Enquanto a ciência não desvenda detalhes do novo coronavírus e a imunidade contra ele, simplesmente deixar o patógeno se espalhar é impensável, dizem especialistas.
Quando ninguém é imune a uma doença infecciosa, ela pode ser transmitida rapidamente de uma pessoa para outra. Mas se as pessoas adquirirem imunidade, seja por vacinação ou por terem contraído a doença, acabam se tornando como um escudo entre a doença e as pessoas que ainda não são imunes.
Para compreender, assista a reportagem da TV Deutsche Welle (DW) no dia 8 de maio
Se esse número for 2, significa que uma pessoa infectada, em média, infecta outras duas. Nesse caso, pelo menos a metade da população precisa estar imune para impedir que a doença se espalhe para toda a população. A porcentagem de pessoas que precisa estar imune é chamada de limiar de imunidade de rebanho. E esse limiar varia de doença para doença.
O sarampo, por exemplo, é uma doença altamente infecciosa. Cerca de 95% da população precisa ser vacinada para se ter a imunidade de rebanho. Segundo especialistas, é importante que grande parte da população fique imune a uma nova doença infecciosa. Isso impede que a doença se espalhe para quem não podem ser imunizado, como idosos e recém-nascidos.
E qual o limiar de imunidade de rebanho para o novo coronavírus? Ainda não se sabe ao certo, porque os dados são incompletos. Existem diferentes estudos que colocam a taxa básica de reprodução da covid-19 entre 2,4 e 3,3.
Se usarmos o 3 como exemplo, cerca de 66% da população precisaria contrair a covid-19. No caso da Alemanha, por exemplo,a população é de 83 milhões, 66% significam 55 milhões de pessoas. Especialistas tentaram projetar quantas pessoas poderiam morrer na Alemanha para se atingir a imunidade de rebanho. Os números vão de centenas de milhares a milhões. Além disso, ainda não se sabe ao certo, se existe uma imunidade eficaz após a infecção.