Adolescente de PG morre por falta de ambulância do Samu

Caso aconteceu em Ponta Grossa, no PR, na segunda-feira (10).Diretor do Samu confirma falta de…

12 de novembro de 2014 às 15h18m

Caso aconteceu em Ponta Grossa, no PR, na segunda-feira (10).
Diretor do Samu confirma falta de veículo; 4 ambulâncias atendem a cidade.

Do G1 PR, em Ponta Grossa

Um adolescente de 16 anos morreu depois de passar mal e cair no banheiro de casa, na segunda-feira (10), em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais do Paraná. De acordo com a irmã dele, Jucelina Zagobinski, foi ligado três vezes para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não havia ambulância disponível. “Foi questão de 10, 15 minutos, e a gente já não podia fazer mais nada”, relata.

A primeira ligação de Jucelina foi por volta das 9h50. Segundo ela, o atendente informou que não poderia atender naquele momento e orientou que o adolescente fosse levado ao hospital mais próximo, já que o socorro poderia demorar pelo menos meia hora para chegar. “Eu e meu primo o levamos na Unidade de Pronto Atendimento. Lá, médicos e enfermeiros tentaram reanimá-lo, mas ele já chegou sem pulsação”, conta a irmã.

O pai do adolescente, José Lauro Zagobinski, afirma que o filho estava saudável. “Ele teve anemia tempos atrás, mas no último exame de sangue feito por esses dias estava tudo normal”, comenta. A família ainda não sabe a causa oficial da morte do adolescente. Apenas foram informados de que houve uma parada cardíaca.

Jucelina e o pai esperam que a falta de ambulância seja solucionada para evitar fatalidades como a vivida pela família. “A gente espera que outras famílias não passem a dor que estamos passando. É muito difícil perder um irmão. É uma dor irreparável, não tem explicação”, lamenta a irmã.


Samu explica

O diretor clínico do Samu em Ponta Grossa, Miguel Moraes Martins, afirma que não havia como atender a solicitação feita pela irmã do adolescente. “De fato, não tínhamos ambulância naquele momento. Todas estavam em ocorrência. A orientação a ser feita é que o paciente seja levado de carro ao hospital mais próximo ou é preciso aguardar, como foi feito pelo atendente”, comenta.

Martins explica que todos os meses são recebidas cerca de duas mil ocorrências. O horário mais solicitado é a partir das 10h, próximo ao período em que a irmã do adolescente fez as ligações. O diretor clínico informa que existem três ambulâncias para atender as ocorrências e uma outra, que fica disponível na UPA Santa Paula para transportar pacientes aos hospitais. Ele acredita que três ambulâncias seja um número pequeno para atender uma cidade de 330 mil habitantes, mas que segue a regra nacional. “Não é que falte ambulância. O Samu nacional preconiza uma ambulância para cada 100 mil habitantes. No entanto, mesmo se eu colocar 10 ambulâncias, vai faltar”, explica.




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