Inscrições podem ser feitas nos CRAS dos bairros Fragatas, Vila Matilde, Vila Raquel e Pedreira, que serão contemplados nesta retomada do programa/Marina Bendhack com entrevista de Juarez Oliveira e Rodrigo Zub

Resumo
- As inscrições para o Ecotroca podem ser feitas até sexta-feira, dia 19, nos Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) dos bairros Fragatas, Vila Matilde, Vila Raquel e Pedreira, que serão contemplados nesta retomada do programa.
- Serão realizadas coletas e entregas mensais, divididas em duas semanas do mês, uma para a coleta do lixo e outra para a entrega de alimentos.
- Programa proporciona troca de lixo reciclável por alimentos diversificados
O programa Ecotroca será retomado pela Prefeitura de Irati. As inscrições podem ser feitas até sexta-feira, dia 19, nos Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) dos bairros Fragatas, Vila Matilde, Vila Raquel e Pedreira.
As famílias que podem se cadastrar devem cumprir os critérios estabelecidos pela Assistência Social do município. Em entrevista a nossa reportagem, o secretário de Meio Ambiente e Defesa Animal, Alessandro Trybek, destacou que essa parceria permite identificar quem tem necessidade de ser contemplado no programa. “A assistência social tem um panorama, ela tem algo com fundamento, ela vai dizer assim: ‘Nós temos tantas pessoas, tantas famílias que têm a condição para esse atendimento’. Por exemplo, a família tem uma gestante, tem uma pessoa com deficiência, ele está incluso dentro do CadÚnico. Então são critérios para que você não deixe aberto, porque […] o recurso é limitado, ele não tem uma proporção [grande]. Logicamente, que dentro da administração municipal, dentro do pensamento do prefeito Emiliano Gomes, poderia atender 100% do município de Irati, […] mas os critérios da assistência social [são necessários], porque eles conhecem a realidade, hoje conhecem as situações das famílias. Por isso desse critério e essa expansão é possível”, afirma Trybek.
O programa foi criado pela Prefeitura em 2016 e consiste na troca de lixo reciclável por alimentos diversificados. O secretário de Meio Ambiente e Defesa Animal contou quais alimentos fazem parte do programa. “Tem feijão, tem mandioca, repolho, brócolis, couve-flor, tomate, é uma diversidade de alimentos que vai ser voltado à questão da troca do lixo reciclável, por isso ‘Ecotroca’. A Ecotroca foi instituída lá em 2016, ainda no mandato do prefeito Odilon [Burgath], na lei 4.210 de novembro, que foi instituída essa Ecotroca. E nessa sequência ele vem sendo continuado, porque é um programa, é uma política pública que dá resultado”, destacou.
O secretário de Agropecuária, Abastecimento e Segurança Alimentar, Ake Brandalise, salienta que o programa Ecotroca é uma forma de beneficiar os agricultores e a população em geral. “É um programa voltado para a compra da agricultura familiar, onde vai ser beneficiado o nosso agricultor. Então é uma troca de renda, tiram o lixo da circulação e beneficia os agricultores com a sua venda, e estará beneficiando a população com os alimentos”, analisa Ake.
Trybek também destacou os benefícios do programa. “Ele estimula a questão até mesmo da educação ambiental, voltado na separação do lixo, atendendo as famílias que estão cadastradas no programa, e atendendo também a questão da agricultura familiar, uma forma de fomentar e conscientizar junto nesse sentido. Também tem o fator econômico, atingir as pessoas que possam estar ali economizando a sua receita do mercado, do dia a dia, e incentivando a parte ambiental, a parte da reciclagem, a parte da conservação, porque nessas famílias eu vejo isso, ele dá um retorno bastante importante para a população. Trabalhando na limpeza, desde que eu estou na prefeitura, sempre trabalhei vinculado a limpeza, a parte da agricultura e tudo mais, em alguns pontos da cidade que a gente tem esses lixões, tem algumas situações que o Ecotroca possibilitou a redução disso.”, continua o secretário.
A responsável pelo Centro de Processamento de Alimentos, Isabelly Lopes, contou que apenas a associação do Guamirim participou da licitação para fornecer os produtos e está apta a executar o programa por um ano, data de validade do contrato. “Os alimentos são entregues pela Associação do Guamirim, então vem dos produtores rurais. Como a gente diz, beneficia a população, os agricultores e também o nosso município. No centro de processamento é onde começa e é onde termina. Recebemos dos agricultores, fazemos toda a separação, tudo ali passa pela gente, junto com o Trybek, lá na hora a gente divide, entrega para a população e assim é feito”, esclarece Isabelly.

As trocas serão realizadas mensalmente, divididas em duas semanas por mês. Em um dia será recolhido todo o material reciclável dos bairros contemplados. Em outro dia da semana seguinte, serão distribuídos os alimentos, segundo Isabelly. “Vai acontecer a primeira entrega e coleta em outubro. Começa a coleta dia 9, e aí a entrega dos alimentos vai para o dia 17, então uma semana coleta e na outra semana entrega os alimentos”, prossegue a responsável pelo Centro de Processamento de Alimentos.
O material reciclável engloba todo o material gerado no dia a dia como vidro, plástico e papelão. No dia da entrega do lixo, será feita a pesagem e o armazenamento dos produtos. “Que [a pessoa] leve um material seco, separado, para que isso facilite nós, no dia a dia, dentro desse cronograma de recebimento e de entrega. Por que dessa pesagem, num dia é a coleta e no outro a entrega? Para não fazer muvuca, […] não acumular muito e às vezes a gente acabar se perdendo porque a questão do lixo gera volume. Esse material, se ele está ali limpinho, separado, num recipiente adequado, vai facilitar o nosso trabalho de coletar no caminhão, que vai estar o caminhão da coleta seletiva no dia e facilita também lá para o pessoal das cooperativas ou da associação que fazem o trabalho do reaproveitamento desse material, dessa reciclagem, para poder comercializar e gerar renda para sua associação”, secretário.
A quantidade máxima de lixo recolhida em cada coleta será de 15 quilos por semana. Neste caso, a pessoa recebe cinco quilos de alimentos durante a troca. Isabelly contou porque a prefeitura definiu essas quantidades. “Porque queremos prezar pela qualidade e também para beneficiar eles de uma forma que seja viável para todo mundo, que a gente consiga acolher todo mundo que queira participar”, esclarece.
Ake diz que esse limite foi pensado para beneficiar o maior número de famílias possível. “Justamente para poder atender mais famílias, com o decorrer do programa pode ser estendido um pouco mais, porque daí fica igual para todo mundo. Um máximo de 15 quilos, pode levar três, 12, 15 quilos, é um máximo, é para diferenciar da pessoa que leva 100 quilos para trocar por alimento. Então nesse programa, nesse decreto, fica uma faixa igual pra todo mundo, se recolher três quilos de reciclado, vai levar um quilo de alimento”, disse o secretário.
Os bairros contemplados pelo programa continuam os mesmos: Pedreira, Fragatas, Vila Matilde e Vila Raquel. As secretarias municipais estão fazendo estudos para analisar a possibilidade de estender o programa para outros locais.
Os pontos de coleta de lixo e entrega de alimentos variam conforme as parcerias realizadas nos bairros, com igrejas ou associações. O Instituto Federal do Paraná (IFPR) é um parceiro na Vila Matilde, por exemplo.
O cronograma de coleta do lixo reciclável e distribuição dos materiais, que é válido para todos os bairros, é o seguinte:
Outubro
Dia 9 – coleta do lixo
Dia 17 – entrega dos alimentos
Novembro
Dia 6- coleta do lixo
Dia 14 – entrega dos alimentos
Dezembro
Dia 4 – coleta do lixo
Dia 12 – entrega dos alimentos
Em caso de dúvidas sobre o programa Ecotroca, as pessoas podem procurar o CRAS mais próximo de sua casa.