Prisão preventiva do parlamentar havia sido expedida na quarta-feira (27).
Vereador é suspeito de pedir propina para a aprovação de um projeto de lei.
Do G1 PR
O vereador Paulo Bebber (PR) se apresentou na manhã desta segunda-feira (1º) na 15ª Subdivisão Policial em Cascavel. O parlamentar que era considerado foragido da polícia teve o mandado de prisão preventiva expedido pelo juiz da 3ª Vara Criminal, Leonardo Ribas Tavares, na quarta-feira (27). De acordo com o Ministério Público (MP), ele é suspeito de cobrar propina para a aprovação de projeto de lei no legislativo local em janeiro de 2014.
Ao G1, o advogado Hélio Ideriha Júnior disse que Bebber compareceu à delegacia acompanhado do filho por volta das 6h30, onde permanecia até as 9h. “Esta prisão é absolutamente ilegal, abusiva e despropositada”, comentou Hideriha Júnior ao adiantar que deve apresentar um pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) ainda nesta segunda-feira. “Certamente vamos conseguir reverter esta decisão o mais rápido possível.”
Como havia decidido se entregar, o vereador informou por meio de ofício encaminhado à Câmara Municipal a ausência nas sessões ordinárias desta segunda e de terça-feira (2). No documento entregue pelo assessor especial Leonir Antonio Argente e lido durante a sessão, Bebber explicou que estará impossibilitado de comparecer “em virtude de estar viabilizando a solução dos problemas que já são de conhecimento de todos”.
Conforme a justificativa do juiz, a prisão preventiva foi decretada porque Bebber teria tentado induzir um terceiro a se apresentar como a pessoa citada em uma conversa gravada em que era negociado o valor da propina, por ter procurado outro vereador para pedir que votasse contra a sua cassação e porque mesmo afastado da Câmara de Vereadores, em março, Bebber ainda manteve contatos telefônicos com os envolvidos.
Esta interferência durante o processo, afirmou o magistrado, pode ter determinado a sua manutenção no cargo. E, ainda segundo o juiz, o afastamento do vereador provou que não é suficiente para garantir que ele não interfira nas provas.
O caso
Em março de 2014, uma gravação de uma conversa entre Paulo Bebber e um corretor de imobiliário de Cascavel relata, segundo investigação da polícia, a cobrança de R$ 500 mil para que a Câmara Municipal aprovasse o aumento da área de perímetro urbano da cidade. A aprovação permitiria a construção de um condomínio do programa “Minha Casa, Minha Vida”, avaliado em cerca de R$ 140 milhões.
Depois que a denúncia veio à tona, Bebber disse ser inocente e que a gravação era de uma negociação de venda de imóveis particulares. Ele se afastou do cargo alegando que não queria interferir nas investigações. O projeto que possibilita a obra do condomínio foi aprovado sem o voto dele.
No dia 18 de março, o delegado Edgar Santana pediu que a Justiça determinasse a prisão preventiva de Bebber, mas o pedido foi negado. Na época, o juiz Leonardo Ribas Tavares já havia determinado a busca e a apreensão de documentos e computadores do gabinete do político.
