Paranaenses receberam pacotes de sementes não encomendadas de países asiáticos; Sementes entregues à Adapar serão analisadas para verificar se podem realizar algum dano às lavouras brasileiras
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Sementes serão analisadas para verificar se oferecem risco as lavouras paranaenses. Foto: Anderson Leminska |
Pacotes de sementes não encomendadas estão sendo enviados para brasileiros em diversos estados. Os pacotes têm origem em países asiáticos e foram enviados como “brindes” para pessoas que fizeram alguma compra pela internet. Porém, há relatos de pessoas que receberam os pacotes sem realizar alguma compra.
Casos como este também ocorreram no Paraná e chamaram a atenção da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) que publicou um alerta para que as pessoas não plantem as sementes, avisem sobre o recebimento e entreguem as sementes para análise.
De acordo com o engenheiro agrônomo e fiscal da Adapar de Imbituva, José Alfredo de Oliveira, o alerta ocorre porque não há como saber que tipo de semente é e se elas podem causar algum dano para as lavouras. “Esse tipo de material pode oferecer um risco potencial porque nós não sabemos do que se trata. Acontece também que muitas pessoas nem tem feito compras, tem simplesmente recebido essas amostras, essas embalagens contendo sementes que podem se tornar um possível risco para a agricultara brasileira”, disse José Alfredo.
Os pacotes enviados podem ter sementes de diversas plantas, porém, as autoridades ainda não conhecem que tipo de planta é originada a partir da semente. Por isso, a precaução de analisar o material, já que uma planta diferente pode trazer risco às lavouras existentes no País. “As plantas geralmente oferecem algum tipo de risco quando elas são hospedeiras de fungos, bactérias ou vírus, ou mesmo nematoides que possam existir no meio ambiente. Então, uma planta desconhecida como esta, de repente o cidadão descarta e vai para um lixão. Lá neste local pode germinar e até, pelo fato de ser uma planta exótica, de repente pode produzir centena, até milhares de pequenas sementes que podem até eventualmente ser disseminada pelo vento e para locais mais longe e de repente infestar toda uma região”, alerta o fiscal da Adapar.
Há ainda a preocupação da planta ser tóxica. “Nós não conhecemos o material. O material pode ser de alguma planta tóxica para pessoas ou animais domésticos, enfim, é um material que pode potencialmente oferecer risco às pessoas”, explica José Alfredo.
Por isso, a indicação é que as pessoas levem as sementes para uma unidade da Adapar. “Como é um material desconhecido, nós não temos nenhuma informação sobre esse material. O princípio da precaução nos indica que é bom evitar o plantio e mesmo o descarte, porque, às vezes, a pessoa pode jogar no lixo e esse material ir para algum lixão, por ventura, germinar e causar algum risco futuro. Então, é recomendado não abrir, não mexer, não plantar e procurar um escritório da Adapar para fazer a devolução desse material”, disse o engenheiro agrônomo.
Não haverá nenhuma penalização para quem devolver as sementes. Assim que entregues, os pacotes serão enviados para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) que fará a análise. “Nós da Adapar encaminharemos este material para o Mapa em Goiânia para que seja feita todos os exames laboratoriais de classificação das sementes e eventualmente de pesquisas de algum organismo nocivo que está contido neste material”, conta.
Ainda não há uma previsão de quando os resultados estarão prontos. “Algumas sementes são mais duras, outras não tem uma casca tão resistente, então a germinação dos materiais que são analisados em laboratório de sementes varia muito. Às vezes, de três a quatro dias e, às vezes, alguns precisam de 10 a 15 dias”, relata.
Na região, os pacotes recebidos podem ser entregues nas unidades de Irati e Imbituva. Para mais informações, os telefones são (42) 3421-3504 (Irati) e (42) 3436-1921 (Imbituva). Os números também podem receber mensagens via WhatsApp.
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Foto: ADAPAR |