Iniciativa inédita leva catequese ao cárcere, promove ressocialização e fortalece a esperança de pessoas privadas de liberdade na Penitenciária Estadual de Ponta Grossa II/Reportagem do Portal A Rede

Resumo
-Projeto teve início em abril e terminou na quarta-feira, 17 de dezembro;
-Padre destacou que encerramento da catequese representa um recomeço;
-Catequista afirma que participação na catequese demonstra o interesse dos detentos por Deus, pela fé e na mudança verdadeira
A fé como instrumento de reconstrução, dignidade e esperança. Assim pode ser definido o Projeto Caminho de Fé – Do cárcere à esperança, que celebrou a conclusão da primeira turma de catequese para adultos da Polícia Penal do Paraná, realizada na Penitenciária Estadual de Ponta Grossa II – PEPG II, com o apoio da Igreja Nossa Senhora do Monte Claro. Saiba mais acessando a matéria no Portal A Rede.
O projeto teve início em 07 de abril de 2025 e foi concluído em 17 de dezembro, totalizando 32 encontros ao longo de 8 meses. Durante esse período, oito pessoas privadas de liberdade participaram ativamente da catequese e concluíram o caminho de formação cristã, recebendo os sacramentos da Eucaristia, Batismo, Primeira Comunhão e Crisma, em um momento marcado por emoção, fé e renovação espiritual.
Durante a celebração, o Padre Edvino Sicuro destacou que o encerramento da catequese não representa um fim, mas um recomeço. “Este é apenas o início da caminhada na vida em Cristo. A partir daqui, cada um é chamado a viver a fé no dia a dia, com atitudes, escolhas e esperança, mesmo diante das dificuldades”, ressaltou o sacerdote, reforçando o papel transformador da espiritualidade.
Em contato com a reportagem da Najuá, a catequista Pauline Balabuch, que acompanhou de perto toda a trajetória do grupo, contou detalhes sobre o projeto.
“O nosso projeto Caminho de Fé diz respeito à catequese da Igreja Católica. Esta é ministrada dentro da unidade prisional. É algo inédito, procuramos, fizemos pesquisas e em todo o Brasil não encontramos nenhum projeto que atenda desta forma os nossos irmãos apenados. Durante o ano todo, eles passam pelo mesmo procedimento e processo que os adultos na Diocese de Ponta Grossa passam. O material é o mesmo, a diferença é que nós vamos até eles no espaço destinado à escola. Lá, são ministrados os encontros da catequese uma vez por semana. Eles optaram por participar, foram convidados e disseram seu sim, o que é mais bonito porque eles não teriam nenhum benefício judicial, apenas agora no final do ano que conseguimos a resposta positiva do Deppen”, frisou.
Pauline afirma que a participação na catequese demonstra o interesse dos detentos por Deus, pela fé e na mudança verdadeira. “Foi muito emocionante ontem vê-los recebendo o batismo, a crisma e a 1ª Eucaristia. Agora, no próximo ano, tentaremos aumentar o número de irmãos atendidos e de turmas. Deus abençoe a todos e agradecemos por todas as orações, afinal de contas, não é um voluntariado tão fácil, mas, como o próprio Jesus disse, “Estive preso e me visitastes”, comentou.
Em entrevista ao Portal A Rede, o idealizador do projeto junto de sua equipe e Diretor da Penitenciária, Everton Rodrigo dos Santos, destacou a relevância da iniciativa no processo de ressocialização e na garantia de direitos fundamentais.
“A realização desse projeto nos enche de alegria e orgulho. Ele representa um trabalho concreto de ressocialização, além de assegurar o direito à assistência religiosa, previsto em lei. A fé abre caminhos, fortalece valores e contribui para a reconstrução de vidas”, enfatizou.


