Transferência foi realizada após dois motins ocorridos em menos de 24 horas, que destruíram parte da estrutura da Delegacia
Da Redação, com informações G-1

Após dois motins em menos de 24 horas, a Secretaria Estadual de Segurança Pública (SESP) anunciou a transferência de 32 presos da cadeia de Imbituva. Essa será a primeira remoção de presos realizada na unidade desde que a carceragem foi interditada em novembro de 2014. Desde então, a população e a polícia aguardavam pela retirada de alguns detentos para evitar rebeliões e aumentar a segurança no local.
Nessa semana, a cadeia ficou parcialmente destruída depois dos presos se rebelarem. Algumas celas e banheiros foram os locais mais afetados. Segundo informações do G-1, sete presos condenados já foram removidos para a Penitenciária Estadual de Ponta Grossa. Outros 25 detentos, entre condenados e provisórios, estão sendo transferidos para o Presídio Hildebrando de Souza, também em Ponta Grossa.
Motins
Na quarta-feira, 11, alguns presos ameaçaram fugir pela porta da frente da carceragem durante o horário de visitas, mas foram contidos pelo investigador que fazia a segurança no local. Durante a confusão, uma mulher e uma criança de um ano foram feitas reféns e um preso condenado por homicídio qualificado foi agredido com pedaços de pau pelos demais amotinados.
A mulher e a criança não sofreram ferimentos e foram retirados do prédio. Já o detento conhecido por “Fernandão” foi encaminhado ao hospital São João, em Imbituva. Ele recebeu atendimento médico e foi liberado para voltar à cadeia.
Já na quinta-feira, 12, os presos voltaram a se amotinar, após uma vistoria que aprendeu oito aparelhos celulares na cadeia. Durante a confusão, estilhaços de uma bomba de efeito moral, que foi lançada por policiais para conter o tumulto, chegaram a atingir um preso. O motim só foi encerrado no começo da tarde de sexta-feira, 13.
Os presos feridos receberam atendimento médico e foram liberados. “Com os presos que ficaram, vai ficar mais tranquila a situação da cadeia”, analisa o superintendente da 13ª Subdivisão Policial, Celso Cieslak.
Apesar da transferência de alguns presos, a cadeia de Imbituva irá continuar recebendo um número maior de detentos em relação ao que foi projetada. Ainda restam 24 presos na carceragem, mas o espaço comporta apenas oito pessoas.
O Sindicato das Classes Policiais Civis (Sinclapol) chegou a colocar uma faixa na entrada da delegacia lembrando que a cadeia está interditada. Conforme o presidente do sindicato, André Gutierrez, que esteve nesta manhã na cadeia, o Sinclapol vai cobrar da Sesp que não haja aumento no número de presos na cadeia. “Está havendo desvio de função, porque os nossos policiais estão cuidando dos presos”, alertou.