Evento ocorrerá a partir das 18h30, na Câmara Municipal de Irati/ Marina Bendhack com entrevista de Rodrigo Zub e Juarez Oliveira

Resumo
- A procuradoria da Mulher da Câmara de Irati promove nesta quarta-feira, às 18h30, o 2º Encontro de Mulheres e Meninas: Violência Política, Representatividade e Espaços de Poder. É preciso falar sobre!
- Muitas mulheres ainda sofrem violência de gênero na política.
- A procuradora da Mulher, Sybil Dietrich, que está organizando o evento, ressalta a importância de combater a cultura machista para romper com a violência de gênero nos diferentes âmbitos sociais.
A procuradoria da Mulher da Câmara de Irati promove nesta quarta-feira, às 18h30, o 2º Encontro de Mulheres e Meninas: Violência Política, Representatividade e Espaços de Poder. É preciso falar sobre! O evento contará com a participação da Doutora Alexandra Lourenço, Líder do Grupo de Estudos de Gênero da Unicentro, que vai discutir os diferentes tipos de violência de gênero. Acesse o link para inscrição ao final da matéria.
Em entrevista no programa “Meio Dia em Notícias” da Super Najuá, a procuradora da Mulher da Câmara de Irati, a vereadora Sybil Dietrich, contou qual será a programação e os objetivos do evento. “A ideia do evento é que a gente abra um espaço de diálogo, discussões sobre essas problemáticas das violências, mas principalmente da importância das mulheres e meninas estarem ocupando os mais variados espaços sociais e quanto isso faz a diferença para o desenvolvimento da nossa cidade, da nossa sociedade. Então a ideia é discutir, dialogar, mas também encontrarmos formas de superar desafios dessa realidade”, explicou a procuradora.
O encontro será aberto a toda a comunidade de Irati e região, independente do gênero ser feminino ou masculino. “A gente precisa sim da presença de homens e meninos porque uma transformação só é realizada através da participação de toda a população. Então os homens fazem parte da nossa realidade, da nossa sociedade e precisam entrar nessa discussão conosco”, salienta Sybil.
A vereadora revela que vai aproveitar o momento para apresentar as leis sancionadas neste ano que abordam o direito das mulheres. “Nesse momento também vou aproveitar a oportunidade para apresentar as leis sancionadas no ano de 2025, de minha autoria, voltadas à proteção e os direitos das mulheres, para conhecimento da população e para que a gente possa executá-la da melhor forma possível. Então é uma forma também de prestação de contas do meu trabalho enquanto vereadora e procuradora da mulher da Câmara de Irati”, acrescenta a vereadora.
Os assuntos do encontro envolvem violência de gênero nos diversos contextos sociais, em âmbito local ou nacional. “Falando sobre a realidade local, nacional e também aberta a discussões, a construções coletivas para que a gente possa superar essas questões, essas problemáticas sociais complexas”, reitera Sybil.
A procuradora relata que ainda há uma resistência da sociedade na aceitação de mulheres na política. “Os dados mostram que houve um avanço, tanto que hoje estamos em três mulheres na Câmara [de Irati], mas percebemos o quanto não pode descuidar. Existia há um tempo atrás mais mulheres, depois tivemos momentos sem mulheres representando, então percebe-se esse avanço, mas precisamos estarmos atentas e dialogando, lutando, mostrando a importância dessa representatividade para que a gente não perca esse espaço”, diz Sybil.
Apesar da representatividade ter aumentado, ainda há violência política de gênero dentro das Câmaras Municipais. Muitas mulheres sofrem discriminação e preconceito única e exclusivamente por serem mulheres, conforme análise de Sybil. A procuradora ressalta a importância da representatividade, da mulher poder ocupar todos os espaços, seja na política, saúde, área empresarial, no âmbito público ou particular. “Através dessa representatividade, dessa diversidade, a sociedade de Irati tem muito a ganhar, não só na questão da inclusão, de um olhar mais humano, mas da eficiência mesmo e do desenvolvimento local e econômico”.
A procuradoria da mulher tem como intuito fomentar a participação de mulheres nos diversos espaços e contribuir para a diminuição da desigualdade de gênero na cidade e região, explica a procuradora. “A procuradoria da mulher da Câmara é um órgão vinculado ao legislativo e que vem para somar a toda a rede de proteção e garantia de direitos das mulheres. O papel da procuradoria, hoje ocupo essa função com muito orgulho, […] a nossa função é fiscalizar as políticas públicas locais voltadas às mulheres e meninas. Também acolher denúncias, fazer orientações e encaminhar para a rede de proteção, organizar palestras, eventos, como o que vai ocorrer nesta quarta-feira na Câmara, participar de pesquisas e trabalhar em conjunto, tanto com órgãos do Executivo, Legislativo, Judiciário e também do Governo Estadual Federal, para que a gente possa unir forças e estruturar cada dia mais as nossas políticas públicas”, conta.
A Secretaria da Mulher, no começo da gestão do prefeito Emiliano Gomes, deixou de ter status de secretaria e foi incorporada a pasta de Assistência Social. Atualmente, o setor voltou a ter status de secretaria com a nomeação da profissional Maria do Rocio da Silva Rosa para comandar a pasta da Mulher. “Essa foi uma luta já no início como procuradora, na verdade como mulher e como alguém que sempre esteve envolvida com essa temática, nos preocupou aquele anúncio inicial do prefeito de unificar algumas pastas. Mas ele mesmo percebeu ao longo desses meses a importância da exclusividade, não só na área da mulher, da habitação, enfim, então foi um momento ali que a gente precisou mostrar o nosso trabalho, mostrar a nossa função, unir forças com a sociedade organizada para que a gente pudesse dialogar e enxergar esse entendimento e não perder algo que tinha sido conquistado”, relata Sybil.

A procuradora da Mulher explica que uma pasta com status de secretaria dá mais peso para o município conseguir o repasse de recursos do governo estadual, por exemplo. Sybil usa como exemplo a Casa da Mulher Paranaense, programa pelo qual Irati foi contemplada, mas que só foi possível, pois já havia sido criado o Centro Integrado de Atenção à Mulher Iratiense (CIAMI). A Casa da Mulher Paranaense é muito parecida com o CIAMI, serviço que une diversas ações em prol da mulher, em especial a questão de trabalho e renda, explica a procuradora. “Quando surgiu o edital, Irati foi muito fácil de aderir porque o Estado entra com a construção e o município tem que entrar com os profissionais, com a manutenção, então muitos municípios chegaram e falaram ‘opa, será que eu dou conta?’. Irati não, Irati já tinha algo muito semelhante, que implantamos em 2023, e que agora vai só ganhar mais força com o apoio do Governo do Estado. Então esse é um exemplo concreto de como a gente consegue mais recursos, mais ações voltadas às mulheres, se a gente tiver uma estrutura de secretaria”, relata a vereadora.
Em pleno Agosto Lilás, mês de combate à violência contra a mulher, houve um caso de feminicídio e casos de violência de gênero em Irati. Sybil ressalta a importância de romper com o machismo cultural e a violência, sensibilizando os homens e as mulheres na causa, através de informação. “O maior vilão e aquilo que a gente tem que combater diariamente é a cultura machista. A gente discutir, dialogar com a sociedade, sensibilizar, para que quebre essa cultura machista e principalmente com as nossas crianças e adolescentes. Eu acredito muito que essa educação para uma sociedade com equidade de gênero é que vai transformar essa triste realidade. E, obviamente, investir cada dia mais em políticas públicas, a delegacia voltada para a mulher também, outras questões ainda, outras brechas na nossa rede de proteção. Mas fundamental é nós sensibilizarmos e discutirmos com a nossa sociedade a questão do machismo”, reflete a procuradora.
Para se inscrever no evento, que ocorrerá nesta quarta-feira, dia 27, às 18h30, na Câmara Municipal de Irati, basta acessar este link.