joga pelo SESI de São Paulo. Machinski destaca que qualquer atleta que goste do voleibol tem a oportunidade de participar do projeto.
“Assim como a própria Nicole falou que eu chamei ela, que a vi na rua, quando vemos um biotipo privilegiado, que pode dar certo na modalidade, procuramos encaminhar. Eu trabalho com voleibol e administro outros projetos do programa de extensão da universidade. Quando tem uma menina alta e que pode ser jogadora de vôlei, eu convido. Algumas não gostam de praticar o esporte, mas ficamos felizes quando vêm com vontade, assim como a Nicole, que está tendo bons resultados”, pontuou.
No ano passado, as atletas participaram dos Jogos da Juventude, na divisão A. Em 2019, o time iratiense irá disputar a divisão B e também a Liga de Voleibol do Paraná, classificada como “vitrine” para as atletas. Algumas delas foram chamadas para disputar outros torneios, como a Taça Paraná, que além de ser a maior competição do Brasil, é a segunda maior do voleibol de base do mundo.
O secretário de esportes, lazer e recreação de Irati, Antônio Celso de Souza (Xoxolo), acredita que o exemplo de Nicole servirá como incentivo para que outras meninas ingressem no vôlei. Ele diz que o esporte receberá atenção especial da Secretaria, em todas as suas categorias. “É um compromisso que assumimos junto à universidade e ao programa Irati UniverCidade Olímpica, em parceria com a Prefeitura. Tenho certeza que o projeto vai dar mais frutos ainda”, finalizou.
Nicole participa da seletiva neste fim de semana em São José dos Pinhais. Ela tem muita esperança de ser aprovada e representar Irati na Seleção Paranaense de Vôlei.
Os treinos da Associação de Voleibol de Irati recomeçam na próxima terça-feira, dia 19. Os treinamentos ocorrem às terças e quintas-feiras, das 09h30min às 11h30min, para as categorias menores, e às terças, quintas e sextas-feiras a partir das 13h40min até as 17h30min para as demais categorias. Os treinos acontecem sempre no Ginásio Municipal de Esportes Agostinho Zarpellon Júnior (Batatão). Mais informações podem ser obtidas na página da AVI no Facebook.