Denúncia encaminhada pela Najuá fez com que a Secretaria de Meio Ambiente realizasse a limpeza de um ponto de descarte irregular em Irati; Saiba como denunciar/ Reportagem de Diego Gauron

Moradores da localidade de Lageadinho, no interior de Irati, denunciaram à Najuá o descarte irregular de lixo às margens da estrada. Após a denúncia, equipes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente estiveram no local e realizaram uma ação de limpeza, com apoio do Instituto Água e Terra (IAT) e da Guarda Municipal de Irati.
Durante o trabalho, foram encontrados diversos tipos de materiais descartados de forma inadequada.
“Identificamos vários tipos de materiais, desde resíduos da construção civil até guarda-roupas, fraldas, material reciclável e seringas. Encontramos inclusive materiais da área de medicamentos, que foram descartados de forma incorreta neste local”, relatou o secretário municipal de Meio Ambiente, Alessandro Trybek.
Coleta regular já atende o local
Segundo Trybek, o trecho do Lageadinho onde ocorreu o descarte já é atendido pela coleta de lixo, tanto de rejeitos quanto de recicláveis.
“Incluímos essa rota na coleta do lixo rejeito e do reciclável. Esse trecho é um prolongamento da rua Coronel Pires, com a Emílio Scheidt, e passa por coleta toda quinta-feira, a partir das sete horas da manhã”, explicou o secretário.
Mesmo assim, o acúmulo de resíduos se repetiu. Apenas três dias depois da limpeza, a reportagem da Rádio Najuá voltou ao local e encontrou novos descartes de lixo e entulho à beira da estrada.
Risco ambiental e à saúde pública
Entre os materiais descartados, a presença de seringas chamou a atenção das equipes. O secretário alertou que esse tipo de resíduo exige tratamento e coleta específicos.

“É um material residual de saúde, tem coleta diferenciada. Ele não pode ser descartado de qualquer forma, porque pode gerar contaminação ambiental e também risco biológico, como doenças ou perfurações em funcionários que fazem a coleta no município”, destacou Trybek.
A engenheira ambiental do Instituto Água e Terra (IAT), Mariane Viviurka Fernandes, reforçou que o descarte irregular de resíduos, especialmente os de saúde, configura crime ambiental.
“Esse tipo de situação se enquadra como crime ambiental e pode impactar diretamente o solo. Geralmente há um corpo hídrico próximo, e a chuva acaba levando parte desses resíduos. O resíduo de serviço de saúde também é bem delicado, porque tem contaminantes biológicos que podem gerar grandes problemas”, afirmou.
Segundo Mariane, não há justificativa para esse tipo de prática.
“O município dispõe de locais e coleta para rejeitos domésticos. E os resíduos de serviço de saúde podem ser levados a locais específicos. Não haveria motivo para trazer até aqui”, acrescentou.
Fiscalização e punições
De acordo com a engenheira do IAT, a fiscalização ocorre a partir de denúncias ou de situações identificadas durante o trabalho de campo dos técnicos.
“Recebemos muitas denúncias e, em alguns casos, nos deparamos com o problema durante as vistorias. Quando o responsável é identificado, ele é multado e passa por um processo administrativo, e até criminal, dependendo do caso”, explicou.
As denúncias podem ser feitas de forma anônima.
“Podem ser feitas para o IAT; pelo número 181; ou para a Polícia Ambiental, que também realiza um trabalho excelente nesse tipo de averiguação”, informou Mariane.

Apoio da Guarda Municipal
O diretor operacional da Guarda Municipal de Irati, Adriano Gura, destacou que o órgão também atua em apoio à Secretaria de Meio Ambiente para identificar e responsabilizar os autores desse tipo de crime.
“A pessoa pode entrar em contato com a Guarda Municipal pelo telefone 153, que também funciona como aplicativo de mensagens pelo WhatsApp, ou pelo número (42) 3423-2833. É importante repassar o máximo de informações possíveis, principalmente placas de veículos, para que possamos chegar aos autores do crime ambiental”, explicou.
Outros pontos de descarte irregular em Irati
Segundo o secretário Alessandro Trybek, a situação do Lageadinho não é isolada.
“Hoje, no mínimo, temos cerca de 20 pontos com esse tipo de descarte, tanto dentro do perímetro urbano quanto em áreas rurais. Estamos fazendo o levantamento desses locais e realizando a triagem do material. Parte ainda pode ser reaproveitada, mas a grande maioria é rejeito e precisa ter destinação final adequada”, disse.
O secretário lamentou que o problema volte a acontecer mesmo após as ações de limpeza.
“É um gasto de dinheiro público. Tivemos que paralisar outros serviços essenciais para resolver esse problema. Há desperdício de tempo, de recursos, e prejuízos para o meio ambiente e a saúde pública”, concluiu.

Denúncias
📞 Guarda Municipal: 153 ou (42) 3423-2833 (também WhatsApp)
📞 IAT (42) 3423-2345 / Disque Denúncia: 181
👮 Polícia Ambiental: atendimento de ocorrências ambientais em todo o Estado


