Atividades foram paralisadas nesta semana em apoio a ex-funcionários que ainda não receberam o pagamento de indenizações por restrições sociais/Paulo Sava

Resumo: – Ex-funcionários reivindicam pagamento de multa rescisória, atrasado há pelo menos quatro meses;
- Portões da empresa, localizada na PR 364, entre Irati e São Mateus do Sul;
- Diretoria da empresa não quis se manifestar
Trabalhadores da Construtora Triunfo que estão atuando na obra do viaduto da BR 153, em Engenheiro Gutierrez, paralisaram atividades nesta semana em apoio a ex-funcionários que ainda não receberam pagamento de rescisões contratuais. Eles alegam que a dívida já dura 4 meses. Procurada, a empresa não quis se manifestar sobre o assunto.
Em entrevista à Najuá, o ex-funcionário Paulo César Cazuza, confirmou o atraso nos pagamentos. “Nós estamos há quatro meses sem receber a rescisão contratual da empresa, eu estou aqui representando 181 trabalhadores, mas eles (empresa) não nos dão uma posição. Falaram para nós abrirmos os portões em Iguaraçu, no Curtume, que eles iriam vender os insumos para nos pagar, mas até agora nada. Temos que nos deslocar para cá para ver se conseguimos receber, trancar portão, isto é coisa que não deve acontecer. Eu acho que uma empresa de respeito não faz este tipo de coisa com um funcionário”, desabafou.

Os portões da sede da empresa, que fica na PR 364, entre Irati e São Mateus do Sul, somente serão abertos quando o pagamento for efetivado, de acordo com Paulo César. “A nossa alegria seria receber o mais rápido possível para podermos ir embora, temos famílias para cuidar lá. Não dá para entender o raciocínio da empresa, porque o governador libera obra para eles e fazem este tipo de sacanagem conosco. Tem pai de família que não tem nem o que comer em casa por causa desta empresa. O portão está trancado e só vamos abrir a hora que nos pagarem”, alertou.
Negociação
Até agora, não houve qualquer proposta de negociação entre os trabalhadores e a empresa, segundo Paulo. “Até agora nada, eles dizem que estão mandando tudo para Curitiba, onde se resolvem as coisas”, frisou.
O ex-funcionário Marcos Alexandre Caetano Nunes afirmou que os trabalhadores estão apenas reivindicando seus direitos. “São várias pessoas que dependem disso. Ninguém trabalhou 5, 6 anos ou menos para sair de mãos abanando. Todo mundo que trabalhou quer receber alguma coisa, e outra, estamos aqui por causa de um direito nosso. Não estamos fazendo nada de mais, não estamos atrapalhando ninguém, estamos fazendo o nosso direito. Eu já vi fato de o pessoal ficar até quarta-feira e eles pagarem tudo. Me diga uma coisa: uma empresa que não tem dinheiro paga até quarta-feira? Não paga, ela vai enrolar durante meses. Então por que temos que fazer isto para receber. Eu fui mandando embora a até agora nada, há 60 dias, mas e eles, que fazem quatro meses?”, questionou.

O representante do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias da Construção Pesada do Estado do Paraná (SINTRAPAV-PR), Adam Fernando Ferreira, destacou que o órgão está prestando apoio aos trabalhadores em suas reivindicações. “Estamos juntos com a rapaziada aqui reivindicando os direitos deles há quatro meses, como rescisões, multas de 40%, FGTS e tudo o mais, estamos na luta, pois são direitos que precisam ser pagos aos trabalhadores. É um descaso tanto da empresa como do governo. Eu acredito que ele não está fazendo direito a fiscalização nas empresas que estão pegando para o trabalho. Foi negociado com a empresa e o DER, estamos tentando resolver, de todas as medidas possíveis, que a negociação seja resolvida pacificamente, porque é preciso, a piazada pagou o sindicato certinho, então o máximo que pudermos vamos fazer”, comentou.



