Em entrevista à Najuá, a presidente da ANAPCI, Denise Dietrich, e a vereadora Teresinha Veres, que é voluntária da entidade, afirmaram que construção de uma escada e um corrimão foi custeada com recursos do caixa da instituição/Paulo Sava
A diretoria da Associação do Núcleo de Apoio ao Portador de Câncer de Irati (ANAPCI) pretende conversar com o prefeito Jorge Derbli futuramente sobre a possibilidade do município ressarcir o valor de R$ 54 mil que foi gasto pela instituição para conclusão do seu novo espaço para realização de bazares, no bairro Rio Bonito. A informação foi confirmada à nossa reportagem pela presidente da entidade, Denise Dietrich, e pela vereadora Teresinha Miranda Veres, que é voluntária e já comandou a ANAPCI no passado.
Denise destacou que a entidade vai conversar com o prefeito Jorge Derbli futuramente sobre um novo pedido de recursos. “Isto vamos estudar para a frente, conversarmos com o prefeito para vermos como vai ser feito. Temos que ver o que ele acha e com a Terezinha e os outros dois vereadores para ver a qual conclusão iremos chegar”, comentou.
Na última sessão da Câmara de 2023, realizada no dia 19 de dezembro, os vereadores rejeitaram o projeto de lei que liberaria um recurso na ordem de R$ 54 mil do Executivo para a entidade concluir a obra. Por conta disso, a ANAPCI utilizou um dinheiro do seu caixa para custear a construção, segundo Denise. “A ANAPCI teve que utilizar do seu recurso para pagar o adicional ao construtor porque ele fez o seu trabalho. Não estava no projeto, este é um adicional que, com o tempo, o construtor vai descobrindo coisas para fazer. É um material que aumenta, é chuva que tivemos e algumas coisas que nós, aqui da ANAPCI, achamos que tinha que fazer alguma melhoria que não estava no projeto”, frisou.
Trâmite dentro da lei – Teresinha afirmou que o trâmite do projeto estava dentro da legalidade e o valor solicitado constava no orçamento do município. Para ela, os vereadores poderiam ter analisado melhor a matéria. “Lamentamos este entendimento, o projeto poderia ter sido revisto e analisado melhor pelos colegas vereadores. A instituição fez o saque deste valor para concluir porque tem os compromissos com o construtor e os pedreiros. Graças a Deus, a obra está concluída com muito sucesso, apesar que tivemos um desgaste muito grande nestes três últimos anos. Tivemos várias forças contrárias tentando impedir que este bazar fosse concluído, mas estamos aí, com Deus à frente sempre e nós trabalhando”, pontuou.
Recursos – Os recursos que foram utilizados na conclusão da obra foram retirados da conta da ANAPCI, que recebe doações mensais de voluntários, além de recursos municipais e do programa Nota Paraná, por meio do qual 30% do valor do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) é repassado através das notas doadas pelos consumidores em estabelecimentos comerciais. Denise afirmou que a construção do novo espaço do bazar permite que a ANAPCI economize com o valor do aluguel. Ela também comentou que o dinheiro obtido com as vendas do bazar ajuda a custear as atividades realizadas pela instituição.
“Não recebemos só emendas parlamentares, até porque neste ano ainda não temos. Contamos com a doação da população, que é muito solidária. Este recurso é para isto. A construção do bazar veio a calhar, pois estamos economizando o dinheiro do aluguel e o dinheiro que entra vai ajudar na compra das cestas básicas, das fraldas, de protetor solar, de tudo o que oferecemos para melhorar a qualidade de vida do paciente. Agora, vamos ver de que forma recuperar este recurso que tivemos que tirar da nossa aplicação para pagar o construtor. Vamos analisar com os conselhos Deliberativo, Administrativo e Fiscal, sentar juntos para vermos qual atitude tomaremos daqui para a frente. Sabemos que podemos contar com a população, que sempre está nos ajudando”, frisou.
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Projetos – Projetos que envolvam recursos públicos, como a solicitação de recursos para a ANAPCI, devem partir do Executivo. Terezinha, que também faz parte do Conselho Deliberativo da instituição, vai analisar o caso junto com os demais conselheiros. “Precisa partir do Executivo, da Prefeitura, tanto é que o vereador não tem essa prerrogativa e autonomia de fazer este tipo de projeto. Vamos analisar com o Conselho Deliberativo da instituição, e assim vamos trabalhando para sempre procurarmos dar uma qualidade de vida às pessoas que estão em tratamento contra o câncer e que necessitam do auxílio da ANAPCI”, comentou.
Taxa – Ao ser questionada sobre o valor de R$ 57 mil que a Prefeitura de Irati cobrou da instituição para que o prédio do bazar fosse construído sem a necessidade de manter um recuo da calçada, Denise ressaltou que o recurso já foi pago pela ANAPCI, também com recursos próprios. “Foi feita uma reunião no COMDIR e eles aprovaram para ser construído. Então, é uma taxa estabelecida em lei pela qual pudemos regularizar. A ANAPCI pagou esta taxa e está quites com a Prefeitura, não temos débito nenhum”, comentou.
Trâmite – Os recursos repassados pelo município, estado ou pelo Governo Federal vão direto para o caixa das empresas responsáveis pelas obras e não passam pela ANAPCI, detalhou Terezinha.
“Este é um trâmite que acontece diretamente com o construtor da obra e que a Prefeitura repassa (os recursos) direto para ele. Nenhum recurso passa pela instituição. Para isto, antes de tudo, deste adicional de orçamento, é feita uma planilha onde haverá a necessidade da pintura, que foi mais ou menos o que aconteceu para finalizar a obra, a calçada, um corrimão, o teto de gesso também. É importante colocar que tudo consta na planilha entregue na Prefeitura, tanto do recurso anterior quanto deste projeto. A Prefeitura analisa e faz o projeto de auxílio, que foi encaminhado para a Câmara e reprovado”, comentou.
O bazar da ANAPCI já está funcionando no novo endereço, na Rua Basílio Szpak, número 81, próximo ao Parque Aquático, às segundas, quartas e sextas-feiras, das 8h às 17h30.
