Chefe da 4ª Regional de Saúde explica recomendações do Ministério da Saúde para tratamento precoce de pacientes com diagnóstico da covid-19; secretária de saúde de Irati descreve protocolo de tratamento
Da Redação com informações da Agência Brasil
O uso da cloroquina para prevenção de agravamento nos pacientes com Covid-19 é motivo de várias controvérsias entre parte da comunidade científica e grupos de médicos brasileiros que vêm usando o medicamento em seus pacientes. A droga, que é amplamente defendida pelo presidente Jair Bolsonaro, foi distribuída pelo Ministério da Saúde para ser usada no tratamento precoce, prevenindo o agravamento da doença. Um manual com orientações para ser usado na rede do Sistema Único de Saúde – SUS foi elaborado. O documento traz a classificação dos sinais e sintomas da doença, que pode variar de leve a grave; e a orientação para prescrição a pacientes adultos de dois medicamentos associados à azitromicina: a cloroquina e o sulfato de hidroxicloroquina.
O chefe da 4ª Regional de Saúde, Walter Trevisan, explica que o acesso desses medicamentos só é possível por meio de prescrição médica e concordância declarada por escrito pelo paciente. Além disso, os pacientes que tomam o medicamento devem ser acompanhados pela equipe de saúde e a realização de eletrocardiograma fica a critério médico.
A recomendação do Ministério da Saúde é de fazer o eletrocardiograma e alguns protocolos recomendam que se faça a confirmação da infecção pelo coronavirus. Entretanto, fica a critério do médico decidir, diz Walter.
A medicação está disponível no Pronto Atendimento da Vila São João, em Irati, onde existe a Unidade Sentinela, criada pelo Estado, por onde passam todos os casos de síndromes respiratórias, conta a secretária de saúde, Jussara Kublinski Hassen.
Hoje é feito pela avaliação do médico, na unidade sentinela, avaliação clínica, eletrocardiograma, exame de laboratório, radiológico e PCR, antes de receitar a medicação.
A medicação utilizada nos primeiros cinco dias é a hidroxicloroquina ou ivermectina e a azitromicina, independente do resultado do exame, mas nem todos pacientes recebem o mesmo tratamento. “O médico é quem vai decidir”, enfatiza Jussara. Corticoide, zinco, heparina, osetalmivir (Tamiflu) são usados quando o paciente fica internado. Quanto a distribuição de kits em casos leves, um protocolo ainda está sendo estudado no município.
Neste ano, o Ministério da Saúde adquiriu 3 milhões de comprimidos de cloroquina 150 mg, produzidos pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Além disso, o Laboratório Químico e Farmacêutico do Exército produziu 1 milhão de comprimidos e colocou à disposição da pasta. Até o momento, foram distribuídos 2,9 milhões de comprimidos de cloroquina em três envios distintos para os estados.
As autoridades americanas revogaram a autorização de uso emergencial que permitia que o fosfato de cloroquina e o sulfato de hidroxicloroquina fossem utilizados para tratar certos pacientes hospitalizados com covid-19 e aguardam que os testes científicos completos sejam realizados. A Casa Branca anunciou que iria destinar ao Brasil duas milhões de doses do remédio.