3ª edição da Festa do Monge João Maria acontece no domingo em Rebouças

Programação conta com procissão, momentos de reflexão e fé, além de partilha de alimentos e…

30 de agosto de 2024 às 23h54m

Programação conta com procissão, momentos de reflexão e fé, além de partilha de alimentos e troca de mudas de plantas medicinais. Festa acontecerá no Parque Ambiental/Texto de Karin Franco, com entrevista de Rodrigo Zub e Juarez Oliveira

Programação da 3ª Festa do Monge João Maria, em Rebouças. Foto: Divulgação

A 3ª edição da Festa do Monge João Maria acontece no domingo (1º), no Parque Ambiental de Rebouças. O evento é organizado pelo Movimento Aprendizes da Sabedoria de Fé e do Saber (MASA) e pretende resgatar os antigos festejos, além de homenagear o Monge João Maria, um santo popular, que esteve presente nos estados de Santa Catarina e Paraná, no final do século XIX.

A programação conta com uma Caminhada pela Paz, que começa às 8h30, saindo do Morro do Cristo até ao Parque do Monge. O momento será de reflexão e reza. Por isso, pede-se que os participantes vão com roupas brancas. Serão distribuídos lenços brancos de TNT durante a procissão. “Nós estamos fazendo a nossa festa no parque da forma antiga e histórica. É uma festa. Nós vamos nos reunir no Cristo às 8h30. Nós vamos sair com uma procissão até o Parque do Monge João Maria, que é perto, onde nós vamos de branco, simbolizando a paz. A paz no mundo, a paz nos países distantes, como ele pregou essa paz, a fé. Vamos levar as plantas medicinais, que foi também muito usada no tempo antigo, pelos nossos antepassados, na procissão. Vamos cantando e rezando com todas as benzedeiras”, explica Ana Maria dos Santos, uma das coordenadoras do movimento de Rebouças.

Após a caminhada, acontece o terço em homenagem ao Monge João Maria, às 9 h. Pela manhã, a programação segue com a apresentação da Romaria de São Gonçalo, às 11 h. “As benzedeiras de Irati vão fazer um momento de oração, cantando os cantos da Romaria de São Gonçalo, rezando o terço, juntamente com todo o nosso povo”, comenta Ana.

Durante o evento, haverá a prática da partilha das refeições, onde cada participante deve levar um alimento. “Lembrando um pouco da cultura e da história antiga em que o nosso povo viveu na partilha. Para eles, era partilhado”, destaca a coordenadora.

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A partilha dos alimentos acontece às 9h30, com o Café da Partilha, e ao meio-dia, com o almoço. A sugestão é levar alimentos que não estraguem, como bolos, farofas e bolachas. “No ano passado, nós fizemos o Café da Partilha e as doações que foram chegando, nós colocamos tudo para a hora do almoço. No almoço tinha a farofa, que vai para o almoço. Nós não fazemos a maionese porque temos medo de estragar. Nós queremos que o nosso povo vai lá e se sinta feliz mesmo. Então, um macarrão e massa de tomate, porque sem geladeira é perigoso estragar. Nós queremos que o nosso povo leve bolacha caseira, bolo de fubá, bolinho esticado, farofa. O bolão de fubá lembra muito a nossa história antiga, que se usava muito bolo de fubá”, explica.

A programação da tarde retorna às 13h30, com um momento de conversa com a natureza. “Nós levamos depois para conversar com a natureza que tem no nosso parque, recebendo a luz da natureza e a cura da natureza, através das árvores. Vamos também fazer uma grande homenagem às pessoas que cuidam das fontes de água. Nós temos [benzedeiras] na região do Marmeleiro, da Conceição, do Salto, do Saltinho e demais outras regiões do Rio Azul, também vai ter pessoas, que cuidam das fontes de água”, disse Ana.

O encerramento ocorre às 15 h, com a roda de conversa, juntamente com a tradicional troca de mudas de ervas medicinais entre os participantes.

Durante o evento também haverá venda de artesanato e de alimentos da agricultura familiar. Não haverá venda ou consumo de bebida alcoólica durante a programação.

Quem quiser ir de carro, haverá estacionamento no local. “As pessoas que forem ir de carro e quiserem caminhar na procissão, já vão chegar direto no Santo/Cristo, que fica para cima do hospital [Dona Darcy Vargas]. Vão chegar ali. Nós vamos sair dali 8h30. Quem quiser levar suas doações, já pode tocar o carro no sentido ao parque, que lá já vai ter espaço”, conta Ana.

Em participação no programa Meio Dia em Notícias da Super Najuá, as coordenadoras do MASA, Ana Maria dos Santos (moradora de Rebouças) e Rosalina Gomes dos Santos (moradora de Irati) falaram sobre a programação e os objetivos da Festa do Monge. Foto: João Geraldo Mitz (Magoo)

A Festa do Monge João Maria é realizada anualmente pelas benzedeiras e homenageia o monge João Maria, tido como milagreiro pelos seus devotos. Segundo a lenda, onde o monge dormia nasciam olhos d’água que possuíam uma água cristalina e milagrosa. Por isso, as fontes de água são um dos locais de grande importância para os devotos do monge.

MASA: O Movimento Aprendizes da Sabedoria de Fé e do Saber (MASA) existe há mais de 16 anos e representa benzedeiras do estado e do país. “Nós representamos o movimento das benzedeiras mapeadas, que são as benzedeiras de Irati, de Rebouças e de São João do Triunfo. As benzedeiras de Rebouças têm a lei que é a nº 1401. E [também] as benzedeiras não mapeadas, que são as benzedeiras que estão em todas as cidades, em todas as localidades e em todo o estado do Paraná e do Brasil”, explica Ana.

A diretoria do movimento foi renovada e a moradora de Irati, Rosalina Gomes dos Santos, foi escolhida como presidente do MASA. “Me deram a honra de ficar como presidente de volta. Eu fiquei muito satisfeita porque não encontramos dificuldade porque já somos do ramo. Nós fundamos. Eu estou batalhando para que nosso cantinho de venda, da associação de artesanato, não termine”, disse.

A presidente do MASA explica a importância do movimento social. “O MASA, para nós, foi muito porque nós éramos discriminadas. Eu arrumo machucadura, costuro rendidura, essas coisas. Nós éramos discriminadas como bruxa. Ela é a bruxinha do bem, não é a bruxinha do mal. Hoje, nós estamos com carteirinha da secretaria de Saúde, nós podemos entrar no hospital e rezar para as pessoas que estão necessitando, se chamarem nós para fazer uma oração, nós vamos, graças a Deus, com as carteirinhas. Tivemos apoio da Câmara de Vereadores e do [prefeito Jorge] Derbli para nós poder ter essas carteirinhas que nós temos hoje”, explica.

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